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Na manhã desta terça-feira (16) dezenas de lideranças sindicais fizeram uma panfletagem para iniciar a divulgação da celebração do Dia do Trabalhador – 1º de Maio Unificado das Centrais Sindicais foi realizado, no Largo da Concórdia (Estação de Trem do Brás), em São Paulo SP. O evento, este ano, será realizado no Estacionamento da NeoQuímica Arena (Itaquerão – estádio do Corinthians), na Zona Leste da capital paulista, a partir das 10 horas. O 1º de Maio Unitário é organizado pelas centrais sindicais:
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Hugo Perez relembra batalhas do Dieese contra arrocho
terça-feira, 1 de dezembro de 2015
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O consultor sindical Hugo Perez presidia a Federação dos Urbanitários do Estado de São Paulo, quando foi eleito presidente do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócioeconômicos).
Ele presidiu o órgão de 1979 a 1983, período em que Walter Barelli foi diretor-técnico. Antes, de 1977 a 1979, Hugo havia sido diretor do órgão.
“Em 1977, começaram movimentos e, depois, greves contra a política de arrocho salarial da ditadura”, ele lembra. A ofensiva da classe trabalhadora deu um salto adiante em novembro daquele ano, quando Hugo lançou a ideia da Conclat – Conferência Nacional da Classe Trabalhadora, que foi realizada em 1981.
O sindicalista destaca o papel do Dieese. “O entrosamento entre as direções sindicais e a direção do Dieese, e seus técnicos, foi fundamental para as lutas pela recomposição dos salários”, diz Hugo, em cujo mandato se decidiu pela instalação de subsecções. “Nos Estados onde havia sindicalismo mais organizado e demandas, abrimos as primeiras subsecções. E foi uma experiência que deu certo”, conta.
O ex-presidente destaca “a seriedade incontestável do Dieese” e relembra a CPI do Arrocho, convocada pelo senador Franco Montoro (MDB). “Fui chamado ao Senado, falei na CPI e lá confirmei os dados que o Dieese apontava, indicando o arrocho salarial”.
Época de inflação alta, ascensão do sindicalismo e desgaste do regime, o Dieese era fonte constante aos jornalistas. Hugo Perez rememora debates com os ministros Delfim Netto e Reis Veloso. Ele conta: “Tenho até hoje um exemplar do Diário Popular, em que eu contestava o arrocho e rebatia o czar da economia. A manchete dizia: Delfim é mentiroso!”
Esforço – As seis décadas de existência do órgão criado pelo sindicalismo em dezembro de 1955 são marcadas também pela luta da entidade em se manter. “Não tem sido fácil. O Dieese trabalha com escassez. Falta ao movimento sindical chegar mais, filiar suas entidades e contribuir”, comenta Hugo Perez. Mas é exatamente o suporte do sindicalismo que garante um Dieese autônomo. “A força desses 60 anos está no custeio pelo sindicalismo e na qualidade dos técnicos. A seriedade do Dieese nunca foi questionada”, diz.
Desafio – As mudanças na economia e a alteração no perfil da classe trabalhadora impõem desafios. Para Hugo Perez, além da assessoria nas campanhas salariais e das pesquisas para categorias, o Dieese tem a tarefa de explicar o mundo real. Para isso, ele diz, “é preciso um esforço constante de traduzir a economia e a realidade de modo objetivo”.
Na sua opinião, o sindicalismo também deve buscar mais conteúdo e suporte junto ao Dieese. “Você assiste a uma palestra do Clemente, hoje diretor-técnico do Dieese, e vê ali muito conteúdo, política e orientação. É um manancial farto, que não pode ser desperdiçado”.