Menu

Mapa do site

Emissão de boleto

Nacional São Paulo

Emissão de boleto

Nacional São Paulo
29 ABR 2025

Imagem do dia

[caption id="attachment_69212" align="aligncenter" width="1024"]Veja fotos da Plenária e Caminhada da Classe Trabalhadora Veja fotos da Plenária e Caminhada da Classe Trabalhadora[/caption]

Imagem do dia - Força Sindical

Enviar link da notícia por e-mail

Artigos

O discurso de Dilma: uso interno e uso externo

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Artigos

O discurso de Dilma: uso interno e uso externo

Por: Paulo Kliass

Uma das boas novas com que a Presidenta poderia brindar o País em 2013 seria um maior alinhamento de orientação de sua equipe de governo quanto à determinação sugerida aos parceiros europeus para superar a crise. Todos teríamos muito a agradecer por essa tão aproximação entre o “uso interno” e o “uso externo” das receitas de Dilma.
Paulo Kliass
 
As repercussões da recente viagem da Presidenta Dilma à Europa, durante esse final de ano, foram bastante positivas. Refiro-me aqui, em especial, à sua passagem pela França e aos eventos nos quais ela esteve presente. Cada vez mais o Brasil encontra eco junto à comunidade diplomática internacional e vê sua presença fortalecida na cena das nações mais influentes no mundo contemporâneo.

A bem da verdade, é preciso dizer que o sucesso das articulações no território francês serviram também para encobrir um pouco as dificuldades enfrentadas na seqüência da missão, quando a chefe de Estado se dirigiu à Rússia. Isso porque durante as reuniões realizadas naquele integrante do bloco dos BRICs, não se conseguiu êxito no tema que era considerado o ponto mais importante da missão: o anúncio da tão esperada liberação de nossas exportações de carne para aquele país. Junto com outros países, a Rússia mantém um embargo à import ação de carne bovina brasileira, em função dos casos associados à suspeito da doença conhecida como “vaca louca”.

As repercussões da viagem à França

No entanto, a missão diplomática em Paris foi coberta de boas notícias. O evento mais importante foi a participação de Dilma no “Fórum pelo Progresso Social: o crescimento como saída para a crise”. A iniciativa pela organização do evento coube ao Instituto Lula e à Fundação Jean Jaurès, vinculada ao Partido Socialista Francês. O objetivo era conferir maior visibilidade às alternativas menos ortodoxas como caminhos para solução da crise econômica internacional. E isso interessava tanto ao governo brasileiro quanto à equipe de François Hollande. Ao lado do Presidente da França e do ex-Presidente Lula, Dilma foi lá e fez um discurso firme, criticando o tipo de ajuste que a direção da União Européia está impondo aos seus países membros. Falou pesado contra o chamado “tsunami financeiro” patrocinado pelos países desenvolvidos e contra a forma de atuação conservadora ainda encaminhada pela troika (Comissão Européia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional).

Apesar do baixo peso relativo da fala de uma Chefe de Estado de um país externo à cena européia, não se pode menosprezar completamente as conseqüências do ato. E isso pode servir um pouco como contraponto para os ouvidos moucos que a Primeira Ministra da Alemanha, Angela Merkel, tem feito aos tímidos sussurros – quase envergonhados, é bom que se diga – ensaiados por Hollande. Na verdade, Dilma só reforçou a análise do então candidato socialista às eleições presidenciais francesas. Mas depois da posse, o ímpeto mudancista de Hollande parece ter entrado em compasso de espera. Veja aqui trechos do discurso de Dilma:

“E, diante disso, concordamos com o fato de que a opção preferencial por políticas ortodoxas, na maioria dos países desenvolvidos, não tem resolvido o problema da crise, nem seu aspecto fiscal, nem tampouco seu aspecto financeiro. Pelo contrário, o que nós vemos é o agravamento da recessão, o aumento do desemprego, o aumento do desemprego entre os jovens, a desesperança e o desalento. E, com essa recessão e essa situação, a situação fiscal, necessariamente, se deteriora mais.”

Ou ainda:

“Nós sabemos, e essa é uma discussão que está colocada pelo fato da crise ser uma presença internacional, na medida que ela afeta o ritmo de crescimento de todas as economias, nós sabemos que o corte de gastos, a política monetária exclusiva e a retirada de direitos, elas não podem e não devem ser as respostas para a crise, até porque não resolvem as questões da dívida bancária e da dívida soberana. E, muita vezes – como até o próprio Fundo Monetário reconheceu -, a austeridade por si só provoca mais recessão, mais desemprego.”

