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Vigilantes debatem nova lei trabalhista e reforma da Previdência
quarta-feira, 20 de setembro de 2017
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Vigilantes de todo o País que são das bases dos sindicatos e federações filiados à Força Sindical realizam o I Congresso Nacional Contrasp (Confederação Nacional dos Trabalhadores de Segurança Privada), em São Paulo. O paranaense João Soares, presidente da entidade, fala sobre os temas debatidos. Um deles é o projeto de lei que permite aos vigilantes usar armas mais modernas no exercício de suas atividades. Eles pedirão o apoio do deputado Paulo Pereira da Silva, Paulinho da Força (Solidariedade-SP), que também é presidente da Força Sindical, para a aprovação de um projeto de lei em tramitação na Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, que permite a mudança de armas. Paulinho participará do Congresso amanhã (21). Está presente hoje o secretário-geral João Carlos Gonçalves, Juruna e, na abertura, compareceu o secretário de Relações Sindicais Geraldino dos Santos Silva.
Força Sindical – Quantos trabalhadores têm na sua categoria, quantos são empregados formalmente e quantos estão na informalidade?
João Soares – Hoje, empregados em empresas especializadas em segurança privada, ou seja, dentro da legalidade, temos 600 mil, e na informalidade, que são aqueles que trabalham de maneira irregular, dois milhões de vigilantes. Então é um número muito grande.
Força Sindical – Porque esse pessoal está na informalidade?
João – Eles têm curso de formação de vigilantes, são reciclados, mas são contratados por empresas clandestinas, que são aquelas empresas que não têm autorização do Ministério da Justiça, através da Polícia Federal, para funcionamento. Então trabalham na informalidade.
Força Sindical – Isto traz prejuízos para a categoria?
João – Sim, traz prejuízos para a categoria e para quem contrata este tipo de serviço também, por que ele está contratando um vigilante que, apesar de ter curso, ter reciclagem, não está legal, não tem autorização para trabalhar armado nem de exercer sua atividade como empregado de uma empresa legalizada.
Força Sindical – Vocês estão realizando um Congresso que começou ontem, dia 19, e vai até sexta-feira, dia 22. O que está em debate?
João – Neste Congresso estamos discutindo a reforma trabalhista que entra em vigor no dia 14 de novembro. Esta nova lei retira direitos dos trabalhadores. Nós, por intermédio da nossa Confederação (Contrasp), que é filiada à Força Sindical, não vamos permitir, em hipótese alguma, a retirada de direitos dos trabalhadores.
Força Sindical – Pode citar alguns exemplos de direitos que serão retirados?
João – Direitos como o intervalo intrajornada, o parcelamento de férias, uma série de perdas que a reforma trabalhista traz e que nós não podemos permitir.
Força Sindical – Vocês também estão preocupados com a reforma da Previdência, que está em tramitação no Congresso Nacional?
João – A reforma da Previdência tira um direito que para nós é essencial. Nós conquistamos, em 2012, o adicional de periculosidade. Junto com ele, ganhamos o direito à aposentadoria especial com 25 anos de trabalho. E a reforma, como está sedo discutida no Congresso, vai retirar este direito dos 600 mil vigilantes do Brasil.
Força Sindical – Como pretendem lutar?
João – Lutar, tentar negociar de todas as formas, discutir com o Congresso Nacional, procurar deputados, mostrar a eles que não podemos perder esses direitos.
Força Sindical – Vocês têm perdido muitos companheiros assassinados durante o trabalho. O que vocês pretendem fazer para acabar com essa matança de vigilantes?
João – Temos perdidos companheiros assassinados, vítimas de explosões de carros fortes e de caixas eletrônicos. Reivindicamos a troca de armas para os vigilantes poderem exercer melhor suas profissões. Eles usam armas calibre 38 e os bandidos fuzis modernos. Vamos pedir o apoio do deputado Paulinho da Força para aprovar o projeto de lei que permite a mudança de armas. O projeto está na Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados.