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País fechou 64 mil empresas e perdeu 2,1 mi postos de trabalho em um ano
quarta-feira, 27 de junho de 2018
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Construção e indústria estão entre os setores que mais sofreram, enquanto energia e serviços financeiros figuram entre os poucos setores que tiveram algum crescimento.
Em 2016, havia 5,05 milhões de empresas e organizações registradas no país, 1,3% a menos que em 2015. No total, 51,4 milhões de pessoas trabalhavam nelas, incluindo assalariados, sócios e proprietários –o número é 4% menor que no ano anterior.
O total de salários e remunerações pagos no país teve queda de 3% (de R$ 1,66 trilhão para R$ 1,61 trilhão). Considerado o salário médio mensal, porém, houve alta de 0,7% (de R$ 2.643,56 para R$ 2.661,18).
Os dados são do Cempre (Cadastro Central de Empresas), uma base de dados administrada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) com informações sobre todas as empresas formais constituídas no país. Os números são de dois anos atrás, mas só foram divulgados nesta quarta-feira (27) pelo IBGE porque esses estudos demoram a ser feitos pelo órgão.
"Na comparação com o ano anterior, houve redução em quase todas as variáveis analisadas, em decorrência da crise econômica, com exceção apenas do salário médio mensal", disse o IBGE em seu relatório. Em 2016, o PIB teve uma queda de 3,5%, depois de já ter caído outros 3,5% em 2015.
Liderando as demissões, o setor de construção dispensou 20,5% de seu pessoal ocupado assalariado entre 2015 e 2016. Foi seguido por outras atividades de serviços (-15,6%), indústrias extrativas (-8,1%, que incluem a extração de petróleo e minérios) e a indústria de transformação, que representa quase a totalidade da indústria brasileira e reduziu em 5,1% a sua força de trabalho.
Dos 20 setores categorizados pelo IBGE, apenas cinco registraram aumento no número de trabalhadores assalariados naquele ano: eletricidade e gás (+6,9%); entidades e organismos internacionais (+6,1%); o segmento de artes, cultura, esporte e recreação (+0,9%); educação (+0,3%) e as atividades financeiras, que incluem bancos, investimentos e seguros (+0,1).
Foi também o setor de eletricidade e gás que registrou os maiores rendimentos do país: o salário médio do segmento, naquele ano, foi de R$ 7.263,19, seguido pelas atividades financeiras, que pagaram, em média, R$ 5.916,33.
Na outra ponta, ganhava os piores salários quem trabalhava nos serviços de alojamento e alimentação (R$ 1.363,30); atividades administrativas e serviços complementares (R$ 1.652,44) e no comércio, que inclui também a reparação de veículos (R$ 1.753,80).
O comércio, embora tenha um dos piores salários médios do país, é também seu maior empregador: em 2016, empregou 11,4 milhões de pessoas, ou 22,3% do total de trabalhadores ativos naquele ano.
Entre os dados revelados pelo balanço anual do Cempre, também foi possível verificar, em 2016, uma redução na diferença salarial tanto entre o que era ganho por homens e mulheres quanto o que ganhavam os trabalhadores com e sem diploma universitário.
Em 2015, o salário médio pago às mulheres era de R$ 2.191,59 e, aos homens, R$ 2.708,22 –23,6% a mais para eles. Em 2016, essa diferença caiu para 22,2%, com um aumento maior para elas (R$ 2.368,98) que para eles (R$ 2.895,56).
Na divisão por grau de instrução, os trabalhadores com nível superior saem com larga vantagem, ganhando cerca de três vezes mais do que os colegas sem o diploma.
A diferença, porém, também se espremeu um pouco de um ano para o outro: o salário do trabalhador sem nível superior cresceu, em média, 6,9% de 2015 para 2016, de R$ 1.745,62 para R$ 1.866,89, enquanto, no caso dos trabalhadores com superior completo, o aumento foi menor, de 3%, de R$ 5.349,89 para R$ 5.507,82. Com isso, a diferença de um para o outro caiu de 206,48% em 2015 para 195,03% em 2016.