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Após explosão de paiol, fábrica da Imbel é interditada em Juiz de Fora/MG
quarta-feira, 24 de agosto de 2016
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Auditores da Gerência Regional do Trabalho solicitaram providências técnicas.
Segundo empresa que produz material bélico, não há previsão de liberação.
Desde a madrugada de quarta-feira (17), engenheiros da Defesa Civil de Juiz de Fora estão vistoriando casas em torno da fábrica da Indústria de Material Bélico do Brasil (Imbel), no Bairro Araújo. A expectativa é que as visitas terminem, no máximo, até domingo (18). A informação é da assessoria de imprensa da Defesa Civil. Na noite de terça (16), uma explosão atingiu um galpão da indústria e, desde então, o local está interditado.
Nessa quinta-feira (18), fiscais do Núcleo de Emergência do Estado realizaram uma inspeção na unidade. O mesmo trabalho foi realizado por auditores do Ministério Público do Trabalho (MPT) na sexta-feira (19). Os relatórios produzidos pelas equipes ainda não foram divulgados.
As causas da explosão estão sendo investigadas pelo Exército e um inquérito técnico-administrativo interno foi aberto pela Imbel. O laudo deve sair até o dia 18 de setembro. Não houve feridos nem mortos.
Os engenheiros da Defesa Civil estão procurando estragos estruturais causados pela explosão, enquanto a empresa cataloga os pedidos de ressarcimentos. O cadastro de novas famílias interessadas está sendo realizado em um clube ao lado da empresa, também por funcionários da Imbel.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Químicas Farmacêuticas e Material Plástico (Stiquifamp) de Juiz de Fora , Scipião da Rocha Júnior, se reuniu, na manhã desta sexta-feira (19) com sindicalistas das unidades da Imbel do Rio de Janeiro, Piquete, Magé e Itajubá para discutir a situação de segurança nas unidades de produção.
O encontro aconteceu em Lorena (SP) e ficou decidido que os sindicatos vão ingressar com ações no Ministério Público pedindo a interdição nas unidades de produção no RJ e em SP, até que o seguro de vida dos funcionários seja renovado, a exemplo do que aconteceu em MG.
Explosão assustou moradores
No dia seguinte ao acidente, a Imbel divulgou uma nota oficial explicando que a explosão atingiu o paiol número um da fábrica de Juiz de Fora – uma instalação que fica em área afastada de locais de circulação de pessoas e da área urbana e que era destinada ao armazenamento de explosivos, sob condições de temperatura e umidade permanentemente controladas.
O paiol que explodiu concentrava munições e foi totalmente destruído. Outros dois foram destruídos parcialmente e houve um princípio de incêndio em um depósito de material químico. A equipe de controle de danos da fábrica e o Corpo de Bombeiros isolaram a área e realizaram o rescaldo do incêndio gerado pela explosão.
Além de ter causado danos em residências, o acidente deixou moradores de bairros vizinhos assustados. Muitos deles estiveram na sede da empresa, relataram os prejuízos causados e foram orientados quanto aos possíveis ressarcimentos. Ao G1, eles contarm que a explosão trouxe uma sensação de terremoto, com um barulho muito alto.
No dia seguinte, o Stiquifamp cobrou benefícios que foram cortados de forma unilateral pela empresa, como o seguro de vida, café da manhã na entrada do turno e o plano de saúde. O presidente do sindicato também chamou atenção para o número reduzido de guardas que estavam no local durante a noite da explosão.
Em resposta, a empresa informou que o seguro de vida destina-se, apenas, aos integrantes da guarda patrimonial e aos estagiários e que o orçamento atual não permite qualquer expansão do benefício e que aguarda posicionamento da Justiça do Trabalho acerca do café da manhã.
Imbel foi inaugurada em 1938
Além da unidade da Zona da Mata, a Imbel também está presente no Rio de Janeiro (RJ), Magé (RJ), Itajubá (MG) e Piquete (SP). A fábrica de Juiz de Fora foi inaugurada em 1938, mas já funcionava em 1937.
A empresa tem tecnologia própria para a fabricação de materiais de emprego militar, com qualidade assegurada por Certificado de Sistemas da Qualidade e Serviços Pós-entrega para Material Bélico Aeroespacial, foguetes e munições de 40 a 155 milímetros e suas embalagens.
No local, são produzidas munições para morteiros 60, 81 e 120 milímetros, para canhões de 90 milímetros e para obuseiros 105 e 155 milímetros; motor foguete SBAT 70 M4B1 e cabeças de guerra AP e AC.
Não é a primeira vez que a empresa registra um grande acidente na cidade. Em março de 1944, uma oficina da fábrica explodiu matando 14 trabalhadores.