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7,4 milhões se deslocam a outra cidade para estudar ou trabalhar
quinta-feira, 26 de março de 2015
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Maior quantidade de pessoas em fluxos pendulares no país está no eixo Guarulhos-São Paulo
Estimativa é do IBGE, que adotou um novo conceito de arranjo urbano para mapear interação de municípios
Diariamente, no Brasil inteiro, 7,4 milhões de pessoas se deslocam da cidade onde moram para trabalhar ou estudar em outros municípios –sendo 1,75 milhão só em São Paulo e 1 milhão no Rio.
A estimativa foi feita pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), baseada no Censo de 2010, que apresentou um estudo sobre como as cidades são afetadas pelo movimento pendular –no qual um morador viaja a outro município para trabalhar ou estudar e volta para casa no final do mesmo dia.
No país, perto de 107 milhões de pessoas (56% da população) moram em conglomerados com forte integração populacional. O maior, que tem como referência a cidade de São Paulo, tem 19,6 milhões de habitantes. O segundo, no Rio, 11,9 milhões.
O IBGE passou a usar esse critério para definir a interação entre cidades –se, entre duas ou mais delas, há intercâmbio significativo de população, elas passam a formar aquilo que os pesquisadores chamam de arranjo urbano.
O conceito usa um mesmo critério para apontar quais são as conglomerações urbanas no país inteiro, já que as regiões metropolitanas eram definidas por cada Estado.
Um arranjo pode ser de duas ou mais cidades –o de São Paulo tem 36 e é o maior. No total, são 294 arranjos populacionais, formados por 938 municípios –dos 5.570 existentes no país.
As cidades não precisam ser grandes para estar nesse tipo de relacionamento –a maioria dos arranjos é de populações pequenas, com menos de 100 mil habitantes.
Nem todas as grandes concentrações de população são arranjos –Manaus e Campo Grande, por exemplo, não recebem uma quantia significativa de estudantes ou trabalhadores de cidades vizinhas, portanto são considerados municípios isolados.
O deslocamento feito pela maior quantidade de pessoas no país é entre Guarulhos e São Paulo. São 146 mil pessoas oscilando entre as duas. O segundo maior volume é entre São Gonçalo e Niterói.
A secretária Sheila Pastor, 41, vai todos os dias de São Gonçalo a Niterói, ambas cidades na baía de Guanabara.
Ela tem dois irmãos que fazem esse mesmo trajeto, que dura cerca de uma hora e meia de ônibus. "Eu nasci e cresci em São Gonçalo e sempre trabalhei em Niterói. Não mudo de cidade porque o custo de vida é muito alto", diz.
No Sudeste, a população que vive em arranjos é proporcionalmente maior do que no resto do país. Os moradores nesses conglomerados representam 72% do total dos moradores dessa região.
Isso acontece porque esses conjuntos se formam, principalmente, por questões econômicas, diz Maurício Gonçalves e Silva, pesquisador do IBGE. "A atividade econômica faz com que as pessoas circulem mais, e o Sudeste tem uma economia mais pujante."
RIO-SP
O IBGE apontou que, no eixo Rio-São Paulo, 13,4 mil pessoas vivem em uma das metrópoles e trabalham na outra.
Os pesquisadores explicaram que, para ser considerado alguém que vive nesse eixo, é preciso transitar com alguma regularidade entre os dois conglomerados urbanos.
Dessa população, 57,7% viajam para trabalhar e 40,5% para estudar. O restante faz as duas coisas.
Os pesquisadores do IBGE disseram que foram consideradas na conta pessoas que fazem o trajeto com regularidade, não importando qual o intervalo entre as viagens.