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Desemprego vai a 11,4% na Grande SP
segunda-feira, 4 de maio de 2015
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Cenário de desaceleração econômica reforça tendência de declínio do nível de emprego e da renda, em movimento semelhante ao sinalizado pelo IBGE
A taxa de desemprego na Região Metropolitana de São Paulo avançou de 10,5% em fevereiro para 11,4% em março, enquanto a renda dos trabalhadores dá sinais de retração. É o que mostra pesquisa divulgada ontem pela Fundação Seade e o Dieese.
O movimento é semelhante ao apontado pelo IBGE, que na terça-feira anunciou aumento do desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do País, para o maior nível em três anos.
Embora as metodologias sejam diferentes, a tendência é a mesma – e vale para os próximos meses, disse o coordenador da pesquisa Seade/Dieese, Alexandre Loloian. "A perspectiva é que o aumento na taxa de desemprego continue nos próximos dois meses", afirmou.
O avanço do desemprego em relação a fevereiro decorreu do crescimento de 0,9% da População Economicamente Ativa (PEA). O número equivale ao ingresso de 96 mil pessoas no mercado de trabalho.
O nível de ocupação ficou praticamente estável (-0,1%) se comparado a fevereiro. Houve redução de postos de trabalho em comércio e reparação de veículos e motos (-2,4%, o correspondente a 41 mil vagas fechadas), na construção civil (-1,5%, ou 10 mil a menos) e na indústria (-0,7%, ou 12 mil).
Loloian observou que a menor oferta de crédito ao consumidor afetou o comércio, pois as vendas diminuíram e, consequentemente, o número de vagas. A desaceleração nas vendas afeta especialmente o segmento de veículos, o que também explica, em parte, o fechamento de postos de trabalho na indústria, em razão da concentração de montadoras na Grande São Paulo. Na construção, a redução de postos de vagas pode ser atribuída parcialmente aos efeitos da Operação Lava Jato, que investiga grandes empreiteiras, comentou o coordenador.
Na contramão, o setor de serviços registrou crescimento de 0,7% no nível de ocupação, equivalente a 41 mil postos de trabalho. Segmentos de educação, saúde, administração e alimentação foram os que abriram mais oportunidades de trabalho, segundo Loloian.
Na comparação com fevereiro do ano passado, porém, a taxa geral de desemprego ficou praticamente estável. O índice estava em 11,5% em fevereiro de 2014, patamar característico desse período do ano.
Renda em declínio
A pesquisa também considera a renda, mas com defasagem de um mês em relação aos dados de emprego. Entre janeiro e fevereiro, o rendimento médio real diminuiu. Nos ocupados, o recuo foi de 1,8%, para R$ 1,903; entre os assalariados, de 1,0%, para R$ 1.919.