Menu

Mapa do site

Emissão de boleto

Nacional São Paulo

Emissão de boleto

Nacional São Paulo
29 ABR 2025

Imagem do dia

[caption id="attachment_69212" align="aligncenter" width="1024"]Veja fotos da Plenária e Caminhada da Classe Trabalhadora Veja fotos da Plenária e Caminhada da Classe Trabalhadora[/caption]

Imagem do dia - Força Sindical

Enviar link da notícia por e-mail

Artigos

O Estado, a crise e os bancos

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Artigos

O Estado, a crise e os bancos

Por: Paulo Kliass

O que não se viu nesse processo de ajuda governamental às instituições financeiras em crise nos EUA e Europa, foi uma ação mais incisiva do Estado em tomar assento nos conselhos de administração e mudar a gestão dos bancos. Na prática, romper com a irresponsabilidade das gestões até a véspera da crise.

Paulo Kliass

A avalanche de notícias a respeito da crise econômico-financeira a cada dia, a cada hora, é tão grande que às vezes perdemos a capacidade de avaliar o processo de forma mais abrangente. No entanto, uma questão que surge de forma recorrente, e confirma um dos traços característicos da crise atual, é a relação dos governos com os bancos. Em especial, no caso, com as instituições financeiras que apresentam dificuldades de caixa e que ameaçam “quebrar”, como se diz no jargão dos operadores do mercado. Aliás, eis uma boa imagem para descrever o processo de falência.

O modelo adotado pela grande maioria dos países do mundo capitalista incorpora, na verdade, o risco e a probabilidade da falência dos bancos. A regulação e a fiscalização do mercado bancário por uma autoridade monetária – ao estilo do Banco Central – é a expressão de tal incerteza.

Com o agravante de que as instituições financeiras, cada vez m ais nos últimos tempos, passaram a exercer um papel estratégico na manutenção da ordem social e econômica em todo o mundo globalizado. Na prática, converteram-se em um foco particular de poder não eleito pelo povo, assim como ocorreu também com os grandes meios de comunicação. Daí a generalização de uma a expressão – “ditadura do mercado financeiro” – que bem representa esse fenômeno de nossos tempos.

O processo de fusão e concentração nesse ramo tão especial da economia – seja nos níveis local, regional ou mundial – terminou por gerar “criaturas” que escaparam a todo e qualquer controle de seus “criadores”, se é que podemos pensar numa analogia com os mitos do tipo do Frankenstein. A idéia subjacente era de que, também nas finanças, para ser eficiente era necessário ser grande, monstruoso mesmo. E logo em seguida, a realidade começou a pressionar em direção a outra lenda: aquela que ficou conhecida em inglês como “too big to fail”. Ou seja, grande demais para quebrar. Uma sutil ameaça velada que passou a pairar sobre a cabeça dos governantes, em uma operação coordenada a partir da divulgação dos interesses dos dirigentes dessas mega-corporações do mundo financeiro. E assim estaria fechado círculo vicioso da pseudo-perenidade dos hiper oligopólios: foram estimulados pelo próprio poder público a crescer, a ponto de não poderem mais quebrar sob pena de colocar o sistema “em risco”!

A hegemonia político-ideológica conservadora exercida ao longo de três décadas de supremacia da ordem neoliberal contribuía ainda mais para que esse estado de coisas parecesse imutável e inquestionável. As universidades, em sua maior parte, formavam seus alunos já sob esse novo paradigma, com a incorporação dos modelos neo-clássicos carregados de fórmulas econométricas e pouca capacidade analítica ou crítica. As organizações multilaterais como FMI, Banco Mundial e similares cumpriam papel estratégico na formulação e implementação dos dogmas do tristemente famoso Consenso de Washington. A grande imprensa não oferecia espaço, via de regra, para outras vozes interpretativas da crise que se anunciava há tempos. No entanto, apesar de todo esse arcabouço em defesa do sistema, o fato é que o modelo, além de injusto e desigual, era inviável no médio e no longo prazos. A História – que não havia chegado a seu fim como previra Fukuyama – encarregou-se de demonstrar a falência do modelo.

