Menu

Mapa do site

Emissão de boleto

Nacional São Paulo

Emissão de boleto

Nacional São Paulo
5 FEV 2025

Imagem do dia

Presidente da Força reúne-se com Ministro Marcio Macêdo O presidente da Força Sindical, Miguel Torres, reuniu-se com o Ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Marcio Macêdo, nesta terça-feira (4), debater propostas para o Brasil.

Imagem do dia - Força Sindical

Enviar link da notícia por e-mail

Artigos

Dilma e o risco do desmonte do Estado

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Artigos

Dilma e o risco do desmonte do Estado

Privatização, concessão por décadas, redução das fontes tributárias, entre outros, formam um perigoso coquetel que pode colocar em xeque as poucas conquistas ainda existentes em nosso setor público. As medidas adotadas até o momento pela Presidenta Dilma correm o sério risco de se converterem em mais uma etapa no longo processo de desmonte do Estado brasileiro.
Por: Paulo Kliass

Paulo Kliass
 

Desde o início do ano, a pauta de discussão a respeito da política econômica vem sendo dominada, em grande parte, por dois pontos. Em primeiro lugar, pelas expectativas em torno da necessidade ou não de elevação da taxa de juros oficial nas reuniões do COPOM. Em segundo lugar, pelo aparente paradoxo da paralisia dos investimentos, não obstante todo o esforço realizado pelo governo para que o setor privado caminhe na direção da retomada de novos projetos de ampliação da capacidade produtiva do Brasil.

Apesar da importância desse tipo de debate relativo a questões de natureza conjuntural, o fato é que os elementos estruturais e de longo prazo acabam sendo relegados a um segundo plano. É claro que não se pode negligenciar os prejuízos causados por eventual retomada da trajetória de alta da SELIC na reunião da semana que vem, e considero essencial que a crítica da tendência conservadora deva ser feita sem concessões. Mas é necessário, também, que se alargue o horizonte de análise para que se obtenha uma visão de conjunto das mudanças mais gerais que estão a ocorrer no modelo social e econômico de forma mais ampla.

Primeira fase do desmonte: venda das empresas estatais
Desse ponto de vista, o fato relevante é que as medidas adotadas até o momento pela Presidenta Dilma correm o sério risco de se converterem em mais uma etapa no longo processo de desmonte do Estado brasileiro.

Infelizmente, tudo indica que a agenda apresentada pelos representantes do capital tenha sido, em grande parte, incorporada pelo governo. A pretexto de oferecer alternativas para a retomada do crescimento do PIB e para buscar a superação da falta de musculatura da atividade econômica, as entidad es empresariais acabaram por convencer setores expressivos da Esplanada a respeito da necessidade de se reduzir o papel do Estado nas atividades vinculadas à economia.

Passada a etapa da transferência pura e simples do patrimônio público, por meio da venda de empresas estatais federais ao capital privado, o processo de privatização continuou avançando com estratégias mais inteligentes, sutis e sofisticadas. Durante as décadas de supremacia do pensamento neoliberal, nossos dirigentes políticos orgulhavam-se de participar de leilões em que as empresas construídas, ao longo de décadas, com recursos públicos eram cedidas a preços irrisórios e pagas com moedas podres. Bastava uma martelada simbólica em algum leilão, geralmente realizado em salas imponentes do financismo, e a negociata estava concluída. Porém, a partir do início desse novo milênio algumas coisas mudaram. Houve alterações importantes na composição político-ideológica em vário s governos de nosso continente e o mundo desenvolvido foi, logo na seqüência, tomado pela crise iniciada em 2008 nos Estados Unidos.

Ampliação do capital privado sobre o setor público
Face à incapacidade do antigo receituário neoliberal em oferecer respostas e soluções para a retomada do crescimento, a estratégia de desmonte do Estado sofreu algumas redefinições. Hoje em dia, por exemplo, pouca gente tem a coragem política de defender abertamente a venda de empresas como a Petrobrás, o Banco do Brasil ou a Caixa Econômica Federal. A agenda de redução do espaço do Estado foi sendo dilatada no tempo e o mais importante, de acordo com a lógica do capital privado, passou a ser a defesa de sua porção conquistada e o avanço paulatino em direção a outros setores ainda sob influência da esfera pública.

