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"A Mondelez tem como desafio alcançar um equilíbrio entre geração de receita e lucro. E o Brasil, maior mercado da companhia na América Latina, não ficaria fora desse plano", disse Augusto Lemos, presidente da Mondelez no Brasil.
No país, as mudanças incluem o fechamento de duas fábricas, ampliação de outras duas unidades, abertura de um centro de distribuição e ampliação do portfólio.
Em maio, a Mondelez abre em Viana (ES) um centro de distribuição que vai atender Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais. A unidade vai complementar os centros de distribuição de Louveira (SP), Araucária (PR), Cabo de Santo Agostinho (PE) e Maceió (AL).
A companhia também vai fechar, até dezembro, as fábricas que possui em Bauru (SP) e Piracicaba (SP) e transferir a produção para Curitiba e Vitória de Santo Antão (PE). As fábricas de Bauru e Piracicaba empregam 1,4 mil pessoas. A companhia informou que parte dos empregados serão transferidos. Outra parte terá acesso a um programa de recolocação profissional. A transferência será feita de forma gradual ao longo do ano.
Com a reestruturação, a produção de gomas e balas, chocolates, bebidas em pó, sobremesas e cream cheese será feita em Curitiba. A produção de biscoitos e chocolates ficará em Vitória de Santo Antão. Lemos disse que a companhia investe na expansão das fábricas do Paraná e de Pernambuco para receber a produção e atender à demanda crescente no país. O valor investido é mantido em sigilo.
Globalmente, a Mondelez International investiu US$ 3,5 bilhões entre 2014 e 2018 na reestruturação de seus processos produtivos e logísticos. A meta da companhia, com a reestruturação, é obter uma economia anual de US$ 1,5 bilhão.
A Mondelez International fechou o primeiro trimestre com lucro líquido de US$ 938 milhões, resultado 48,9% acima do registrado no primeiro trimestre de 2017. A receita líquida da companhia no mundo cresceu 5,5%, para US$ 6,7 bilhões. Excluindo a variação do câmbio, o aumento foi de 2,4%.
Lemos disse, sem citar números, que as vendas no Brasil cresceram no primeiro trimestre. "A companhia apresentou resultados em linha com o projetado. Para o ano, a Mondelez mantém a proposta de crescer, principalmente em países emergentes", afirmou o executivo.
O desafio da Mondelez no país, segundo ele, é liderar o crescimento em categorias nas quais atua. De acordo com dados da Nielsen, no acumulado de 12 meses encerrado em fevereiro deste ano, a Mondelez detinha 8,3% de participação no mercado de biscoitos, em volume de vendas. Em chocolate, a fatia é de 34,7%.
Lemos disse que a companhia trará neste ano produtos que já fazem sucesso no exterior. Nesta semana, a companhia apresenta ao varejo linhas que chegam às gôndolas a partir de junho. Entre as novidades estão tabletes Lacta com sabores de geleia de morango, baunilha e amendoim, caramelo salgado e coco. "Esses sabores existem lá fora e são muito bem-sucedidos. A expectativa é de uma boa receptividade no Brasil."
Em 2017, a Mondelez investiu mais em linhas que mesclam marcas de chocolate e biscoito – como o Bis Oreo e o Laka com Oreo. "Essas linhas têm sido uma grata surpresa", afirmou. A Mondelez também reformulou a linha Bis, que passa a ter mais chocolate na fórmula. E colocará no mercado o Bis Black, com biscoito de chocolate. Ainda na categoria de biscoitos, a Mondelez desenvolveu para a linha Crostini de Club Social o sabor ervas e cereais e o sabor alho com ervas de provence.
Na categoria de gomas de mascar, a fabricante colocará no mercado uma embalagem de Trident com 18 chicletes. "Havia um número grande de pessoas que comprava essa embalagem no exterior e cobrava a empresa por não ter essa opção no Brasil", afirmou Lemos. A Mondelez detém 37,1% do mercado de gomas, em volume.
A companhia também reformulou as embalagens do Tang. Em bebidas em pó, a marca lidera com 50,6% do mercado em volume.