Criou-se o mito de que os grandes bancos deveriam ser intocáveis, para o que contavam com a demagogia tão difundida a respeito da suposta necessidade de Bancos Centrais “independentes”. E mais do que isso: eles não poderiam quebrar, pois operavam em áreas vitais para o sucesso da política econômica levada acabo pelos Estados. Há vários exemplos sintomáticos: i) o financiamento das dívidas públicas através das compras de títulos públicos; ii) a presença ativa no mercado cambial (definição da taxa de câmbio) seja comprando ou vendendo moeda estrangeira; iii) o papel essencial na definição da taxa de juros nas operações de crédito e empréstimo na ponta, para empresas e indivíduos; iv) a ação de peso no chamado mercado de derivativos, onde são definidas as grandes tendências especulativas de futuro para todo tipo de papel ou título financeiro em que se queira apostar. Em poucas palavras, o recado era claro: não mexam com os bancos e demais instituições financeiras, pois eles detêm tamanho poder que são capazes de criar instabilidade e provocar ruídos políticos para qualquer que seja o governo de plantão.

A partir dos eventos de 2008 nos Estados Unidos e seus desdobramentos para a Europa e o resto do mundo, a questão bancária ganhou o foco das atenções. Aqueles que eram considerados sólidos e robustos passaram a quebrar em seqüência. Fr ente ao risco da chamada “crise sistêmica” generalizada, os governos foram chamados a adotar uma postura mais pró-ativa, uma vez que as evidências gritavam a respeito da incapacidade do “mercado” em resolver a crise apenas por suas próprias regras de oferta e demanda. Era um simplismo exagerado tratar os mastodontes do mercado financeiro como agentes de um mercado da batatinha dos manuais de micro-economia.

Lá se foram Lehman Brothers, Citibank e tantos outros em uma primeira onda há 3 anos atrás. A ajuda do governo Obama ao sistema financeiro superou a cifra do US$ 1 trilhão. Agora os holofotes giraram para o espaço europeu e suas instituições bancárias. A bola da vez foi o banco Dexia, de origem franco-belga-luxemburguesa. Uma operação coordenada pelos governos dos 3 países e pela União Européia foi avaliada em garantias concedidas no valor de 90 bilhões de euros para assegurar a solvência da instituição.

A questão que se coloca não é tanto a respeito de se ajudar ou não os bancos, com o intuito de evitar sua falência. Talvez o ponto mais polêmico esteja associado aos mecanismos adotados e às cifras utilizadas para tanto. Afinal, os bancos operam com recursos de terceiros, inclusive de pequenos empresários, assalariados, trabalhadores, servidores públicos, camponeses e pensionistas. A postura de “deixa quebrar que eu não tenho nada a ver com isso” talvez não seja a mais adequada. Quando um banco quebra, não são os detentores das grandes fortunas que sentem os maiores prejuízos. Na maioria dos casos, eles detêm informação privilegiada e meios suficientes para salvar a própria pele. Já com os pequenos e médios correntistas ocorre exatamente o contrário: como estes não têm muita escolha e são os últimos a saber das dificuldades, acabam por se revelar como os grandes perdedores.

O que não se viu nesse processo de ajuda governamental às instituições fina nceiras foi uma ação mais incisiva do Estado em tomar assento nos conselhos de administração e mudar a gestão dos bancos. Em geral, os governos estão apenas injetando recursos (públicos!!) nas instituições e deixando a administração privada livre para encontrar as saídas que quiserem para a crise. Apesar da aparência de discurso progressista e preocupado com a ordem social, trata-se na verdade de um suposto keynesianismo completamente às avessas, sem pé nem cabeça. Sim, pois uma coisa é o Estado aumentar seus gastos em áreas que impulsionam a demanda, gerando emprego e renda. Outra, sem nenhum sentido, é promover a elevação dos gastos públicos, dirigindo-os aos caixas dos bancos privados, sem nenhum controle de como será sua gestão.

Caberia aos governos, em tais circunstâncias, condicionar a recuperação das instituições financeiras à alteração da maioria nos órgãos de decisão das mesmas. Na prática, romper com a irresponsabilida de das gestões até a véspera da crise. E com isso adotar medidas importantes e exemplares, tais como: i) a eliminação dos altos salários e bônus pagos aos próprios dirigentes; ii) a separação dos ativos bons e dos ativos podres para evitar a contaminação de uns pelos outros; iii) a identificação das operações fraudulentas e especulativas levadas a cabo pelas gestões anteriores e transformar esses casos em dossiês para incriminação judicial; entre tantos outros.