Assim, houve um recuo inequívoco, se comparado a posturas mais ofensivas, como na época em que foram vendidas integralmente as empresas estatais de siderurgia, de petroquímica, de mineração, os bancos estaduais, as empresas de eletricidade e de saneamento, as empresas de transporte urbano e ferroviário, entre tantos outros processos polêmicos. Porém, permaneceu latente e sem interrupção o discurso ferrenhamente liberal, contra a presença do Estado na economia, em razão da suposta ineficiência implícita e inerente ao setor público, face à correspondente superioridade “inquestionável” do capital privado. Na verdade, a coisa é bem mais complexa, pois o empresariado tupiniquim adora bater no ente estatal, mas não perde a chance de pedir recursos no BNDES a custo zero ou outras benesses públicas de todo tipo. Liberal sim, “ma non troppo”…

Concessões de serviços públicos, saúde e educação
Atualmente, a grande oportunidade que se abre para o avanç o privado sobre as possibilidades de acumulação no âmbito do setor público, em nosso País, é representada pelas concessões de serviços públicos. Trata-se de um enorme potencial de atividades vinculadas aos setores de infra-estrutura, com ramos econômicos que têm sua demanda assegurada – oh, flagrante contradição! – pela própria ação do Estado. Ferrovias, portos, rodovias, aeroportos, sistemas de transportes urbanos, eis aqui alguns dos principais focos de acumulação de capital que passam (ou continuam) a ser explorados pelo capital privado nacional e estrangeiro. O serviço público tem sua atividade sob supervisão da respectiva agência pública reguladora, tem suas condições e tarifas determinadas por algum ato do poder público e os contratos oferecem exclusividade de exploração comercial e econômica por prazos que variam entre 20 e 35 anos. Um verdadeiro “filet mignon” oferecido graciosamente para o capital privado, ainda mais se adicionarmo s os recursos públicos a custo irrisório, oferecidos para realização dos investimentos necessários e mesmo para a manutenção do sistema concedido.

Nas áreas da educação e da saúde, a estratégia do sucateamento do setor público também avança a olhos vistos. O ensino universitário privado continuou recebendo os recursos públicos por intermédio do Prouni – ou seja, as mesmas verbas orçamentárias negadas à rede de universidades públicas federais, mas que o Estado repassa aos caixas dos conglomerados do “unibusiness”. Um verdadeiro jogo de “me engana que eu gosto”, onde o lucro de instituições que oferecem péssimo serviço de ensino universitário é assegurado pelas bolsas de estudo oferecidas a estudantes de baixa renda, que vão sair dos estabelecimentos com a ilusão de um diploma debaixo do braço. A exemplo do fenômeno ocorrido com o ensino fundamental, a criação de um sub-setor privado, apoiado politicamente pelas chamadas cla sses médias, pode significar a redução do espaço para o ensino universitário público e de qualidade.

Na área da saúde, a continuidade do processo de estrangulamento do Sistema Único de Saúde (SUS) é garantida pela restrição das verbas orçamentárias e pela redução paulatina da capacidade do sistema em oferecer um atendimento de qualidade à maioria da população. Pouco a pouco, consolida-se a alternativa de privatização do sistema de saúde, por meio da generalização da prática das “organizações sociais” (OSs) nos municípios e nos estados. Até mesmo o governo federal oferece o péssimo exemplo, com a criação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), para flexibilizar as condições de operação dos hospitais universitários. O modelo das OSs cria a falsa ilusão de um jogo em que não haveria perdedores. Uma solução aparentemente mágica, onde ganham todos os atores envolvidos. As unidades da federação por se livrarem de um abacaxi para gerir. Os usuários por receberem um serviço de melhor qualidade. Os profissionais da saúde por serem mais bem remunerados e usufruírem de melhores condições de trabalho. O “pequeno detalhe” – raramente mencionado no debate – é que tudo se inicia com uma dotação de recursos orçamentários creditados na conta da instituição privada. No entanto, essa primeira “fase de ouro” das OSs tem data de validade a vencer e a pavimentação do caminho para a privatização fará com que os atuais ganhadores das licitações sejam substituídos por grupos empresarias cujo objetivo seja apenas a realização de lucros, sem nenhuma preocupação com qualidade de serviço ou possibilidade de pesquisa.

Desoneração tributária e a redução da capacidade do Estado
Por outro lado, o desmonte do Estado conta o apoio substantivo oferecido pela utilização generalizada da prática das desonerações tributárias. É mais do que sabido que a redução dos impostos diminui a capacidade do Estado em cumprir com suas funções básicas e de ampliar seus investimentos. Lançar mão desse tipo de instrumento fiscal é recomendado, sempre de forma temporária, em momentos bem específicos do ciclo econômico. É o caso de risco de recessão e desemprego, como o vivido a partir da crise financeira internacional, onde medidas localizadas de desoneração podem servir como estímulo à retomada da produção e do consumo. Porém, a estratégia adotada em nossas terras se assemelha a apenas mais uma, dentre as inúmeras bondades oferecidas pelo Estado ao capital privado.

