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28 de abril: ‘Se a greve não resolver, vamos invadir Brasília’, diz rodoviário de Santos
segunda-feira, 24 de abril de 2017
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‘Vamos mostrar para eles quem manda neste país’, diz presidente da Fttresp, Valdir Pestana
“Pelo visto, a greve da próxima sexta-feira , 28 de abril, será um grande grito que entrará por um ouvido e sairá pelo outro do governo. Aí, não teremos alternativa além de ocupar Brasília e mostrar quem manda neste país”.
O alerta, do presidente da federação dos trabalhadores em transportes rodoviários do estado de São Paulo (Fttresp), tem por base o regime de urgência aprovado pela câmara federal, na quarta-feira (19), para tramitação da reforma trabalhista e sindical.“Se, mesmo com a greve prevista para a semana que vem, os deputados tiveram o descaramento de colocar o mesmo regime de urgência duas vezes em votação, uma na terça-feira (18), derrotada, e outra na quarta (19), vitoriosa, sinal que estão dispostos a tudo”.
Também presidente do sindicato dos rodoviários de Santos e região, cuja diretoria vem, desde a semana passada, panfletando diariamente sobre a greve em todas as garagens de ônibus municipais, intermunicipais, de fretamento e de carga, Pestana está “preocupado”.
Dinheirama
“Já se esperava que o todo poderoso mercado, essa entidade financeira, industrial, midiática, de agronegócio e de todas as atividades econômicas, fosse falar bastante alto, com todo o poder de convencimento de seu dinheiro”, desabafa o sindicalista.
“Mas”, continua Pestana, “o movimento sindical imaginava que os deputados favoráveis às nefastas reformas do desgastado governo Temer temessem pelo menos um pouco a repercussão negativa decorrente de seus compromissos com o capital”.
“Qual o quê. Estão nem aí para isso. Estão convencidos de que nada mudará no processo eleitoral e que continuarão se valendo da dinheirama para comprar votos e se reelegerem, com a indispensável ajuda de uma imprensa sempre ao lado dos interesses do capital”.
O sindicalista não esperava “essa manobra regimental da presidência da câmara para votação urgente da reforma trabalhista”. E acredita que a reforma da previdência “obedecerá ao mesmo trâmite para contemplar o sistema financeiro interessado em sua aprovação”.
Para ele, se a reforma previdenciária for aprovada, “os brasileiros apenas pagarão as contribuições previdenciárias, mas muito poucos conseguirão se aposentar. E aqueles malandros continuarão mamando no dinheiro do povo. Por isso, vamos ocupar a capital federal”.