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Metalúrgicos debatem contexto econômico e político e os desafios da classe trabalhadora
sexta-feira, 23 de setembro de 2016
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Diretores dos Sindicatos dos Trabalhadores Metalúrgicos do Estado de SC participaram, na última quinta-feira (22), em Joinville, da Palestra do sociólogo e técnico do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socieconômicos), Clemente Ganz Lúcio. Sob o tema “Cenários conjunturais e os imensos desafios dos trabalhadores”, Ganz destacou a realidade econômica, política e do movimento sindical no Brasil e dos reflexos desse contexto para os trabalhadores.
“Nós vivemos no Brasil uma grave crise econômica, que também é reflexo de uma grave crise política. Há alguns anos, tínhamos um movimento forte de geração de emprego, crescimento de salário. Essa agenda positiva deixou de existir e deixará de existir por um tempo longo. A conjuntura é de uma extrema adversidade, graves consequências para os trabalhadores, para a vida das famílias e o grande desafio do movimento sindical é se organizar para enfrentar esse contexto”, comentou Ganz.
Ganz avaliou a necessidade de haver uma unidade para enfrentar as dificuldades. “Um desafio do Movimento Sindical é reunir os trabalhadores e construir uma unidade de ação. Porque o volume de problemas que teremos pela frente é muito grande. As Centrais Sindicais têm procurado, num esforço que não é pequeno, juntar sua unidade. Os metalúrgicos, a área da indústria, estão trabalhando também nesse aspecto. E isso é muito importante para que os trabalhadores consigam reunir força para enfrentar as ameaças”, opinou o sociólogo.
Agenda prioritária
Ganz finalizou, ainda, dizendo que, entre os perigos aos trabalhadores, algumas das lutas mais prioritárias é contra o desemprego, contra regulamentação de uma terceirização perversa, limite de gasto fiscal que vai cortar verbas das áreas da Saúde e Educação, a discussão da reforma previdenciária e mudanças da legislação trabalhista, que visa enfraquecer a classe trabalhista e suas proteções constitucionais.
Para o presidente do Sintimmmeb, José Isaías Vechi, que também é diretor de administração da Federação dos Trabalhadores Metalúrgicos de Santa Catarina (Fetimmmesc), os trabalhadores devem ficar atentos aos acontecimentos políticos, para não serem surpreendidos com a supressão de direitos e haja tempo hábil para reação à esse risco.
“Temos que ficar atentos, porque o Governo já assinou que as questões trabalhistas ficam para o segundo semestre do ano que vem. Isso é para nos pegar desprevenidos. Enquanto ‘dormimos’, o Governo vai fazer reformas prejudiciais e se não estivermos de sentinela o tempo todo, iremos perder muito. E tem outras questões de grande importância que também temos que olhar. É essencial a união. Nossa luta principal é conquistar, preservar e proteger os direitos dos trabalhadores. Essa, sim, deve ser nossa ideologia central. Para isso os sindicatos surgiram e por isso temos que continuar lutando”, disse Vechi.