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Etanol brasileiro pode perder mercado do Japão para os EUA
terça-feira, 16 de janeiro de 2018
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O comitê também propôs que a meta de redução de emissões de biocombustíveis em geral em relação à gasolina, que hoje é de 50%, suba para 55%. As propostas estão em processo de discussão pública até o próximo dia 18. As novas regras, que serão definidas pelo governo após a consulta, passarão a valer em abril.
Pelas novas metas, o etanol de milho americano pode alcançar uma participação de mercado no Japão de até 53,73%, em um segmento que hoje é dominado pelo etanol de cana brasileiro, segundo dados do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA).
Hoje, o Japão importa etanol apenas do Brasil e é terceiro principal destino do produto brasileiro. O etanol é utilizado para produzir um aditivo para a gasolina, o ETBE.
Em 2017, o país importou 61 milhões de litros de etanol, conforme o USDA. Para o Brasil, as exportações de etanol ao Japão renderam US$ 50,3 milhões no ano.
A União das Indústrias de Cana-de-Açúcar (Unica), que representa as usinas do Centro-Sul – que são as potenciais afetadas pela medida -, deve apresentar um posicionamento no processo de consulta. Ao Valor, a entidade reforçou a vantagem ambiental do etanol de cana do Brasil sobre o de milho, dos EUA.
"O etanol de cana de primeira geração, em todo seu ciclo de vida, consegue reduzir de 70% a 80% de emissões se comparado à gasolina no Japão. Num cenário em que há a mistura dos dois tipos de etanol, a capacidade de redução de emissões do país cai para 50%, já que comparativamente, o etanol de milho consegue reduzir de 26% a 33%. E nesse sentido, o biocombustível de cana acaba subsidiando o de milho, perdendo sua competitividade", defendeu a Unica.
A associação participou recentemente de uma missão ao Japão para tratar do tema e tratou com representantes do Ministério da Economia, Comércio e Indústria do país. Ainda de acordo com a Unica, "a resposta dos governantes japoneses foi muito positiva e os dois países devem dar continuidade às discussões a respeito do programa japonês para os biocombustíveis".