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Com a crise, 55% buscaram serviço extra, mostra pesquisa

terça-feira, 6 de setembro de 2016

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Com a crise, 55% buscaram serviço extra, mostra pesquisa

trabalho informal3Crédito: Divulgação

Mas quase 30% não conseguiram encontrarar ocupação

São quase 12 milhões de desempregados, e parte deles está em lares que O GLOBO acompanhou para ver os impactos da crise na vida das famílias. A pesquisa exclusiva da FGV Projetos, encomendada pela Fecomércio-RJ, mostrou outro efeito perverso da recessão de mais de dois anos: 55% procuraram trabalho extra e 29% não conseguiram.

Na casa da vendedora de salgadinhos Mayra Ribeiro, o marido, Rômulo de Castro, perdeu o emprego há menos de dois meses. Ele foi demitido da obra onde estava há um ano e meio e ainda tenta receber a rescisão e os documentos para liberar o FGTS e entrar com o pedido de seguro-desemprego:

— Estou fazendo uns biscates. Ganho R$ 50, R$ 60 pela diária.

Para dar conta das despesas da família de seis pessoas, Mayra começou a vender salgadinhos há seis meses. São quatro filhos: Mateus, de 13 anos, Jonhatan, de 9, Isabella, de 8 e Brayan, de 4. A família de Mayra se enquadra nas duas pontas da piora no mercado de trabalho identificada pela pesquisa e pelas estatísticas oficiais. Há desemprego em casa e ela precisou trabalhar mais para pagar as despesas.

— Eu mesmo faço as empadas e compro os outros salgados. Depois que a situação se acalmar, quero pagar as dívidas e fazer uma boa compra — explica Mayra.

A antropóloga de consumo Hilaine Yaccoub não se surpreendeu com o resultado da pesquisa, que mostrou mais procura por trabalho extra:

— Fazer bicos já é um valor. Mesmo na época de ouro, quando conseguiram carteira assinada, sempre houve. Principalmente as mulheres, sempre foram empreendedoras. Consumidor não é passivo, luta a favor. Dá um jeito, não tem vergonha de botar a cara vendendo cosmético de casa em casa, bolos, doces e salgados.

Na casa da despachante do Detran Flávia Campos Silva, o marido, Ivanilson Jessé Rosa, perdeu o emprego há poucos meses e ainda tenta conseguir o seguro-desemprego.

— Tive dificuldades para agendar a entrevista para entrar com o pedido de seguro-desemprego, e agora estão implicando com o nome diferente da minha mãe em documentos. Vou ter que ir na Receita Federal resolver isso antes que acabe o prazo para pedir o benefício — conta ele.

Enquanto isso, Ivanilson auxilia a mulher no trabalho de despachante, enquanto outro emprego não aparece. Pela pesquisa da FGV, 76% dos cerca de 2.000 entrevistados estão preocupados com o risco de perder o emprego, com 44% muito preocupados.

— Ter serviço e estar empregado se misturam com a identidade social de uma pessoa. Você é aquilo que faz — afirma Hilaine.

O pedreiro João Vicente de Souza trabalhou com carteira assinada por 17 anos — há três atuava na mesma empreiteira. Até que, em dezembro passado, foi demitido, engrossando a estatística de 418 mil vagas perdidas no setor de construção civil no ano passado, o segmento que mais eliminou postos de trabalho. Ele entrou no time dos conta própria, que soma atualmente 22,6 milhões de trabalhadores, número que é 527 mil maior que há um ano.

DE VOLTA AO MERCADO

Para se preparar para a nova fase, Vicente fez cursos gratuitos, investiu em material, mas a vida de empreendedor traz suas incertezas. A pesquisa mostrou que 41% dos entrevistados fizeram curso de qualificação para manter ou conseguir emprego.

Iraci Gomes também está trabalhando por conta própria. Desde que perdeu o emprego, começou a cuidar de crianças para garantir o próprio sustento e o da filha, Ana Clara, de 10 anos. São três crianças da vizinhança que ficam na sua casa:

— Foi a maneira que encontrei para ficar com a minha filha e trabalhar.

Depois de 43 anos no mercado de trabalho, o gerente comercial Jorge Luiz Coutinho achou que poderia descansar um pouco. Achou errado. Em 2012, ele chegou a se aposentar, após ter atuado em diversas companhias de grande porte, mas precisou voltar à ativa no ano seguinte, para manter o padrão de vida que conquistou nas últimas décadas. Hoje, aos 58 anos, trabalha em uma empresa que fornece material de limpeza para o varejo.

— Para manter o padrão de vida, precisei voltar ao mercado.

A dentista Vânia Vidal Mourão, que atende em Copacabana e na Barra da Tijuca, está ficando mais tempo no consultório. Tudo para adaptar o horário aos pacientes:

— Tem que atender na hora que o paciente pode, preciso equilibrar a agenda conforme o paciente quer. E parcelo o pagamento em até 18 meses.

O marido de Vânia, Elias Corrêa de Farias, empresário, viu o movimento no seu salão de cabeleireiro cair 28% no último ano:

— Os clientes continuaram, mas a frequência diminuiu. Até 2014, atendia 22 pessoas por dia, hoje atendo 12. Faço promoções, o que for para atrair a clientela.

Segundo o diretor da FGV Social e ex-presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcelo Neri, pela primeira vez desde 1992, houve piora em dois indicadores fundamentais para as famílias: a renda do trabalho e a domiciliar per capita, que soma também recursos de aposentadoria e programas sociais, caíram e houve aumento “forte da desigualdade”:

— No último trimestre do ano houve queda forte da renda com aumento de desigualdade, o que não acontecia desde 1997. Esse processo continuou no primeiro trimestre e se aprofundou.

O economista calculou e viu que o Índice de Gini (principal indicador de distribuição de renda, que varia de zero a 1, e quanto mais alto, maior é a desigualdade) subiu de 0,515 para 0,525:

— É uma subida grande. A queda da renda desacelerou mais recentemente, mas é otimismo acreditar que está se revertendo totalmente.

Para o economista, os riscos são grandes.

— Estamos surpreendentemente próximos do topo (das conquistas sociais), mas estamos à beira do precipício, num céu cheio de nuvens — diz Neri.

O arquiteto Ronald Goulart enfrentou uma queda no número de projetos, mas já observa melhora mais recentemente. Teve que recorrer a reservas e viu o desemprego assolar seus clientes:

— Trabalhei para uma empresa na área de petróleo que fechou um ano depois. Grandes empresas pararam tudo. Escritórios que tinham mil funcionários passaram a funcionar com 600. Fiz o trabalho oposto do que fazia. ‘Vou devolver um andar, preciso de layout para se adequar ao novo espaço”, dizem. É uma inversão, normalmente me chamam para expandir. Tive clientes que estavam construindo uma casa e, de repente, acabou o emprego.

A advogada Adriana Tinoco, especializada na área ambiental, não conseguiu novos clientes. Trabalhando no setor de petróleo e gás viu a demanda minguar:

— Vínhamos sentindo a crise antes de ela chegar, já no fim de 2014. Quando a crise aumentou, não perdi clientes, mas não tive novos negócios. A demanda parou.

Ela,então, reduziu os custos com o escritório e passou a trabalhar mais em casa.

Na casa da costureira Maria de Fátima de Souza, todos trabalharam mais. Ela, costureira, vende sacolés, o marido, Valter, aposentado, faz biscate para complementar a aposentadoria.

— Além dos biscates, Valter também corre os supermercados, de bicicleta, atrás das promoções — conta Fátima.

Fonte: O Globo

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