Na manhã desta terça-feira (16) dezenas de lideranças sindicais fizeram uma panfletagem para iniciar a divulgação da celebração do Dia do Trabalhador – 1º de Maio Unificado das Centrais Sindicais foi realizado, no Largo da Concórdia (Estação de Trem do Brás), em São Paulo SP.
O evento, este ano, será realizado no Estacionamento da NeoQuímica Arena (Itaquerão – estádio do Corinthians), na Zona Leste da capital paulista, a partir das 10 horas.
O 1º de Maio Unitário é organizado pelas centrais sindicais:
Central Única dos Trabalhadores (CUT);
Força Sindical;
União Geral dos Trabalhadores (UGT);
Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB);
Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST);
Central de Sindicatos do Brasil (CSB);
Intersindical – Central da Classe Trabalhadora e
Pública – Central do Servidor
Este ano, o lema do 1º de Maio Unificado será “Por um Brasil mais Justo” e vai destacar emprego decente; correção da tabela do Imposto de Renda, juros mais baixos, aposentadoria digna, salário igual para trabalho igual e valorização do serviço público.
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Assuntos Raciais
Em qualidade de vida, negros estão 10 anos atrás de brancos
Em qualidade de vida, negros estão 10 anos atrás de brancos
Apesar de avanço maior do grupo, diferença persiste em negros, afirma ONU
Mesmo crescendo em um ritmo maior, o nível da qualidade de vida da população negra no Brasil está uma década atrasado em relação ao dos brancos. É o que mostra o mais recente estudo do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) — órgão da ONU — em parceria com a Fundação João Pinheiro e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Segundo o documento “Desenvolvimento humano para além das médias”, divulgado ontem, entre 2000 e 2010 o Índice de Desenvolvimento Humano (IDHM) da população negra cresceu, em média, 2,5% ao ano, acumulando alta de 28% no período, frente ao 1,4% anual dos brancos, ou 15% em dez anos. Mas, apesar do ritmo mais acelerado, só em 2010 o IDHM dos negros alcançou a pontuação (0,679) que já havia sido atingida pelos brancos uma década antes (0,675).
EDUCAÇÃO: MAIOR CONTRIBUIÇÃO
Em 2010, o desenvolvimento humano dos brancos já estava em 0,777. Era 14,42% maior que o dos negros, ainda que essa diferença tenha diminuído em relação a 2000, quando o IDHM dos brancos era 27,1% superior. O indicador varia de zero a um — quanto mais próximo de um, melhor o índice — e mede a qualidade de vida para além da renda, ao levar em conta critérios de saúde e educação.
Todas as três dimensões que compõem o índice avançaram nessa década. No caso da população negra, a maior contribuição para o crescimento do IDHM veio da educação, com uma alta média anual de 4,9%. A educação também foi a dimensão que mais avançou no IDHM da população branca, mas com taxa anual média de crescimento inferior, de 2,7%.
Com relação à renda, o estudo mostra um abismo entre os dois grupos. Em 2010, a renda domiciliar per capita média da população branca era mais que o dobro daquela da população negra: R$ 1.097, ante R$ 508,90.
Quanto à escolaridade da população adulta, 62% dos brancos com mais de 18 anos tinham o fundamental completo, ante 47% dos negros. A diferença na esperança de vida ao nascer entre brancos e negros era de dois anos, ficando, respectivamente, em 75,3 anos e 73,2 anos.
Desequilíbrio em números
Compare os indicadores de brancos e negros
2000
2010
2000
2010
NEGROS
BRANCOS
0,777
0,679
0,675
62,14
47,28
47,78
0,53
Ensino
fundamental
completo**,
em %
30,22
IDHM*
1.097,00
77,1
75,3
73,2
806,36
66,6
Esperança
de vida
ao nascer,
em anos
508,9
327,3
Renda,
em R$
Fonte: Pnud
*Quanto mais perto de 1, melhor **Pessoas com mais de 18 anos
A ONU classifica o IDHM numa escala que vai de muito baixo (zero a 0,499) a muito alto (a partir de 0,800). Em 2010, brancos e negros estavam em um mesmo patamar de desenvolvimento humano em apenas seis estados — em Roraima, Mato Grosso, Goiás, Santa Catarina e Espírito Santo era alto e, em Alagoas, baixo para ambos os grupos.
RJ: ENTRE OS MAIS DESIGUAIS
Em sete estados mais o Distrito Federal, os negros tinham desenvolvimento humano considerado alto. Nas 19 unidades da federação restantes, era médio. Para a população branca, dois estados mais o DF estavam na faixa de muito alto desenvolvimento humano, 23, em alto, e dois, na faixa de médio desenvolvimento humano.
As maiores diferenças percentuais entre o IDHM da população branca e negra, em 2010, foram observadas em Rio Grande do Sul (13,9%), Maranhão (13,9%) e Rio de Janeiro (13,4%).
Já as menores diferenças percentuais estavam no Amapá (8,2%), em Rondônia (8,5%) e em Sergipe (8,6%).
A maior redução na diferença entre o IDHM dos brancos e negros, de 2000 a 2010, foi observada em Santa Catarina (-0,047). Em contrapartida, Roraima apresentou aumento de 0,033 na diferença entre o IDHM dessas duas populações no período.
PORTO ALEGRE: A MAIS DESIGUAL
Também foram analisados indicadores de qualidade de vida por cidade, em 111 municípios brasileiros. A população branca possuía IDHM muito alto em 50 deles, enquanto a negra não havia alcançado esse grau de desempenho em nenhum deles. A desigualdade entre brancos e negros, em relação à qualidade de vida, é maior em Porto Alegre (RS), onde o IDHM da população negra foi 18,2% inferior ao dos brancos.
Em contrapartida, a menor diferença foi observada em Ribeirão das Neves (MG), onde o IDHM dos negros era 3,1% inferior ao índice da população branca.
Assim, o IDHM dos brancos variou entre 0,701 (Ribeirão das Neves-MG) e 0,904 (Vitória-ES), e o da população negra, entre 0,654 (Caruaru-PE) e 0,790 (Vitória-ES).
Na dimensão esperança de vida ao nascer, os dados variam de 73,1 anos (Maceió) a 79 anos (Uberlândia), para a população branca, ao passo que, para a população negra, foi de 71,8 anos (Marabá) a 77,8 anos (Blumenau).
No quesito educação, oscilou entre 0,614 (Viamão-RS) e 0,890 (Vitória-ES), para a população branca, e entre 0,505 (Pelotas-RS) e 0,745 (Vitória-ES), para a população negra.
Por fim, com relação à renda, o ganho domiciliar per capita médio variou de R$ 469 (Caucaia-CE) a R$ 2.700 (Vitória-ES), para a população branca, e de R$ 345 (Caucaia-CE) a R$ 1.174 (Brasília-DF), para a população negra.