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Grevistas da Codesavi protestaram com a ‘tocha da esperança’, em São Vicente/SP
sexta-feira, 22 de julho de 2016
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Passeata saiu do paço municipal e foi até a praia do Itararé, onde protestou contra salários e benefícios em atraso, conforme fotos de Joca Diniz. Nesta sexta-feira, a partir das 8 horas, protesto no teleférico.
O sindicato dos trabalhadores na construção civil (Sintracomos) promoveu, na manhã desta quinta-feira (21), uma passeata com a ‘tocha da esperança’, pelas ruas do Centro e praia do Itararé, em São Vicente.
Foi um protesto dos 1.080 empregados da companhia de desenvolvimento do município (Codesavi), que estão com os salários e benefícios de junho atrasados.
Por onde passou, desde o paço municipal até o teleférico na praia, a marcha foi aplaudida por pedestres, motoristas e moradores de prédios, que agitavam panos brancos em solidariedade aos grevistas.
O sindicato preparou camisetas com os dizeres ‘Sem pagamento, sem trabalho’, na frente, com a versão em inglês, nas costas, ‘No pay, no work’, além de apitos, ‘pirulitos’, faixas, carro de som e vassouras.
Nesta sexta-feira (22), a partir das 8 horas, a diretoria do sindicato, os trabalhadores e muitas trabalhadoras da empresa de economia mista controlada pela prefeitura protestarão novamente.
A concentração será nas imediações do teleférico, aonde também chegará a tocha dos jogos olímpicos do Rio de Janeiro. Ali, eles farão assembleia para definir as próximas atividades sindicais.
O presidente do sindicato, Macaé Marcos Braz de Oliveira, disse que será outra manifestação pacífica, como a desta quinta, quando os manifestantes não causaram nenhum problema.
A polícia militar e o pessoal do departamento de trânsito da prefeitura acompanharam a passeata, que ocupou sempre metade das pistas, sem prejudicar o escoamento dos veículos.
Em assembleia na manhã desta quinta-feira (20), diante do paço municipal, antes da passeata, os grevistas mantiveram a continuidade da paralisação, iniciada em 29 de junho.
“Já está faltando pão, arroz e feijão em muitas mesas”, reclama o presidente do sindicato, Macaé Marcos Braz de Oliveira. “As mensalidades, aluguéis e outros compromissos estão atrasados”.
Negociação
Após três horas e meia de negociação, na tarde desta terça-feira (19), das 14 às 17h30, entre o chefe de gabinete do prefeito e a diretoria do sindicato dos trabalhadores na construção civil (Sintracomos), não houve acordo sobre a greve dos 1.080 empregados da companhia de desenvolvimento de São Vicente (Codesavi).
Ivo Oshiro, assessor direto do prefeito Luiz Cláudio Bili (PR), propôs ao presidente do sindicato, Macaé Marcos Braz de Oliveira, que os trabalhadores retornassem ao trabalho, nesta quarta-feira (20), apenas com o pagamento dos salários de junho, atrasado desde 7 de julho, já nesta quarta (20), mas sem o vale-refeição, atrasado da mesma maneira.
O sindicalista respondeu que até proporia o retorno ao trabalho, na assembleia marcada para as 8 horas desta quarta-feira (20), diante do paço municipal, desde que fosse garantido o pagamento do salário e do vale-refeição, o que não foi aceito pelo representante do prefeito. Oshiro disse então que não pagará o vale e deixou dúvidas sobre o salário.
“Sendo assim”, diz Macaé, “não temos alternativa que não seja continuar a greve, no aguardo de julgamento do dissídio coletivo pelo TRT (Tribunal Regional do Trabalho). O pior de tudo, nessa história, é que os trabalhadores e suas famílias estão entrando em desespero, sem comida na mesa e as contas se acumulando”.
Tensão
Para piorar, a prefeitura tenta substituir a mão de obra dos empregados da Codesavi por voluntários de um grupo de recuperação de dependentes químicos, criando com isso focos de tensão em alguns pontos da cidade. No sábado (16) à tarde, por pouco não houve entrevero entre as partes, na praia do Gonzaguinha.
A atuação desse grupo de voluntários é aliás o motivo da vigília que o sindicato mantém 24 horas por dia, na Praça Barão do Rio Branco, a mais central da cidade. Ali, sindicalistas e trabalhadores de base localizam e impedem qualquer tentativa de substituição de seu trabalho pelos voluntários.
“Vejam a que ponto chega a insensatez, para não usar outra expressão, de uma prefeitura e uma empresa de economia mista com seus trabalhadores e com a própria população, que vem sofrendo com o acúmulo de lixo e entulho por toda a cidade”, diz o presidente do Sintracomos, já bastante exausto com a situação.
Pesadelos
Na quarta-feira da semana passada (13), a prefeitura propôs suspender o vale-alimentação por 180 dias e queria, com isso, interromper a greve iniciada em 29 de junho. “Quando recebemos essa proposta, já não sabíamos mais se estávamos vivendo na realidade ou no mundo dos pesadelos”, diz Macaé.
O sindicalista recebeu a proposta do presidente da empresa, José Cosmo de Jesus, no meio daquela tarde, em reunião mediada pelo prefeito Bili. O documento garantia o pagamento, naquele dia (13), dos salários dos encarregados e dos comissionados vencidos em junho. E a distribuição da cesta básica atrasada neste sábado (16).
A proposta previa ainda o pagamento dos salários dos operacionais até esta quarta-feira (20), o que já sabe, agora, não acontecerá. E dos comissionados até 30 de julho. Estabelecia também a manutenção do quadro sem demissões. A greve também é contra a falta de proposta da empresa para o acordo coletivo de trabalho da data-base de maio.