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Pirelli diz hoje quantos trabalhadores saem em lay-off
segunda-feira, 4 de maio de 2015
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A expectativa do movimento sindical é que a Pirelli apresente hoje a lista dos funcionários que serão atingidos pelo lay-off (suspensão temporária do contrato de trabalho). Inicialmente, a previsão era de que 450 colaboradores da unidade de Santo André fossem afastados por cinco meses, a partir de amanhã. Mais tarde, a empresa passou a falar em 380 e, na semana passada, voltou atrás e informou que ainda não havia definido quantas pessoas seriam, de fato, incluídas no programa, cujo objetivo é adequar a produção à queda no comércio de pneus.
Dados da Anip (Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos) mostram que as vendas das fabricantes em todo País para as montadoras tiveram queda de 20,7% no primeiro trimestre.
No mês passado, o Sindicato dos Borracheiros da Grande São Paulo e Região conseguiu fazer com que a Pirelli desistisse da ideia de aumentar a jornada semanal dos funcionários que ficarão na empresa, passando de 6×2 (seis dias de trabalho e dois de descanso) para 6×1 (com apenas uma folga). Outra conquista dos trabalhadores foi o aumento da multa paga em caso de demissão dos borracheiros em lay-off. Enquanto a legislação determina que o empregador deve pagar um salário nominal, a Pirelli se comprometeu a pagar três, caso haja cortes.
Em março, o grupo Chem China (China National Chemical Corporation) anunciou a compra do controle acionário da Pirelli por US$ 7,7 bilhões. A transação ainda não foi finalizada, pois depende da aprovação de órgãos fiscalizadores internacionais. A multinacional italiana garante, entretanto, que o lay-off não tem relação com a possível venda.
NEGOCIAÇÃO – O sindicato apresentará amanhã a pauta de reivindicações da categoria para o setor patronal. Os trabalhadores exigem 2% de aumento real e unificação do piso salarial em R$ 1.500 para todo o País. A pauta com as exigências foi aprovada em assembleia no mês passado na Praia Grande, na Baixada Santista. Para que haja o reajuste solicitado, os salários terão de ser corrigidos em, aproximadamente, 12%, considerando a reposição da inflação medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que em 1º de junho – data-base da categoria – deve oscilar entre 9,5% e 10% no acumulado de 12 meses. No ano passado, o aumento real girou em torno de 0,5%.
A categoria também reivindica PLR (Participação nos Lucros e Resultados) de R$ 12 mil para empregados em fábricas de pneus. Na região, são cerca de 6.000 trabalhadores nas unidades da Pirelli e da Bridgestone em Santo André. Já nas indústrias de artefatos de borracha, a PLR será discutida individualmente.
Em relação ao piso salarial, o valor base não é unificado entre as empresas localizadas em diferentes partes do País. No Grande ABC, o mínimo gira em torno de R$ 1.300. Em outras regiões, varia entre R$ 1.100 e R$ 1.200.
“Vamos apresentar a pauta de reivindicações para as empresas amanhã e iniciar as negociações. Se necessário, montaremos calendário com mobilizações ao longo do mês para cobrar dos patrões um bom acordo. Não descartamos uma greve, inclusive”, comenta o presidente do sindicato, Marcio Ferreira. O sindicalista espera que a campanha salarial seja encerrada ainda neste mês.