Menu

Mapa do site

Emissão de boleto

Nacional São Paulo

Emissão de boleto

Nacional São Paulo
8 OUT 2025

Imagem do dia

Seminário Pré-COP30; FOTOS

Imagem do dia - Força Sindical

Enviar link da notícia por e-mail

Artigos

A estratégia inteligente do financismo

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Artigos

A estratégia inteligente do financismo

Por: Paulo Kliass

Como não dá para criticar ostensivamente a volta da presença do Estado
na esfera econômica a partir do aprofundamento da crise, os
representantes do capital financeiro passam a destilar seu veneno
contra os males da ação pública, com a ajuda do espaço oferecido pelos
grandes jornais.

Paulo Kliass

Em um enfrentamento de médio prazo, as forças políticas e os
defensores de idéias e propostas necessitam estabelecer estratégias de
como se relacionar com os adversários e com o público a ser
convencido. Não basta apenas ter as melhores proposições e tampouco
apenas ser sustentado pela comprovação de que as mesmas são, de fato,
as mais adequadas a uma determinada realidade.

Mais do que isso, é necessário que a maioria das pessoas estejam
convencidas de tal coisa. A questão fica ainda mais complicada quando
se trata de temas de maior densidade técnica, em terrenos
escorregadios, onde poucos se sentem com capacidade e conhecimento
para compreender e debater os fenômenos em foco.

E aqui entram em cena mecanismos fundamentais para a criação de
consensos no interior da sociedade. Infelizmente, ao longo desse
processo, pouco importa se são consensos forjados pelo apego emocional
ou de pouca sustentabilidade racional. Do po nto de vista da lógica
dos defensores das propostas em disputa, o que vale é o resultado
final do embate. Quem ganhou, quem perdeu.

O conceito de hegemonia pode nos ajudar a entender melhor o quadro
atual. Tendo suas origens numa acepção próxima da geopolítica nos
tempos da Grécia Antiga, a noção foi recuperada para o mundo
contemporâneo pelo pensador italiano Antonio Gramsci. E passou a ser
utilizada no campo das ciências humanas em geral. Pode ser vista como
supremacia, influência preponderante, autoridade soberana, liderança
ou predominância. No campo das disputas políticas e ideológicas,
então, revela-se com propriedade para se avaliar as forças e as
potencialidades das idéias.

Os tempos em que vivemos são de forte indefinição. Seja no plano
internacional e dos grandes projetos de construção de alternativas de
sociedades. Seja no plano regional e da construção de blocos
geopolíticos com suas características particulares. Seja no plano
nacional e na definição de um modelo de desenvolvimento inclusivo e
equitativo.

Essa indefinição é ainda mais evidente quando se trata de discutir as
alternativas de política econômica para um país que ainda não integra
o grupo dos chamados “industrializados e desenvolvidos”, em especial
em um momento que se sucede à crise financeira internacional de 2008.
E aqui chegamos ao Brasil, 2011.

O surgimento da crise a partir da seqüência de quebra de instituições
financeiras no mercado norte-americano. A incapacidade do governo
daquele país, dos europeus e demais países industrializados em
encontrar soluções, a partir do ideário até então vigente no circuito
econômico do establishment. A necessidade – criada pelas condições
objetivas do desespero da crise – de recorrer a instrumentos teóricos
e de ação de políticas públicas até ontem considerados heréticos e
irresponsáveis. A superação dos ditames d o Consenso de Washington,
sem passar sequer pelo necessário processo de autocrítica dos
elementos que lhe davam sustentação teórica. O salto do mais puro
estilo do neoliberalismo para uma postura de natureza filo-keynesiana.
A facilidade com que passaram a ser aceitas determinadas idéias, como
as de que nem sempre o mercado apresenta as soluções mais eficientes e
que a ação do Estado pode ser necessária – sim ! – para corrigir
distorções de natureza social e econômica.

Os paradigmas mudaram muito rapidamente nos espaços de tomada de
decisão, mas as cabeças das pessoas que ali estão ainda foram formadas
no antigo pensamento hegemônico da escola superada pela força da
realidade. Dessa forma, assistimos a uma disputa de projetos e idéias
no interior das organizações multilaterais, como o Fundo Monetário
Internacional (FMI) e o Banco Mundial (BM), por exemplo. Assistimos a
longas polêmicas no interior das universidades e dos centros de
pesquis a.

