Menu

Mapa do site

Emissão de boleto

Nacional São Paulo

Emissão de boleto

Nacional São Paulo
8 OUT 2025

Imagem do dia

Seminário Pré-COP30; FOTOS

Imagem do dia - Força Sindical

Enviar link da notícia por e-mail

Artigos

2011 Ano da Itália no Brasil

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Artigos

2011 Ano da Itália no Brasil

Por: Milton Cavalo

A cultura italiana é parte da raiz do povo brasileiro. Esta história começou com a intensa imigração do povo da Itália para o Brasil na segunda metade do século 19, que, com seus descendentes introduziram costumes no país na mesma medida em que também se adaptaram à cultura local. Esta mistura repercutiu em diversos setores: do trabalho manual ao intelectual, no campo ou na cidade.

A vinda de imigrantes europeus à América foi favorecida pelo empenho da Inglaterra, superpotência do século 19, em disseminar o liberalismo pelo mundo. E na lógica da livre concorrência, não cabia o trabalho escravo, mas sim o assalariado operário capitalista, mesmo que o salário em questão fosse irrisório. Para isso a Inglaterra fez uma forte pressão pelo fim do tráfico negreiro.

O Brasil, uma das principais colônias escravistas, onde os negros africanos impulsionaram as economias do açúcar e da mineração, sentiu o peso desta pressão. Embora tendo o trabalho escravo se estendido até 1888, o fim da “importação” de africanos impactou a demanda de trabalhadores. E a falta de mão-de-obra no início do ciclo do café levou o governo paulista a subsidiar a vinda de imigrantes europeus para trabalhar nos cafezais. O restante da Europa, por sua vez, sofria com o alto crescimento demográfico, com crises e desemprego, o que fez muitos de seus filhos debandarem. Neste quebra-cabeça internacional a propaganda da imigração foi peça chave. Cartazes espalhados, sobretudo nos países europeus mais afetados, como a Itália, anunciavam prosperidade à oeste do Atlântico e seduziam os nativos do clima temperado a iniciar nova vida. Foi a deixa para que milhares de europeus desiludidos fizessem suas malas e embarcassem nesta que foi uma das maiores aventuras da história: a imigração para as Américas.

Estima-se que entre 1870 e 1970 cerca de metade da população italiana, algo em torno de 28 milhões pessoas, deixou sua terra natal. No Brasil entre 1882 e 1934 4.5 milhões de imigrantes italianos chegaram pelo Porto de Santos. A economia do café era o atrativo para estes trabalhadores. E o café mudou a configuração do país gerando riqueza, fomentando a construção de ferrovias e a industrialização, principalmente em São Paulo e Rio de Janeiro.

Mas o governo paulista tinha intenções escusas além de mão de obra para a lavoura. O incentivo para a vinda de italianos contemplava também o projeto de “branqueamento” da população brasileira, marcada, naquela época, pela mistura entre o índio, o negro e o português. Respaldado pelo pensamento científico, tal ideário racista e discriminatório ocorreu em vários países do mundo, entre final do século XIX e início do século XX. Segundo as teorias de darwinismo social e eugenia racial, incorretas, como foi provado depois, os brancos eram mais hábeis em promover o avanço do país. Por isso era interessante atrair famílias européias inteiras, para que elas disseminassem sua cultura e seus genes por aqui.

No Brasil os italianos se estabeleceram, sobretudo na região sudeste, nos arredores das plantações de café e das Estradas de Ferro do Norte e da São Paulo Railway. Ao chegarem em São Paulo eles se acomodavam na Hospedaria de Imigrantes (construída em 1908) onde obtinham dormitórios, refeições e atendimento médico por até oito dias, até o encaminhamento aos trabalhos.

Cada família podia comprar seu lote de terra nos núcleos coloniais. Segundo a revista O Immigrante (jan/1908 – Arquivo do Estado de SP) em 1908, cerca de 2000 famílias habitavam os lotes paulistas nas colônias: Sabaúna, de italianos e espanhóis; Campos Salles, de alemãs, austríacos, italianos, suíços e escandinavos; Pariquesassú, de polacos, austríacos, alemães e portugueses e o núcleo Nova Odessa, de russos. Todas às margens da estrada de ferro.

Tanta política escondia um lado perverso. O longo prazo de cinco ou dez anos para o pagamento pelo lote, atrelava os imigrantes aos patrões. Além disso, nas plantações de café trabalhavam homens, mulheres e crianças. Os fazendeiros, acostumados com a escravidão, submetiam os imigrantes ao ritmo de trabalho dos escravos. Ao tomar conhecimento da situação o governo da Itália, pos um fim na imigração subsidiada de italianos para o Brasil.

