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Acaba greve de duas semanas na Codesavi em São Vicente/SP
segunda-feira, 23 de maio de 2016
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Empresa promete ao TRT que não mais atrasará salários e benefícios, sob pena de 25% por valor em atraso. A assembleia deste sábado
Em assembleia na manhã deste sábado (21), os trabalhadores da Companhia de Desenvolvimento de São Vicente (Codesavi) encerraram uma greve de duas semanas, iniciada em 7 de maio.
Eles aprovaram proposta conciliatória do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-SP), feita na sexta-feira (20), quando a empresa assumiu compromisso de pagar rigorosamente em dia os salários.
Na assembleia, o presidente do sindicato dos trabalhadores na construção civil (Sintracomos), Macaé Marcos Braz de Oliveira, destacou “a grande vitória da greve”.
Para ele, essa vitória é a multa de 25% do valor de cada salário ou benefício dos 1.250 empregados que a empresa venha a atrasar. “Isso é histórico. Nunca vi nada igual em décadas de sindicalismo”.
A proposta foi feita por Macaé, ao juiz desembargador vice-presidente do TRT, Wilson Fernandes, durante a audiência, na capital paulista, para evitar novos atrasos e greves.
O sindicalista pondera que, normalmente, multas desse tipo, muitas vezes determinadas por fiscalizações do Ministério do Trabalho, são revertidas para o governo.
“Minha proposta, felizmente acatada pelo desembargador, beneficia os principais prejudicados com os atrasos, que são os trabalhadores e suas famílias”.
Audiência
Na audiência, o presidente e o gerente financeiro da empresa de economia mista controlada pela prefeitura, José Cosmo de Jesus e Ricardo Rey Rodrigues, assinaram ata garantindo também que não mais atrasarão os salários, vale-transporte, plano de saúde, empréstimo consignado e pensão alimentícia.
Eles se comprometeram ainda a entregar a cesta-básica e o vale-alimentação até o dia 30 de cada mês, com exceção da cesta de maio, que garantiram para 10 de junho. E propuseram pagar os salários dos comissionados até o dia 15 de cada mês.
Assistidos pela advogada Cristiane Cardoso Moreira, eles assinaram o compromisso de regularizar, até 8 de agosto, o pagamento em dia dos empregados que saírem de férias. E garantiram 30 dias de estabilidade no emprego aos operacionais. A condição para tudo isso era o retorno ao trabalho neste sábado (21) Acompanhado pelo vice-presidente Luiz Carlos de Andrade, pelos diretores Laudelino de Oliveira Xavier, Edson Santos, Paula Liliane Monteiro da Silva, Ana Maria dos Santos e pelo advogado Marco Antônio Oliva, Macaé explicou ao juiz que a decisão caberia à assembleia.
Dias parados
A proposta conciliatória garante o pagamento de 12 dos 14 dias de greve e compensação dos dois restantes. Também esse item Macaé considera “vitorioso”, pois a empresa queria descontar dos salários todos os dias paralisados.
Macaé ponderou ao desembargador que isso seria “uma injustiça”, alegando que a culpa pela greve foi da empresa, que atrasou salários e benefícios, e não dos trabalhadores, “que vêm arcando com seguidas perdas em virtude do problema, principalmente multas por mensalidades atrasadas”.
O sindicalista lembra que a empresa “já fez diversas promessas como essa.
Agora, porém, a situação é diferente. Seu compromisso está firmado diante de uma autoridade da Justiça do Trabalho e não apenas em atas de reuniões com o sindicato. E as multas de 25% desestimularão sua diretoria de atrasar salários ou benefícios”.
Data-base
A partir de terça-feira (24), a diretoria do Sintracomos começa a negociar com a Codesavi as reivindicações da campanha salarial para a data-base de maio, entre elas a reposição inflacionária e aumento real de 5%. “Mais uma luta pela frente”, finaliza Macaé.