Assistimos a intensos debates entre antigos e novos economistas a
respeito dos rumos e das alternativas de política econômica. Porém, o
tempo de sedimentação das novas formas de encarar o fenômeno econômico
é lento, é o da velocidade da mudança das idéias. E o tempo da tomada
de decisão das autoridades públicas é o do aqui-e-agora, a urgência do
imediatismo necessário para conduzir o País em seu cotidiano.

E aqui entra a estratégia inteligente do financismo. Ao perceber que
não está consolidada ainda uma estratégia alternativa ao modelo
neoliberal, os interesses derrotados pela própria História – que
alguns até afirmaram que havia terminado… – passaram a uma postura
mais defensiva, aguardando os momentos mais adequados para se
manifestar e buscar o caminho da volta por cima. Como não dá, por
enquanto, para questionar abertamente as novas orientações do FMI a
respeito da necessidade de controle de capitais, os repres entantes do
capital financeiro passaram a minar e desacreditar tais propostas por
meio de seu acesso aos grandes meios de comunicação. Como não dá para
criticar ostensivamente a volta da presença do Estado na esfera
econômica a partir do aprofundamento da crise, os representantes do
capital financeiro passam a destilar – pontualmente – seu veneno
contra os males da ação pública, com a ajuda do espaço oferecido pelos
grandes jornais. Como tornou-se impossível continuar proclamando a
panacéia da “solução de mercado” – o suposto livre jogo das forças de
oferta e demanda – para todos os problemas da economia, os
representantes do capital financeiro viram-se obrigados a aprimorar
suas capacidades para criticar todo e qualquer desvio como sendo
intrínseco da ausência da famosa “liberdade de empreender”. Em suma,
uma conduta em que buscam desqualificar o adversário, mesmo sabendo
que não têm alternativas a oferecer no curto prazo, a não ser a preser
vação de seus postos e um envergonhado retorno a um tempo passado, que
à maioria não interessa.

Ou seja, nesse período de disputa hegemônica por novas idéias e novos
modelos, os órgãos da grande imprensa são o palco privilegiado para o
capital financeiro resistir às mudanças e oferecer todas as suas
baterias para desacreditar as alternativas que vão sendo construídas
pouco a pouco. Os grandes jornais e órgãos de comunicação criam uma
verdadeira blindagem a interpretações alternativas para o fenômeno
econômico. Os comentaristas analistas e especialistas ouvidos são
quase sempre os mesmos, repetindo em monocórdio as mesmas
interpretações e apresentando as mesmas sugestões.

Eles próprios constroem o cenário sobre o qual pretendem atuar,
oferecendo a sua própria solução. E a imprensa se encarrega de
reproduzir tal quadro, repetindo os pressupostos ad nauseam e criando
um falso clima de consenso na sociedade. É a tal busca da supremacia
na marra, a construção da hegemonia com características de
artificialidade.

Esse processo é bem visível no debate atual das alternativas de
política econômica em disputa no interior da equipe da Presidenta
Dilma. A toda e qualquer tentativa de apresentar um mecanismo
diferente da elevação da taxa de juros para conter a demanda, o
financismo sai a campo para desmontar a possibilidade. A tática mais
utilizada é a criação de um clima de catastrofismo nos dias que
antecedem às reuniões do COPOM, de maneira a pressionar pela elevação
da SELIC. Os jornais contribuem também ao municiar os leitores com
informações alarmistas a respeito do risco da inflação escapar do
controle. Gritam que a inflação está saindo da meta de 4,5% ao ano,
mas nada mencionam a respeito do intervalo aceitável até 6,5%. Expõem
as previsões para os índices de inflação, mas não analisam a sua
composição para verificar o quanto a taxa de juros é ineficiente para
reduzi-los.

Quando setores do governo reconhecem os prejuízos que nossa sociedade
e nossa economia estão sofrendo com a teimosia de manter a política de
“liberdade cambial”, o financismo vem para as manchetes denunciar os
riscos da intervenção pública no mercado de moedas estrangeiras. De
acordo com as opiniões dos analistas sempre de plantão, o ideal seria
aguardar pacientemente o “dia do equilíbrio final”, quando então a
oferta e a demanda deverão se igualar no mercado de divisas em nossas
terras. A respeito dos riscos e dos custos sociais embutidos nessa
hipótese – desindustrialização, risco nas contas externas – quase
ninguém é chamado a se manifestar nas páginas de economia de nossos
periódicos.