Assim, dessa forma, a sociedade poderia identificar as boas razões que justificariam a injeção de recursos orçamentários para recuperar a saúde financeira das instituições e apresentar um horizonte futuro de nova modalidade de gestão dos bancos. Recuperar a faceta pública da atividade de intermediação bancária e financeira. Uma orientação que se descole da ação associada à especulação e que se traduza pela recuperação das funções clássicas de tais entidades: reco lher depósitos do grande público e oferecer crédito e empréstimos em condições de responsabilidade e sustentabilidade.

Caso contrário, ficaremos na situação atual, em que a opinião pública condena qualquer tipo de ajuda ao sistema financeiro, pois identifica nele – de forma correta, aliás! – uma verdadeira forma de ditadura que se exerce sobre o conjunto da sociedade. Isso porque se revolta contra a injustiça gritante com que a maioria dos governos vêm tratando seus recursos orçamentários. De um lado, rigor e austeridade nas despesas de natureza social como saúde, educação, previdência e outras. Cortes dolorosos! E de outro lado, a generosidade e a complacência para com a irresponsabilidade dos dirigentes dos bancos, que recebem somas incalculáveis de recursos orçamentários, sem qualquer exigência de contrapartida. Salvar por salvar! Com isso, realmente fica difícil escapar da imagem de dinheiro público sendo jogado fora! Ou melhor, di rigido para os eternos beneficiários da ação do Estado, seja na crise ou no período de bonança.

Paulo Kliass é Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental  e doutor em Economia pela Universidade de Paris 10

 

 

 

 

A Faria Lima custa caro demais ao Brasil
Eduardo Annunciato, Chicão

A Faria Lima custa caro demais ao Brasil

Trabalho decente reduz as desigualdades sociais
Eusébio Pinto Neto

Trabalho decente reduz as desigualdades sociais

O lado positivo das homologações sindicais; por César Augusto
César Augusto de Mello

O lado positivo das homologações sindicais; por César Augusto

Resistir pelos interesses dos trabalhadores!
Cláudio Magrão

Resistir pelos interesses dos trabalhadores!

PL da Devastação é carta branca para o desmatamento sem limites
Márcio Ferreira

PL da Devastação é carta branca para o desmatamento sem limites

Números grandes
João Guilherme Vargas Netto

Números grandes

Pelo trabalhador
Lineu Mazano

Pelo trabalhador

Sindnapi repudia qualquer ataque aos benefícios dos aposentados
Milton Cavalo

Sindnapi repudia qualquer ataque aos benefícios dos aposentados

Uma Análise da Retórica Populista à Luz do Pensamento Marxista
Diógenes Sandim Martins

Uma Análise da Retórica Populista à Luz do Pensamento Marxista

A realidade e o retrocesso no comércio mundial proposto por Trump
Eliseu Silva Costa

A realidade e o retrocesso no comércio mundial proposto por Trump

O impacto do Bolsa Família na economia brasileira. Desafios e soluções propostas
Antônio de Sousa Ramalho

O impacto do Bolsa Família na economia brasileira. Desafios e soluções propostas

Posicionamento sobre a saída dos EUA da OMS
Jefferson Caproni

Posicionamento sobre a saída dos EUA da OMS

Uma Antiga Luta Sindical que Retorna ao Debate
Nilton Souza da Silva, o Neco

Uma Antiga Luta Sindical que Retorna ao Debate

Mudar a jornada!
Josinaldo José de Barros (Cabeça)

Mudar a jornada!

Fundacentro promove debate sobre o fim da escala 6×1
Imprensa 25 JUN 2025

Fundacentro promove debate sobre o fim da escala 6×1

Força SP promove debate sobre Pauta da Classe Trabalhadora
Força 25 JUN 2025

Força SP promove debate sobre Pauta da Classe Trabalhadora

Sindicalistas debatem NR-12 na Fequimfar
Força 25 JUN 2025

Sindicalistas debatem NR-12 na Fequimfar

Comitê Gestor do Projeto SASK se reúne na FEQUIMFAR
Força 25 JUN 2025

Comitê Gestor do Projeto SASK se reúne na FEQUIMFAR

Metalúrgicos da Restaumotor aprovam PLR
Força 25 JUN 2025

Metalúrgicos da Restaumotor aprovam PLR

Pesquisa mostra que 67% dos brasileiros preferem ter carteira assinada
Imprensa 24 JUN 2025

