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Força
Um pouco de política
quinta-feira, 8 de maio de 2008
Força
O deputado federal pelo PDT de São Paulo e presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, tem sido massacrado pela imprensa nos últimos dias.
Há uma acusação vazia, decorrente de uma investigação realizada pela Polícia Federal sob segredo de justiça e que "vazou" para os jornais, rádios e televisões.
O deputado desmente todas as acusações feitas pela imprensa, explica-se na Câmara para seus colegas, abre seus sigilos fiscal, bancário e telefônico e convence seus correligionários de sua inocência.
Nada aplaca o insaciável apetite da mídia. É preciso entender os motivos desta perseguição.
A mídia no Brasil forma um conjunto muito especial de empresas – familiares, modernas, endividadas e poderosas por seus lucros, prestígio e influência. As relações trabalhistas são, quase sempre, maltratadas na modernidade interesseira destas empresas; vão longe os tempos de Chagas Freitas, ex-governador do ex-estado da Guanabara e dono de jornais populares, que dizia em se tratando de relações trabalhistas: "nada além da CLT, nada menos que a CLT". Hoje, as empresas da mídia querem "menos que a CLT", com as pessoas jurídicas (PJs) e outras formas de espezinhar os direitos dos trabalhadores.
O deputado Paulinho enfrentou estes poderes e derrotou a mídia combatendo a Emenda 3 e apoiando o veto presidencial a ela. Fez mais que isso: defendeu em todos os dias de seu mandato os interesses mais amplos dos trabalhadores e do movimento sindical realizando a proeza de garantir, de maneira duradoura, a unidade de ação das mais diferentes direções sindicais, obtendo com elas e para elas retumbantes vitórias.
O deputado Paulinho virou um estorvo para a mídia que orquestrou a atual forte campanha contra ele para mostrar à opinião pública que ainda manda na política, para tentar afastar o indesejável, quebrar as ações positivas do governo na área trabalhista e criar um diversionismo em relação à jornada unitária do dia 28 de maio pela redução da jornada de trabalho.
Paulinho é do PDT e se orgulha da amizade que teve com Leonel Brizola nos últimos anos de vida do carismático político. E sendo trabalhista sabe que, ao longo da história, a sua corrente política se constituiu em permanente atrito com a mídia da ocasião. É só lembrar o papel da imprensa no suicídio de Getúlio, a gritaria contra Jango, os ataques permanentes contra Brizola, que teve seu grande dia de felicidade quando a Justiça obrigou a Globo e Cid Moreira a se retratarem, e mesmo a insidiosa campanha recente contra o ministro Carlos Lupi.
* JOÃO GUILHERME VARGAS NETTO é assessor sindical do Sintetel e de outras entidades de trabalhadores.