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Na manhã desta terça-feira (16) dezenas de lideranças sindicais fizeram uma panfletagem para iniciar a divulgação da celebração do Dia do Trabalhador – 1º de Maio Unificado das Centrais Sindicais foi realizado, no Largo da Concórdia (Estação de Trem do Brás), em São Paulo SP. O evento, este ano, será realizado no Estacionamento da NeoQuímica Arena (Itaquerão – estádio do Corinthians), na Zona Leste da capital paulista, a partir das 10 horas. O 1º de Maio Unitário é organizado pelas centrais sindicais:
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Indústria do Grande ABC demite 10.619 trabalhadores
terça-feira, 16 de dezembro de 2014
Imprensa
A indústria do Grande ABC vai mal. Reduziu o quadro de funcionários em 10.619 ocupações de janeiro a setembro. Com dificuldades para escoar seus estoques, o setor automotivo é um dos que mais sofre, e vem reduzindo a produção. As empresas de autopeças, principais fornecedoras, tiveram queda nos pedidos. O resultado é o aumento de demissões. Nesse efeito em cadeia, a área de serviços também foi atingida, mais precisamente o ramo de transportes, que viu redução na demanda e cortou 1.943 postos de trabalho no acumulado dos nove primeiros meses do ano.
Este é o cenário desenhado pelo Painel das Profissões – Emprego Formal, da Fundação Seade, lançado ontem. O estudo tem como base dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego). Tendo em vista que a base de informação são os relatórios enviados pelas empresas instaladas na região, esse é o dado mais atualizado sobre o mercado de trabalho até a data referência.
“Está tudo relacionado. As montadoras vão mal, têm estoques elevados. Dizem que, dependendo da marca, vão de 45 a 60 dias (tempo necessário para escoar produção)”, destacou o delegado do Corecon (Conselho Regional de Economia) para o Grande ABC e professor de Economia da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) e FSA (Fundação Santo André), Leonel Tinoco.
Segundo a Fundação Seade, a região encerrou setembro com 791.174 empregos formais. No acumulado de janeiro a setembro, perdeu, considerando todos os setores, 4.704 postos de trabalho.
Nesses nove meses, a indústria da transformação, responsável por 30% da mão de obra formalizada do Grande ABC, perdeu 10.619 vagas. Devido às atualizações de empresas que não enviaram ao MTE seus dados até a data limite, esse número é diferente dos 10.007 empregos a menos publicados pelo Diário em outubro. Com os cortes no período, o segmento soma contingente de 239.003 trabalhadores.
Dos postos de trabalho fechados na indústria, a metalmecânica foi responsável por 75% do total, ou seja, pela demissão de 8.007 profissionais. O segmento representa 57% da indústria de transformação da região.
RESPONSÁVEIS – Isso é reflexo, principalmente, do mau momento pelo qual as montadoras passam. As fabricantes (existem seis delas na região) perderam um de seus principais mercados, o argentino, que fechou as portas para itens de fora devido à crise que passa, e à falta de dólar para importar. Sem contar a economia brasileira em desaceleração, junto à retirada gradual da redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e o alto endividamento das famílias, que diminuiu a demanda por veículos, tanto pela falta de recursos quanto pela dificuldade do acesso ao crédito. O cenário resultou nos cortes, nos PDVs (Programas de Demissão Voluntária), nos anúncios de suspensões temporárias de contratos de trabalho, chamados de lay-off e nas férias coletivas (muitas fábricas adotaram duas no ano), tudo para reduzir o ritmo de produção.
Com isso, a indústria de fabricação de produtos de borracha e material de plástico, que em grande parte atendem as autopeças, destacou Tinoco, diminuiu seu quadro em 1.774 funcionários, chegando a estoque de 29.895 no fim de setembro.
Até o setor de serviços, tradicionalmente o maior empregador do Grande ABC e do País, que teve acréscimo de 4.262 postos da região, sofreu. O segmento de transportes, principalmente, que integra cadeia produtiva da indústria reduziu 1.943 postos, chegando ao total de 51.270 carteiras registradas. O reflexo também chegou ao comércio varejista, que demitiu 159 trabalhadores.
Na contramão, os serviços de Saúde, Educação e administração pública se destacaram ampliando o quadro em 3.716 vagas e, a construção, em 639.