O governo proporcionou a desoneração da folha de pagamentos para efeitos de recolhimento de tributos para o cus teio da previdência social. A medida se amplia a novos setores a cada nova Medida Provisória editada e a postura irresponsável das autoridades monta uma verdadeira bomba de efeito retardado para o nosso sistema de previdência pública e universal. O governo isentou de parte da carga tributária a venda de um conjunto amplo de bens, como a linha branca (geladeiras, máquinas de lavar, fogões, etc) e o setor automobilístico. As medidas mais recentes foram na área de energia elétrica e dos produtos da cesta básica. Porém, o fato é que apesar do benefício oferecido, os consumidores nem sempre são contemplados com a mesma redução no preço de aquisição dos bens e serviços. Em resumo, o principal beneficiário é sempre o empresário, que paga menos imposto e aumenta seu lucro.

Dessa forma, o risco que se corre é o da manutenção “ad eternum” desse tipo de redução da capacidade tributária. As medidas de isenção de impostos são periodicament e prorrogadas e o conjunto dos atores se “acostumam” a essa nova realidade. Assim como ocorreu com o fim da CPMF (fonte adicional criada para ajudar no financiamento da saúde), a tendência natural é a da diminuição das fontes de arrecadação, em especial no plano federal. O que se exige em circunstâncias como as atuais é uma ação incisiva do governo justamente para viabilizar a manutenção dos níveis tributários que se tinha no período anterior à isenção. Afinal, todos tínhamos combinado que se tratava de medidas temporárias!

Caso contrário, o conjunto das medidas acima apontadas poderá configurar a continuidade da rota do desmonte do Estado. Privatização, concessão por décadas, redução das fontes tributárias, entre outros, formam um perigoso coquetel que pode colocar em xeque as poucas conquistas ainda existentes em nosso setor público, mas que seja capaz de cumprir com as suas obrigações constitucionais e com as expectativas da maioria da população.

Paulo Kliass é Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental e doutor em Economia pela Universidade de Paris 10

O presidente Lula precisa fazer política
João Guilherme Vargas Netto

O presidente Lula precisa fazer política

A realidade e o retrocesso no comércio mundial proposto por Trump
Eliseu Silva Costa

A realidade e o retrocesso no comércio mundial proposto por Trump

Consignado em até 96 meses beneficia o aposentado, mas é preciso mais
Milton Cavalo

Consignado em até 96 meses beneficia o aposentado, mas é preciso mais

O Mercado como Entidade Imaterial e o Papel do Consumidor na Moderação da Ganância
Diógenes Sandim Martins

O Mercado como Entidade Imaterial e o Papel do Consumidor na Moderação da Ganância

A defesa da democracia com a participação consciente da classe trabalhadora
Eusébio Pinto Neto

A defesa da democracia com a participação consciente da classe trabalhadora

O impacto do Bolsa Família na economia brasileira. Desafios e soluções propostas
Antônio de Sousa Ramalho

O impacto do Bolsa Família na economia brasileira. Desafios e soluções propostas

Posicionamento sobre a saída dos EUA da OMS
Jefferson Caproni

Posicionamento sobre a saída dos EUA da OMS

Por que o sindicalismo incomoda o capitalismo?
Eduardo Annunciato, Chicão

Por que o sindicalismo incomoda o capitalismo?

Caminhos pra 2025
Lineu Mazano

Caminhos pra 2025

Uma Antiga Luta Sindical que Retorna ao Debate
Nilton Souza da Silva, o Neco

Uma Antiga Luta Sindical que Retorna ao Debate

Mudar a jornada!
Josinaldo José de Barros (Cabeça)

Mudar a jornada!

Ir à Greve e Conquistar Direitos; por Clemente Ganz Lúcio
Clemente Ganz Lúcio

Ir à Greve e Conquistar Direitos; por Clemente Ganz Lúcio

MPT: A contribuição assistencial e o exercício de oposição
César Augusto de Mello

MPT: A contribuição assistencial e o exercício de oposição

Porque o Brasil está crescendo; por Airton dos Santos
Airton dos Santos

Porque o Brasil está crescendo; por Airton dos Santos

A importância do Sindicato!
Paulo Eduardo Ritz

A importância do Sindicato!

