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Vigilante é vítima de assalto para roubo de armas, na Zona da Mata em MG
segunda-feira, 22 de maio de 2017
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Eles foram surpreendidos por volta das 20h, em uma das casas do loteamento localizado na Rua B, 230, na noite de 18 de maio.
Oltair Trindade Garcia, 50 anos, foi friamente executado, após ser rendido, junto com o colega de trabalho, de 30 anos, logo após o jantar. O vigilante foi assassinado mesmo depois de colocar as mãos na cabeça e pedir calma aos bandidos. O outro vigilante foi atingido com um disparo na perna esquerda, próximo ao quadril, mas conseguiu dirigir o automóvel até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Benfica Além dos revólveres, foram levadas 17 cargas de munição de calibre 38.
Josias Luciano Rosa, presidente do Sindicato dos Vigilantes de Juiz de Fora (foto) procurou a direção da Caixa Econômica Federal para que a instituição fizesse gestão junto à Polícia Federal exigindo investigação minuciosa do crime, já que os bandidos fugiram sem ter sido vistos por testemunhas. O sindicalista acusa a Caixa de omissão no caso, por ser o local de responsabilidade da instituição financeira, que não prestou assistência aos trabalhadores e sequer procurou a família deles.
SINDICATO COBRA PROVIDÊNCIAS DA CAIXA
Em nota, a Caixa informou ter encaminhado a denúncia à Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), sem informar a sobre a situação do contrato com a empresa de vigilância. A Polícia Civil encaminhou o caso à Delegacia de Homicídios, apesar de o episódio ser caracterizado por latrocínio, quando há roubo seguido de morte.
O sindicato encaminhou o mesmo ofício para a Confederação Nacional dos Vigilantes e Prestadores de Serviços (CNTV-PS) e a Força Sindical, que devem acompanhar o caso. O vigilante Oltair Trindade Garcia atuava há 20 anos na profissão e foi diretor do sindicato por uma década, nos mandatos de 2003 a 2013, sempre trabalhando durante o período noturno. Ao ser comunicada da ocorrência, a viúva entrou em estado de choque, pois o crime deixou órfã uma menina de sete anos de idade.
O líder dos Vigilantes e Scipião Júnior, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas, Farmacêuticas e de Material Plástico de Juiz de Fora e Região (Stiquifamp/JF), foram eleitos para a diretoria da Força Minas, no 7º Congresso da entidade, realizado em Belo Horizonte, no dia 27 de abril. O sindicalista Vandeir Messias, reeleito presidente da Central, apoia as ações dos sindicatos da Zona da Mata no combate aos ataques contra trabalhadores.
Sindicalistas cobram políticas públicas que protejam cidadão e profissionais da segurança
A morte do vigilante e o ferimento de outro trabalhador baleado dentro de uma casa do empreendimento Minha Casa Minha Vida, na Zona da Mata, expõe a existência de um estado de guerra declarado, em que todos estão contra todos. Mas um fator deve ser observado: tanto as vítimas policiais quanto as vítimas da sociedade possuem a mesma origem. No caso dos policiais, são os praças (soldados, cabos, sargentos e subtenentes), e, no caso das vítimas da sociedade, a grande maioria é oriunda das periferias.
As estatísticas são negativas e assustam o presidente do Sindicato dos Vigilantes de Juiz de Fora Josias Luciano Rosa. De 58.492 das mortes violentas intencionais, registradas em 2015, 393 foram de policiais e de profissionais de segurança pública que estavam de folga ou trabalhando, conforme apurou o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Entre 2009 e 2015, 2.572 policiais foram mortos, um número superior a qualquer país do mundo. Em um ano, o número de policiais mortos no Brasil é o mesmo que as mortes de policiais na Inglaterra em 98 anos. Nos EUA, morreram 41 policiais em serviço em 2015, enquanto morreram 103 no Brasil.
“Os números são claros e demonstram que vivemos uma guerra civil não declarada que faz vítimas de todos os lados, sejam policiais, vigilantes ou a população”, lamenta Vandeir Messias, presidente da Força Minas, que cobra a aplicação de políticas públicas urgentes de conscientização, prevenção e inteligência policial das autoridades. Para ele, já passou da hora de o Estado perceber que o caminho da guerra e do enfrentamento direto está fadado ao fracasso.
MAIS DE 4 MIL ARMAS ROUBADAS
No Brasil, foram roubadas 4.077 armas da segurança privada, entre os anos de 2015 e 2016, conforme dados da Coordenação Geral de Controle de Segurança Privada, Polícia Federal e Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Os dados são referentes a um período de pouco mais de dez meses, entre 09/12/2015 e 25/10/2016.
Por tipo de arma e por quantidade, foram roubados 3.830 revólveres calibre 38; 181 espingardas calibre 12; 59 pistolas 380; 5 carabina 38; um revólver 32 e um rifle 38.