Encontro com empresários e o convite para investir no Brasil

Dilma ainda compareceu a outros eventos organizados pela diplomacia do Itamaraty em Paris. Houve um seminário dirigido para o empresariado francês, em articulação com a MEDEF, principal associação patronal do país. O foco era a tentativa de estimular os investidores a encararem mais seriamente a “alternativa Brasil” em seu cardápio de opções pelo mundo afora. A Presidenta participou também da Assembléia Geral Anual da União Internacional de Ferrovias, onde procurou chamar a atenção para a retomada (muito tímida, nós aqui sabemos) dessa opção mais lógica e racional de transporte de cargas e de passageiros, em especial para um país de dimensões continentais como o nosso. Finalmente, Dilma encontrou-se com o prefeito socialista de Paris, Bertrand Del anoé, para uma agenda mais política no sentido estrito da palavra.

Para a platéia de empresários, a Presidenta centrou seu discurso na redução do chamado “custo Brasil” e no apelo para o potencial de retorno sobre os investimentos, com a incorporação de novas camadas de assalariados ao mercado consumidor. Porém, como sempre, afinou sua melodia aos encantos de redução do custo da mão-de-obra, insistiu na falácia enganosa do fenômeno da “nova classe média” e procurou assegurar que não estamos passando por nenhum processo de desindustrialização. Veja aqui:

“Atuamos também sobre o custo da mão-de-obra, mas ao contrário do que tem sido feito em muitos países, não estamos reduzindo nem direitos, nem tão pouco precarizando o trabalho no Brasil. Ao contrário, nós reduzimos, de forma significativa, a tributação sobre a nossa folha de pagamento.”

“E isso porque mais de 40 milhões de brasileiros ch egaram à classe média, o equivalente a, em termos de população, a um país como a Argentina, na América do Sul. Hoje, 105 milhões de pessoas integram o que muitos de nós chamam de a nova classe média brasileira.”

“Significa, também, que nós não estamos tendo uma canibalização da nossa indústria, uma vez que nós consideramos que a indústria, junto com o investimento e a infraestrutura, são os elementos estratégicos para que o Brasil mude seu patamar e se torne, cada vez mais, uma economia que possa de fato dobrar a sua renda per capita num horizonte de até 20 anos.”

Enfim, para uso externo, o discurso da Presidenta manteve-se em um patamar bastante razoável, principalmente se levarmos em conta a necessidade de muita flexibilidade e jogo de cintura nesse tipo de missão, para atender aos múltiplos ouvidos de interlocutores os mais diversos. Para os franceses restou um certo sabor de frustração, em razão do silêncio bras ileiro quanto à compra dos jatos para nossa Força Aérea – a Dassault Rafale é uma das candidatas nessa licitação internacional.

Contradição entre as sugestões para fora e a política para dentro

Porém, uma das fragilidades esbarra na contradição entre esse aspecto surpreendente do discurso “para fora” e a passividade com que ela enfrenta os obstáculos internos para avançar no processo de transformação social e econômica em nosso País. Pode até parecer bonito e corajoso chegar botando banca e dizendo às forças políticas progressistas francesas e européias quais seriam seus principais deveres de casa.

No entanto, todos sabemos que a postura de Dilma, quando se trata de solucionar pendências internas, não apresenta a mesma vontade nem a mesma energia que ela tanto recomendou aos seus homólogos no Velho Continente. É bem provável que, se ela houvesse incorporado aqui – em seu cotidiano de chefe d e Estado – a disposição em abraçar os caminhos sugeridos aos europeus, o Brasil estivesse em situação mais interessante.

Para uso interno, ela continua resistindo a romper com a lógica dos interesses das grandes corporações e dos setores vinculados ao modelo primário exportador. Esse tem sido o sentido dos estímulos fiscais e das isenções tributárias oferecidas ao grande capital, sem a exigência de contrapartida do ponto de vista da sustentabilidade econômica, social e ambiental. Da mesma forma, parece ser a origem do apoio de Dilma à inexplicável obsessão de parte da equipe econômica com a manutenção de elevado e sistemático nível de superávit primário. Lá fora, ela critica o apoio exagerado conferido pelos governos ao setor financeiro. Porém, aqui dentro, mantém intocável a drenagem de recursos públicos em direção ao financismo: o Orçamento Geral da União apresenta quase 40% de suas despesas comprometidas com custeio e rolagem d a dívida pública.

Insistência com ajustes conservadores, voltados para o capital

Do ponto de vista social e ambiental, também a versão “uso interno” se contradiz bastante com as sugestões apresentadas aos dirigentes políticos europeus.