Pesquisa mostra que 67% dos brasileiros preferem ter carteira assinada

Jefferson Caproni reforça apoio à Santa Casa de Santa Fé do Sul
Força 24 JUN 2025

Jefferson Caproni reforça apoio à Santa Casa de Santa Fé do Sul

Sindnapi realizará festa junina em Americana
Força 24 JUN 2025

Sindnapi realizará festa junina em Americana

A Faria Lima custa caro demais ao Brasil
Artigos 24 JUN 2025

A Faria Lima custa caro demais ao Brasil

Sinpospetro-RJ retoma negociação dos frentistas do estado do RJ nesta semana
Força 24 JUN 2025

Sinpospetro-RJ retoma negociação dos frentistas do estado do RJ nesta semana

Ministro do Trabalho participa de ciclo de palestras promovido pelo Sintracon-SP
Força 24 JUN 2025

Ministro do Trabalho participa de ciclo de palestras promovido pelo Sintracon-SP

Força Sindical e CNTM lutam em defesa dos aposentados
Força 23 JUN 2025

Força Sindical e CNTM lutam em defesa dos aposentados

Reduzir a jornada impulsiona qualidade de vida e produtividade
Palavra do Presidente 23 JUN 2025

Reduzir a jornada impulsiona qualidade de vida e produtividade

Sindicalistas debatem 4º Congresso Mundial da IndustriALL
Força 23 JUN 2025

Sindicalistas debatem 4º Congresso Mundial da IndustriALL

Trabalho no feriado: Comerciários de POA notificam 88 empresas que descumpriram CCT
Força 23 JUN 2025

Trabalho no feriado: Comerciários de POA notificam 88 empresas que descumpriram CCT

Nota – Juro alto é veneno para matar a produção e o comércio
Força 18 JUN 2025

Nota – Juro alto é veneno para matar a produção e o comércio

Sindicalistas da Força participam de audiência com senador Paim
Força 18 JUN 2025

Sindicalistas da Força participam de audiência com senador Paim

Eusébio solicita audiência pública na ALERJ para debater riscos do GNV
Força 18 JUN 2025

Eusébio solicita audiência pública na ALERJ para debater riscos do GNV

Sindicato dos Químicos de São Carlos empossa nova diretoria
Força 18 JUN 2025

Sindicato dos Químicos de São Carlos empossa nova diretoria

Sindilimpro filia-se a Força Sindical
Força 18 JUN 2025

Sindilimpro filia-se a Força Sindical

Transporte coletivo do Guarujá pode ter greve a partir do dia 25
Força 17 JUN 2025

Transporte coletivo do Guarujá pode ter greve a partir do dia 25

Vínculos temporários aumentam em 1.760% nos serviços públicos
Força 17 JUN 2025

Vínculos temporários aumentam em 1.760% nos serviços públicos

Centrais Sindicais fazem ato contra juros altos em São Paulo
Força 17 JUN 2025

Centrais Sindicais fazem ato contra juros altos em São Paulo

Trabalho de base aproxima a categoria do sindicato
Força 17 JUN 2025

Trabalho de base aproxima a categoria do sindicato

Nota: Entrevista com Rei do Ovo reproduz estigmas, preconceitos e desinformação
Força 16 JUN 2025

Nota: Entrevista com Rei do Ovo reproduz estigmas, preconceitos e desinformação

Sindicato quer bloquear verba de empresa para pagar grevistas
Força 16 JUN 2025

Sindicato quer bloquear verba de empresa para pagar grevistas

Trabalho decente reduz as desigualdades sociais
Artigos 16 JUN 2025

Trabalho decente reduz as desigualdades sociais

Sindicalistas decidem intensificar luta nos Estados
Força 16 JUN 2025

Sindicalistas decidem intensificar luta nos Estados

Presidente da Força quer que estaduais formem comissão de diálogo com Congresso Nacional
Força 16 JUN 2025

Presidente da Força quer que estaduais formem comissão de diálogo com Congresso Nacional

Centrais Sindicais fazem ato contra juros altos, nesta terça (17)
Força 16 JUN 2025

Centrais Sindicais fazem ato contra juros altos, nesta terça (17)

Aguarde! Carregando mais artigos...