A importância de homologar no sindicato; por Antonio Rogério Magri
Antonio Rogério Magri

A importância de homologar no sindicato; por Antonio Rogério Magri

Mulheres da Força debatem Março Mulher e ações em 2025
Força 24 FEV 2025

Mulheres da Força debatem Março Mulher e ações em 2025

Veto à taxa assistencial, está na pauta desta terça (25) da Câmara Deputados
Imprensa 24 FEV 2025

Veto à taxa assistencial, está na pauta desta terça (25) da Câmara Deputados

24 de fevereiro – Dia da Conquista do Voto Feminino no Brasil
Força 24 FEV 2025

24 de fevereiro – Dia da Conquista do Voto Feminino no Brasil

Força Sindical SP realiza encontro, dia 11, para celebrar Dia da Mulher
Força 24 FEV 2025

Força Sindical SP realiza encontro, dia 11, para celebrar Dia da Mulher

Nota das Centrais Sindicais em defesa dos Correios e contra a CPI
Força 24 FEV 2025

Nota das Centrais Sindicais em defesa dos Correios e contra a CPI

Força Sindical prepara participação na COP30
Força 24 FEV 2025

Força Sindical prepara participação na COP30

É preciso incentivar a geração de empregos decentes
Força 22 FEV 2025

É preciso incentivar a geração de empregos decentes

Sindserv Guarujá filia-se à Força Sindical
Força 21 FEV 2025

Sindserv Guarujá filia-se à Força Sindical

Art Popular canta: Agamamou; música
Força 21 FEV 2025

Art Popular canta: Agamamou; música

Sintrabor cobra Bridgestone sobre a regularização de terceirizados
Força 21 FEV 2025

Sintrabor cobra Bridgestone sobre a regularização de terceirizados

SinSaúdeSP propõe vale combustível para trabalhadores da saúde
Força 21 FEV 2025

SinSaúdeSP propõe vale combustível para trabalhadores da saúde

Jefferson Caproni assume diretoria de Relações Parlamentares da Federação da Saúde SP
Força 21 FEV 2025

Jefferson Caproni assume diretoria de Relações Parlamentares da Federação da Saúde SP

Força Sindical participa da 1ª Reunião Extraordinária do CMH
Força 21 FEV 2025

Força Sindical participa da 1ª Reunião Extraordinária do CMH

Nota de pesar pelo falecimento de Iraci da Silva Borges
Força 21 FEV 2025

Nota de pesar pelo falecimento de Iraci da Silva Borges

Força SP intensifica mobilização em defesa dos direitos trabalhistas
Força 20 FEV 2025

Força SP intensifica mobilização em defesa dos direitos trabalhistas

Eusébio Neto defende o emprego dos frentistas em Brasília
Força 20 FEV 2025

Eusébio Neto defende o emprego dos frentistas em Brasília

Sindnapi abre inscrições para as aulas de ginástica laboral na subsede em Joinville
Força 20 FEV 2025

Sindnapi abre inscrições para as aulas de ginástica laboral na subsede em Joinville

Metalúrgicos da Força debatem desafios do movimento sindical
Força 20 FEV 2025

Metalúrgicos da Força debatem desafios do movimento sindical

O presidente Lula precisa fazer política
Artigos 20 FEV 2025

O presidente Lula precisa fazer política

Nota: Em Defesa da Democracia!
Força 19 FEV 2025

Nota: Em Defesa da Democracia!

FAT: 35 anos em prol do desenvolvimento do Brasil!
Palavra do Presidente 19 FEV 2025

FAT: 35 anos em prol do desenvolvimento do Brasil!

88,2% das negociações, em janeiro, garantiram aumento real, aponta Dieese
Força 19 FEV 2025

88,2% das negociações, em janeiro, garantiram aumento real, aponta Dieese

SINPOSPETRO-RJ garante data-base dos frentistas do Rio
Força 19 FEV 2025

SINPOSPETRO-RJ garante data-base dos frentistas do Rio

Empresas de Limeira são investigadas por prática antissindical
Imprensa 19 FEV 2025

Empresas de Limeira são investigadas por prática antissindical

Conferência livre da Força Sindical preparatória para Conferência Nacional de Saúde
Saúde e Segurança 19 FEV 2025

Conferência livre da Força Sindical preparatória para Conferência Nacional de Saúde

Cabeça, presidente dos Metalúrgicos de Guarulhos, pede diálogo político e social
Força 19 FEV 2025

Cabeça, presidente dos Metalúrgicos de Guarulhos, pede diálogo político e social

Força-PR é convidada para participar do Dia Internacional da Mulher em Araucária
Força 19 FEV 2025

Força-PR é convidada para participar do Dia Internacional da Mulher em Araucária

Sindicalistas debatem com ministro Marinho novo modelo de crédito consignado
Força 18 FEV 2025

Sindicalistas debatem com ministro Marinho novo modelo de crédito consignado

Força Sindical fará Conferência Livre da Saúde dia 3 de abril
Força 18 FEV 2025

Força Sindical fará Conferência Livre da Saúde dia 3 de abril

Bloco do Faísca sairá neste sábado, 22, na Liberdade, a partir das 14h
Força 18 FEV 2025

Bloco do Faísca sairá neste sábado, 22, na Liberdade, a partir das 14h

Aguarde! Carregando mais artigos...