O governo mantém e amplia cada vez mais uma perigosa e irresponsável política de desoneração da folha de pagamentos das empresas. O fim da cobrança da contribuição previdenciária patronal compromete seriamente o equilíbrio futuro do Regime Geral de Previdência Social (RGPS). Sob o falso argumento da necessidade de redução do “custo Brasil”, o que se faz é jogar para debaixo do tapete um debate sério a respeito das margens excessivas de lucros das empresas e o impacto do aspecto financeiro no custo total das empresas. O governo federal abdica “espontaneamente” da receita previdenciária oriunda de 20% sobre a folha salarial e fica com uma promessa de contribuiÍ ão de alíquotas sobre o faturamento das empresas. Um dos problemas dessa “experiência de laboratório” é que a conta ainda não fechou. Há setores que recolherão mais do que outros e o fato é que o Tesouro Nacional acabará cobrindo a diferença de mais essa modalidade disfarçada de socialização de ganhos privados.

Por outro lado, a verdadeira preocupação ambiental do governo não pode ser avaliada apenas pelo desempenho da diplomacia em eventos como a Rio+20 ou as intervenções em encontros como o de Paris. O fato é que permanece a submissão aos interesses da bancada do agronegócio e dos setores mais retrógados do ruralismo, como aconteceu quando da votação do Novo Código Florestal. Infelizmente, há muito pouco a ser dito a respeito de compromisso efetivo, e não apenas retórico, com avanços na legislação e na fiscalização ambientais. O mesmo pode ser dito quanto aos escândalos envolvendo as grandes corporações denunciadas por p ráticas sociais nefastas, como a utilização de trabalho escravo. Os órgãos públicos, inclusive o BNDES, continuam a oferecer todos os tipos de vantagens para tais empresas, por mais que elas estejam incluídas na lista suja por tais práticas.

Enfim, uma das boas novas com que a Presidenta poderia brindar o País em 2013 seria um maior alinhamento de orientação de sua equipe de governo quanto à determinação sugerida aos parceiros europeus para superar a crise. Todos teríamos muito a agradecer por essa tão esperada aproximação entre o “uso interno” e o “uso externo” das receitas de Dilma.

Paulo Kliass é Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental e doutor em Economia pela Universidade de Paris 10

A Faria Lima custa caro demais ao Brasil
Eduardo Annunciato, Chicão

A Faria Lima custa caro demais ao Brasil

Trabalho decente reduz as desigualdades sociais
Eusébio Pinto Neto

Trabalho decente reduz as desigualdades sociais

O lado positivo das homologações sindicais; por César Augusto
César Augusto de Mello

O lado positivo das homologações sindicais; por César Augusto

Resistir pelos interesses dos trabalhadores!
Cláudio Magrão

Resistir pelos interesses dos trabalhadores!

PL da Devastação é carta branca para o desmatamento sem limites
Márcio Ferreira

PL da Devastação é carta branca para o desmatamento sem limites

Números grandes
João Guilherme Vargas Netto

Números grandes

Pelo trabalhador
Lineu Mazano

Pelo trabalhador

Sindnapi repudia qualquer ataque aos benefícios dos aposentados
Milton Cavalo

Sindnapi repudia qualquer ataque aos benefícios dos aposentados

Uma Análise da Retórica Populista à Luz do Pensamento Marxista
Diógenes Sandim Martins

Uma Análise da Retórica Populista à Luz do Pensamento Marxista

A realidade e o retrocesso no comércio mundial proposto por Trump
Eliseu Silva Costa

A realidade e o retrocesso no comércio mundial proposto por Trump

O impacto do Bolsa Família na economia brasileira. Desafios e soluções propostas
Antônio de Sousa Ramalho

O impacto do Bolsa Família na economia brasileira. Desafios e soluções propostas

Posicionamento sobre a saída dos EUA da OMS
Jefferson Caproni

Posicionamento sobre a saída dos EUA da OMS

Uma Antiga Luta Sindical que Retorna ao Debate
Nilton Souza da Silva, o Neco

Uma Antiga Luta Sindical que Retorna ao Debate

Mudar a jornada!
Josinaldo José de Barros (Cabeça)

Mudar a jornada!