Quando os representantes do capital financeiro vêm a público exigir em
alto e bom tom a redução dos gastos públicos, não há uma única linha
escrita observando que um dos maiores itens de despesa orça mentária
dá-se justamente com o pagamento de juros e serviços da dívida
pública. E que esse tipo de gasto estéril só aumenta ao longo do ano,
a cada decisão do COPOM em aumentar a taxa de juros. E que, ao
contrário, os gastos na área especial apresentam uma taxa alta de
retorno social e econômico, inclusive via pagamento de tributos. Mas
eles insistem na direção oposta: o governo deve cortar os gastos na
própria carne, mas que não ouse tocar no filet mignon das despesas
financeiras!

Em suma, os representantes do capital cumprem bem com a sua tarefa de
criticar marginalmente as decisões do governo sempre que forem
contrários aos seus interesses. E encontram nos órgãos de imprensa um
eficiente mecanismo de ressonância, com a intenção de criar o falso
clima de hegemonia construída na opinião pública.

Um detalhe que não pode passar desapercebido, porém, é que contam com
a boa vontade justamente dos responsáveis pelo go verno nessa sua
empreitada, uma vez que não se encontram vozes suficientes para
criticar de forma efetiva as viúvas do neoliberalismo. Tudo indica que
o temor das ameaças do capital financeiro ainda é muito presente. E
isso contribui para tornar ainda mais lenta a desconstrução ideológica
da ordem antiga e mais difícil a construção de um novo modelo a ser
aceito na sociedade.

Paulo Kliass é Especialista em Políticas Públicas e Gestão
Governamental e doutor em Economia pela Universidade de Paris 10.

Proteger os sindicatos é proteger o trabalhador; por João Carlos (Juruna)
João Carlos Gonçalves, (Juruna)

Proteger os sindicatos é proteger o trabalhador; por João Carlos (Juruna)

Juntos somos fortes!
Gleberson Jales

Juntos somos fortes!

Decisão final do STF sobre o Tema 935 (contribuição assistencial)
César Augusto de Mello

Decisão final do STF sobre o Tema 935 (contribuição assistencial)

A força do voto e a participação cidadã na construção de um futuro mais justo
Eusébio Pinto Neto

A força do voto e a participação cidadã na construção de um futuro mais justo

Energia, Trabalho e Soberania: o Brasil que queremos construir
Eduardo Annunciato, Chicão

Energia, Trabalho e Soberania: o Brasil que queremos construir

Tarifaço, Empregos e a Resposta das Centrais Sindicais no Brasil; por Clemente Ganz
Clemente Ganz Lúcio

Tarifaço, Empregos e a Resposta das Centrais Sindicais no Brasil; por Clemente Ganz

Diretores e dirigentes sindicais
João Guilherme Vargas Netto

Diretores e dirigentes sindicais

Dois anos sem João Inocentini
Milton Cavalo

Dois anos sem João Inocentini

Mulheres por igualdade, democracia e trabalho decente
Maria Auxiliadora

Mulheres por igualdade, democracia e trabalho decente

Metalúrgicos em Ação
Josinaldo José de Barros (Cabeça)

Metalúrgicos em Ação

Mercado de Trabalho: Avanços e Persistências; por Marilane Teixeira
Marilane Oliveira Teixeira

Mercado de Trabalho: Avanços e Persistências; por Marilane Teixeira

Indústria forte é Brasil forte!
Cristina Helena Silva Gomes

Indústria forte é Brasil forte!

Se está na convenção, é lei
Paulo Ferrari

Se está na convenção, é lei

Resistir pelos interesses dos trabalhadores!
Cláudio Magrão

Resistir pelos interesses dos trabalhadores!

PL da Devastação é carta branca para o desmatamento sem limites
Márcio Ferreira

PL da Devastação é carta branca para o desmatamento sem limites

Pelo trabalhador
Lineu Mazano

Pelo trabalhador

Abono salarial: veja seu direito no app Carteira de Trabalho Digital
Força 19 DEZ 2025

Abono salarial: veja seu direito no app Carteira de Trabalho Digital

Carta alerta riscos ao FAT e cobra medidas urgentes
Força 18 DEZ 2025

Carta alerta riscos ao FAT e cobra medidas urgentes

Todo apoio a Padre Júlio Lancellotti
Força 18 DEZ 2025

Todo apoio a Padre Júlio Lancellotti

Instituto Meu Futuro encerra ano com festa e certificados
Força 17 DEZ 2025

Instituto Meu Futuro encerra ano com festa e certificados

Guarulhos: Seminário metalúrgico avalia 2025 e planeja 2026
Força 17 DEZ 2025

Guarulhos: Seminário metalúrgico avalia 2025 e planeja 2026

Metalúrgicos da Deca aprovam Convenção Coletiva 2025
Força 17 DEZ 2025

Metalúrgicos da Deca aprovam Convenção Coletiva 2025

Sindicalistas criticam GT de aplicativos composto por Boulos
Imprensa 17 DEZ 2025