Sem o subsídio a imigração diminuiu muito, mas continuou intensa até a década de 1920, quando o ditador nacionalista Benito Mussolini, passou a controlá-la. A declaração de guerra do Brasil contra os países do eixo, após a Segunda Guerra Mundial e a Lei de Cotas de Imigração, de 1934, do presidente Getúlio Vargas foram outros fatores de decadência deste processo. Mesmo assim ao fim da II Guerra, em 1945, ainda entraram 106.360 italianos no Brasil encerrando este grande fenômeno migratório.

A essa altura a comunidade italiana incorporara-se nas entranhas do Brasil. Tal incorporação se deu conjugada com o crescimento de São Paulo, que entre 1930 e 1980 passou de 130 km2 para 900 km2 de extensão e multiplicou por treze sua população, que passou de um para treze milhões de habitantes. Este casamento não é mera coincidência, uma vez que os italianos participaram ativamente do processo de urbanização da cidade, migrando da agricultura para a indústria e, posteriormente, para o setor terciário de acordo com o ritmo da cidade.

A cultura italiana se reflete na comida, ns festas, no sotaque, na introdução de novas técnicas agrícolas. Mas, mais do que isso, os imigrantes trouxeram em suas bagagens ideologias operárias e influenciaram na formação dos sindicatos e de partidos políticos no Brasil. O ano da Itália no Brasil é um bom momento para fazermos uma revisão desta história.

Milton Baptista de Souza (Cavalo) é Secretário de Cultura e Memória Sindical da Força Sindical, Presidente do Centro de Memória Sindical e Diretor Tesoureiro do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região

 

 

Isenção do IR é vitória da luta sindical. Agora, rumo ao fim do 6×1
Eduardo Annunciato, Chicão

Isenção do IR é vitória da luta sindical. Agora, rumo ao fim do 6×1

Tarifaço, Empregos e a Resposta das Centrais Sindicais no Brasil; por Clemente Ganz
Clemente Ganz Lúcio

Tarifaço, Empregos e a Resposta das Centrais Sindicais no Brasil; por Clemente Ganz

Diretores e dirigentes sindicais
João Guilherme Vargas Netto

Diretores e dirigentes sindicais

O avanço da direita é um desafio para o movimento sindical
Eusébio Pinto Neto

O avanço da direita é um desafio para o movimento sindical

Dois anos sem João Inocentini
Milton Cavalo

Dois anos sem João Inocentini

Mulheres por igualdade, democracia e trabalho decente
Maria Auxiliadora

Mulheres por igualdade, democracia e trabalho decente

Metalúrgicos em Ação
Josinaldo José de Barros (Cabeça)

Metalúrgicos em Ação

Mercado de Trabalho: Avanços e Persistências; por Marilane Teixeira
Marilane Oliveira Teixeira

Mercado de Trabalho: Avanços e Persistências; por Marilane Teixeira

Indústria forte é Brasil forte!
Cristina Helena Silva Gomes

Indústria forte é Brasil forte!

Se está na convenção, é lei
Paulo Ferrari

Se está na convenção, é lei

O lado positivo das homologações sindicais; por César Augusto
César Augusto de Mello

O lado positivo das homologações sindicais; por César Augusto

Resistir pelos interesses dos trabalhadores!
Cláudio Magrão

Resistir pelos interesses dos trabalhadores!

PL da Devastação é carta branca para o desmatamento sem limites
Márcio Ferreira

PL da Devastação é carta branca para o desmatamento sem limites

Pelo trabalhador
Lineu Mazano

Pelo trabalhador

Uma Análise da Retórica Populista à Luz do Pensamento Marxista
Diógenes Sandim Martins

Uma Análise da Retórica Populista à Luz do Pensamento Marxista

Força Sindical participa de roda de conversa no MPT
Força 9 OUT 2025

Força Sindical participa de roda de conversa no MPT

Negociação salarial dos frentistas do estado continua sem acordo
Força 9 OUT 2025