Pesquisa mostra que 67% dos brasileiros preferem ter carteira assinada
Imprensa 24 JUN 2025

Pesquisa mostra que 67% dos brasileiros preferem ter carteira assinada

Jefferson Caproni reforça apoio à Santa Casa de Santa Fé do Sul
Força 24 JUN 2025

Jefferson Caproni reforça apoio à Santa Casa de Santa Fé do Sul

Sindnapi realizará festa junina em Americana
Força 24 JUN 2025

Sindnapi realizará festa junina em Americana

A Faria Lima custa caro demais ao Brasil
Artigos 24 JUN 2025

A Faria Lima custa caro demais ao Brasil

Sinpospetro-RJ retoma negociação dos frentistas do estado do RJ nesta semana
Força 24 JUN 2025

Sinpospetro-RJ retoma negociação dos frentistas do estado do RJ nesta semana

Ministro do Trabalho participa de ciclo de palestras promovido pelo Sintracon-SP
Força 24 JUN 2025

Ministro do Trabalho participa de ciclo de palestras promovido pelo Sintracon-SP

Força Sindical e CNTM lutam em defesa dos aposentados
Força 23 JUN 2025

Força Sindical e CNTM lutam em defesa dos aposentados

Reduzir a jornada impulsiona qualidade de vida e produtividade
Palavra do Presidente 23 JUN 2025

Reduzir a jornada impulsiona qualidade de vida e produtividade

Sindicalistas debatem 4º Congresso Mundial da IndustriALL
Força 23 JUN 2025

Sindicalistas debatem 4º Congresso Mundial da IndustriALL

Trabalho no feriado: Comerciários de POA notificam 88 empresas que descumpriram CCT
Força 23 JUN 2025

Trabalho no feriado: Comerciários de POA notificam 88 empresas que descumpriram CCT

Nota – Juro alto é veneno para matar a produção e o comércio
Força 18 JUN 2025

Nota – Juro alto é veneno para matar a produção e o comércio

Sindicalistas da Força participam de audiência com senador Paim
Força 18 JUN 2025

Sindicalistas da Força participam de audiência com senador Paim

Eusébio solicita audiência pública na ALERJ para debater riscos do GNV
Força 18 JUN 2025

Eusébio solicita audiência pública na ALERJ para debater riscos do GNV

Sindicato dos Químicos de São Carlos empossa nova diretoria
Força 18 JUN 2025

Sindicato dos Químicos de São Carlos empossa nova diretoria

Sindilimpro filia-se a Força Sindical
Força 18 JUN 2025

Sindilimpro filia-se a Força Sindical

Transporte coletivo do Guarujá pode ter greve a partir do dia 25
Força 17 JUN 2025

Transporte coletivo do Guarujá pode ter greve a partir do dia 25

Vínculos temporários aumentam em 1.760% nos serviços públicos
Força 17 JUN 2025

Vínculos temporários aumentam em 1.760% nos serviços públicos

Centrais Sindicais fazem ato contra juros altos em São Paulo
Força 17 JUN 2025

Centrais Sindicais fazem ato contra juros altos em São Paulo

Trabalho de base aproxima a categoria do sindicato
Força 17 JUN 2025

Trabalho de base aproxima a categoria do sindicato

Nota: Entrevista com Rei do Ovo reproduz estigmas, preconceitos e desinformação
Força 16 JUN 2025

Nota: Entrevista com Rei do Ovo reproduz estigmas, preconceitos e desinformação

Sindicato quer bloquear verba de empresa para pagar grevistas
Força 16 JUN 2025

Sindicato quer bloquear verba de empresa para pagar grevistas

Trabalho decente reduz as desigualdades sociais
Artigos 16 JUN 2025

Trabalho decente reduz as desigualdades sociais

Sindicalistas decidem intensificar luta nos Estados
Força 16 JUN 2025

Sindicalistas decidem intensificar luta nos Estados

Presidente da Força quer que estaduais formem comissão de diálogo com Congresso Nacional
Força 16 JUN 2025

Presidente da Força quer que estaduais formem comissão de diálogo com Congresso Nacional

Centrais Sindicais fazem ato contra juros altos, nesta terça (17)
Força 16 JUN 2025

Centrais Sindicais fazem ato contra juros altos, nesta terça (17)

Apoio de aposentados e lideranças marca ato de 25 anos do Sindnapi
Força 16 JUN 2025

Apoio de aposentados e lideranças marca ato de 25 anos do Sindnapi

Metalúrgicos de Guarulhos realizam encontro de cipeiros
Força 13 JUN 2025

Metalúrgicos de Guarulhos realizam encontro de cipeiros

Força Sindical tem protagonismo nos debates da 113ª Conferência da OIT
Força 13 JUN 2025

Força Sindical tem protagonismo nos debates da 113ª Conferência da OIT

Trabalhadores da BRF em SC iniciam negociação com empresa
Força 13 JUN 2025

Trabalhadores da BRF em SC iniciam negociação com empresa

Sindicalistas se reúnem para fortalecer luta dos metalúrgicos no RJ
Força 13 JUN 2025

Sindicalistas se reúnem para fortalecer luta dos metalúrgicos no RJ

Aguarde! Carregando mais artigos...