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Crescimento econômico deve ser repassado ao trabalhador
sexta-feira, 27 de março de 2015
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Índices comprovam cada vez mais que Santa Catarina está no auge da produção alimentícia, distante da realidade nacional, o estado se destaca no acréscimo de 8% no faturamento, em relação aos anos anteriores.
Mas provavelmente, quem compra uma picanha, uma linguiça ou um filé de frango não imagina que, por trás da embalagem, existam histórias de milhares de trabalhadores que vivem se esforçando para chegar até o consumidor um produto de qualidade e que consequentemente alavanca a economia catarinense.
“A nossa luta é que juntamente com o crescimento empresarial é preciso que parte desses valores sejam repassados para os trabalhadores, seja em melhores condições de trabalho, mas também de salários”, afirmou o presidente da Força Sindical de SC, Osvaldo Mafra.
Não há dúvidas quanto à importância da indústria de carnes para a economia brasileira, no entanto, a Força Sindical SC busca pressionar as empresas para que se adequem as Norma Regulamentadoras, a fim de proteger a saúde do trabalhador.
“Muitos trabalhadores adoecem e se lesionam gravemente todos os dias nas linhas de abate de bovinos, suínos e aves. Muitas das doenças são causadas por movimentos repetitivos e pela exposição constante ao frio”, lamentou Mafra.
Muitos dos problemas gerados aos trabalhadores poderiam ser atenuados ou até mesmo sanados com investimentos e mudanças muito simples. No caso dos frigoríficos, por exemplo, até já existem leis e normas que protegem a saúde dos trabalhadores, mas que nem sempre são devidamente cumpridas pelas empresas – já que isso encareceria o processo produtivo e diminuiria as margens de lucro.
“Chegou a hora do crescimento econômico gerar algum retorno aqueles que fazem essa produção crescer. Os trabalhadores merecem trabalho decente”, admitiu o presidente da central estadual. “Não podemos admitir a falta de investimentos no setor, nem arroxo salarial”.
Alguns índices não são para comemorar. No setor, há um crescimento alarmante de 4% de trabalhadores que são permanentemente afastados dos postos de trabalho. Em 2013 o INSS identificou que 39% dos auxílios doenças foram para trabalhadores do setor da alimentação.
“Santa Catarina comemora de um lado e lamenta do outro, o número de trabalhadores afastados por motivos de saúde no estado é 48% maior que a média nacional, alavancado pela indústria da alimentação”, finalizou Mafra.