Negociação salarial dos frentistas do estado continua sem acordo

Calor extremo no trabalho exige respostas imediatas
Imprensa 9 OUT 2025

Calor extremo no trabalho exige respostas imediatas

Greve garante vitória dos trabalhadores da Brinquedos Estrela
Força 9 OUT 2025

Greve garante vitória dos trabalhadores da Brinquedos Estrela

Intensificação do trabalho docente no EaD gera alerta nacional
Força 9 OUT 2025

Intensificação do trabalho docente no EaD gera alerta nacional

Renan Calheiros se reúne com centrais para debater isenção do IR
Força 8 OUT 2025

Renan Calheiros se reúne com centrais para debater isenção do IR

Isenção do IR é vitória da luta sindical. Agora, rumo ao fim do 6×1
Artigos 8 OUT 2025

Isenção do IR é vitória da luta sindical. Agora, rumo ao fim do 6×1

Fequimfar intensifica agenda: qualificação, trabalho decente e COP 30
Força 8 OUT 2025

Fequimfar intensifica agenda: qualificação, trabalho decente e COP 30

Seminário Pré-COP30; FOTOS
Força 8 OUT 2025

Seminário Pré-COP30; FOTOS

Seminário Pré-COP30: promovendo trabalho decente e transição justa! Assista
Força 8 OUT 2025

Seminário Pré-COP30: promovendo trabalho decente e transição justa! Assista

Frentistas: saúde, segurança e valorização da categoria
Força 8 OUT 2025

Frentistas: saúde, segurança e valorização da categoria

Servidores públicos debatem reformas em encontro na Força Sindical
Força 8 OUT 2025

Servidores públicos debatem reformas em encontro na Força Sindical

ALERJ debate trabalho precário e riscos em postos de combustíveis
Força 8 OUT 2025

ALERJ debate trabalho precário e riscos em postos de combustíveis

Chicão defende direitos de “pejotizados” em audiência no STF
Força 7 OUT 2025

Chicão defende direitos de “pejotizados” em audiência no STF

Formação fortalece ação sindical da FEQUIMFAR
Força 7 OUT 2025

Formação fortalece ação sindical da FEQUIMFAR

Frentistas do RJ lutam por aumento real nos salários
Força 7 OUT 2025

Frentistas do RJ lutam por aumento real nos salários

Seminário Pré-COP30 debate trabalho decente e transição justa
COP-30 7 OUT 2025

Seminário Pré-COP30 debate trabalho decente e transição justa

Lista Suja: Impacto da Escravidão Moderna no Brasil
Força 7 OUT 2025

Lista Suja: Impacto da Escravidão Moderna no Brasil

Químicos entregam reivindicações ao Grupo CEAG-10 da FIESP
Força 7 OUT 2025

Químicos entregam reivindicações ao Grupo CEAG-10 da FIESP

SIMECAT conquista aumento real e abono de R$ 3,2 mil
Força 6 OUT 2025

SIMECAT conquista aumento real e abono de R$ 3,2 mil

Isenção do IR até R$ 5 mil em debate no SMC News às 14hs; assista
Força 6 OUT 2025

Isenção do IR até R$ 5 mil em debate no SMC News às 14hs; assista

“Pejotização ameaça direitos e representação sindical”, alerta Miguel Torres
Força 6 OUT 2025

“Pejotização ameaça direitos e representação sindical”, alerta Miguel Torres

Aprovadas as Resoluções da 20ª Reunião Americana da OIT
Força 6 OUT 2025

Aprovadas as Resoluções da 20ª Reunião Americana da OIT

Isenção do IR: Vitória histórica da classe trabalhadora!
Força 6 OUT 2025

Isenção do IR: Vitória histórica da classe trabalhadora!

STF debate pejotização com participação de Miguel Torres; assista
Força 6 OUT 2025

STF debate pejotização com participação de Miguel Torres; assista

37 anos da Constituição Cidadã: democracia e direitos sob nossa vigília
Palavra do Presidente 5 OUT 2025

37 anos da Constituição Cidadã: democracia e direitos sob nossa vigília

Sinpospetro Entorno/DF elege diretoria para novo mandato
Força 3 OUT 2025

Sinpospetro Entorno/DF elege diretoria para novo mandato

Força Sindical debate isenção do IR e participação na COP30
Força 3 OUT 2025

Força Sindical debate isenção do IR e participação na COP30

Força Sindical participa da 20ª Conferência Regional da OIT
Força 3 OUT 2025

Força Sindical participa da 20ª Conferência Regional da OIT

Conferência no DF define 15 propostas para a pauta nacional
Força 3 OUT 2025

Conferência no DF define 15 propostas para a pauta nacional

Aguarde! Carregando mais artigos...