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EUA podem adiar tarifa do aço para alguns países; Brasil diz que foi incluído
quinta-feira, 22 de março de 2018
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"As novas tarifas não se aplicarão enquanto estivermos conversando sobre o tema", disse Temer na abertura da reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), o Conselhão. "Estou vendo agora declaração da Casa Branca de que Brasil é um dos países com quem começarão as negociações visando a eventuais exceções às tarifas sobre importação de aço e alumínio. ", afirmou.
Inicialmente, a fala de Temer gerou dúvidas sobre se a informação era do governo ou se ele apenas estava citando, de forma imprecisa, notícias veiculadas pela imprensa americana. Mais tarde, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse que a informação vinha de comunicação entre os governos e que já estava suspensa a sobretaxa.
"O embaixador [do Brasil nos EUA] Sérgio Amaral mandou aquela mensagem, que foi recebida pelo ministro Aloysio Nunes Ferreira, que passou para o presidente Michel Temer, dizendo que com o Brasil a negociação do aço estava iniciada e, enquanto houver a negociação, não serão implementadas aquelas restrições que foram originariamente estabelecidas", informou Padilha.
Em Washington, uma porta-voz do escritório do representante comercial dos EUA (USTR) não confirmou a informação de Brasília. Segundo ela, uma isenção das tarifas exige um decreto do presidente Donald Trump, o que só foi feito até agora para o Canadá e México.
Em depoimento na Câmara dos Deputados dos EUA, o representante comercial americano, Robert Lighthizer, disse que os EUA estão negociando com Argentina, Austrália e União Europeia e que iniciaria em breve discussões com o Brasil, e acenou que a cobrança das tarifas poderia ser adiada enquanto durassem essas negociações.
No entanto, em nota, o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) saudou as declarações de Lighthizer, que sugerem "a não aplicação das sobretaxas às importações de produtos siderúrgicos e de alumínio, durante o período de contatos bilaterais com determinados países, inclusive o Brasil".
Anteontem Temer recebeu produtores de aço, representados pelo Instituto Aço Brasil, que lhe solicitaram que telefonasse para o presidente dos EUA, Donald Trump, a fim de reivindicar a exclusão dos produtos brasileiros da sobretaxa americana. Empresários do ramo alegam que o Brasil "não rouba" emprego do metalúrgico americano porque faz parte da cadeia do aço naquele país, enquanto o Brasil é o principal destino do carvão mineral exportado pelos EUA.
O argumento foi encampado pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que, no mesmo evento e tendo contato com a notícia sobre a flexibilização da postura americana, disse que a decisão era "muito importante". "O Brasil produz um tipo de aço muito usado na indústria americana, disse aos americanos que sobretaxa prejudicará indústria e consumidor americano", afirmou Meirelles, referindo-se a conversas travadas com os americanos durante a reunião do G-20, na Argentina.
O ministro disse que o Brasil mostrou aos americanos que não há qualquer indício de dumping no aço brasileiro. "O trabalho conjunto do governo sobre aço já está mostrando resultados." (Com agências internacionais)