
Educadores protestam em Ibiúna por Piso Nacional da Educação
Na manhã desta segunda-feira, 28 de julho, educadores realizaram uma manifestação pacífica em frente à Prefeitura de Ibiúna, no interior paulista, (veja reportagem) exigindo respeito ao piso nacional.
Com cartazes e palavras de ordem, os manifestantes reivindicaram o cumprimento da lei que estabelece o salário mínimo profissional para os trabalhadores da educação em todo o país.
“Precisamos agilizar ao máximo a implantação do piso em Ibiúna. Já temos uma ação judicial em andamento, mas ela foi prejudicada porque a Prefeitura não fornece os dados corretos para o sindicato,” explicou Patrícia Bueno Lisboa, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de São Roque, Ibiúna e Região.
De acordo com Patrícia, a categoria está em estado de greve desde a última quarta-feira e já tem uma nova assembleia marcada para 20 de agosto.
“Esperamos avançar até lá, porque essa luta se arrasta há três anos sem resultado. Felizmente, temos o apoio de deputados, presidentes de outros sindicatos e de toda a comunidade escolar.”
A sindicalista reforça que com a mobilização de todos, será possível conquistar esse direito. “Os professores precisam desse reconhecimento. Hoje, eles compram papel higiênico, sabonete e até material de limpeza com o próprio salário, porque a Prefeitura não fornece”, acrescentou a sindicalista.
Prefeito recebe comissão e abre diálogo
Em sinal de respeito e compromisso com o diálogo, o prefeito Mário Pires recebeu uma comissão representativa no gabinete da Prefeitura para uma reunião oficial.
Estiveram presentes representantes sindicais, a advogada do sindicato, conselheiros municipais, secretários da administração e integrantes das equipes de recursos humanos e controle orçamentário.
A reunião também contou com a presença do Procurador Geral do Município e de membros da imprensa local, garantindo transparência às discussões realizadas durante o encontro.
Durante a reunião, a Prefeitura prestou esclarecimentos sobre a contratação da Fundação FEDAP, que será responsável por elaborar estudos técnicos para o reajuste dos salários.
O contrato com a fundação foi firmado em 1º de julho e, de acordo com o governo municipal, garantirá análises individualizadas dentro dos limites legais e orçamentários da cidade.
Além disso, o prefeito convidou os presentes para participar da primeira reunião com a fundação, agendada para esta terça-feira, 29 de julho, no próprio gabinete.
Estado de greve permanece, mas sem paralisação
Apesar da manutenção do estado de greve, os representantes decidiram não suspender as aulas, evitando prejuízos imediatos aos estudantes da rede municipal de ensino.
Essa posição poderá mudar, no entanto, caso os educadores percebam falta de seriedade ou comprometimento por parte da gestão com as negociações em andamento.
A dirigente sindical reforça que o Sindicato segue aberto ao diálogo, mas continuará mobilizado até que a aplicação do piso seja garantida de forma efetiva.
Por fim, Patrícia destaca que a diferença salarial para muitos professores gira entre R$ 800 e R$ 1.000.
“Não é um valor absurdo, mas faz muita falta no orçamento de quem já arca com tantas despesas. Essa ajuda é urgente e necessária.”
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