Sindicalistas criticam GT de aplicativos composto por Boulos

Confira o calendário de 2026 para pagamento do abono salarial
Imprensa 17 DEZ 2025

Confira o calendário de 2026 para pagamento do abono salarial

Sinpospetro-RJ celebra 40 anos do Cesteh em debate na Fiocruz
Força 16 DEZ 2025

Sinpospetro-RJ celebra 40 anos do Cesteh em debate na Fiocruz

Federação dos Químicos de Goiás filia-se à CNTQ
Força 16 DEZ 2025

Federação dos Químicos de Goiás filia-se à CNTQ

Brasil e Argentina fortalecem unidade no setor pneumático
Força 16 DEZ 2025

Brasil e Argentina fortalecem unidade no setor pneumático

Mobilização em Porto Alegre defende fim da escala 6×1
Força 15 DEZ 2025

Mobilização em Porto Alegre defende fim da escala 6×1

GM Mogi das Cruzes é acusada de coagir e intimidar trabalhadores
Força 15 DEZ 2025

GM Mogi das Cruzes é acusada de coagir e intimidar trabalhadores

Cofen inaugura espaço e celebra avanço pela unificação da Enfermagem
Força 15 DEZ 2025

Cofen inaugura espaço e celebra avanço pela unificação da Enfermagem

Colônias de Férias do Sindnapi reúnem idosos do programa Turismo 60+
Força 15 DEZ 2025

Colônias de Férias do Sindnapi reúnem idosos do programa Turismo 60+

Redução da jornada e fim da escala 6×1 no debate sindical
Imprensa 15 DEZ 2025

Redução da jornada e fim da escala 6×1 no debate sindical

Todo apoio à greve dos petroleiros!
Força 15 DEZ 2025

Todo apoio à greve dos petroleiros!

Proteger os sindicatos é proteger o trabalhador; por João Carlos (Juruna)
Artigos 15 DEZ 2025

Proteger os sindicatos é proteger o trabalhador; por João Carlos (Juruna)

Força Sindical participa do lançamento do Brasil que Cuida
Força 15 DEZ 2025

Força Sindical participa do lançamento do Brasil que Cuida

Centrais e movimento sociais convocam atos nacionais em defesa da democracia
Força 12 DEZ 2025

Centrais e movimento sociais convocam atos nacionais em defesa da democracia

Força Sindical critica Portaria 204 e cobra diálogo
Força 11 DEZ 2025

Força Sindical critica Portaria 204 e cobra diálogo

Juntos somos fortes!
Artigos 11 DEZ 2025

Juntos somos fortes!

NOTA OFICIAL – CNTTT
Força 11 DEZ 2025

NOTA OFICIAL – CNTTT

Comparação das jornadas de trabalho no Brasil e na França
Imprensa 11 DEZ 2025

Comparação das jornadas de trabalho no Brasil e na França

Banco Central: vergonha nacional dá presentão aos especuladores
Força 10 DEZ 2025

Banco Central: vergonha nacional dá presentão aos especuladores

Dia Internacional dos Direitos Humanos reforça luta sindical
Força 10 DEZ 2025

Dia Internacional dos Direitos Humanos reforça luta sindical

Decisão final do STF sobre o Tema 935 (contribuição assistencial)
Artigos 9 DEZ 2025

Decisão final do STF sobre o Tema 935 (contribuição assistencial)

Centrais sindicais exigem queda urgente na taxa Selic
Força 9 DEZ 2025

Centrais sindicais exigem queda urgente na taxa Selic

Trabalhadores da Maggion aprovam reivindicações da Campanha Salarial 2026
Força 9 DEZ 2025

Trabalhadores da Maggion aprovam reivindicações da Campanha Salarial 2026

Sinpospetro-RJ define prioridades e reforça trabalho de base para 2026
Força 9 DEZ 2025

Sinpospetro-RJ define prioridades e reforça trabalho de base para 2026

Aguarde! Carregando mais artigos...