Menu

Mapa do site

Emissão de boleto

Nacional São Paulo

Emissão de boleto

Nacional São Paulo
8 OUT 2025

Imagem do dia

Seminário Pré-COP30; FOTOS

Imagem do dia - Força Sindical

Enviar link da notícia por e-mail

Artigos

Perigo à vista nas contas externas

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Artigos

Perigo à vista nas contas externas

Por: Paulo Kliass

Talvez o fato mais relevante não seja nem tanto os problemas que começam a surgir no descompasso entre exportações e importações. Mas, sim, os grandes obstáculos existentes nas contas de transações correntes. Esses podem provocar prejuízos ainda mais sérios ao País, caso não sejam adotadas medidas urgentes de controle e regulação do fluxo de capitais externos.

Os meios de comunicação começam a apresentar um pouco mais de informações e análises a respeito do comportamento de nossa Balança Comercial. O encerramento das estatísticas relativas ao mês de maio trouxe à tona uma preocupação até então inexplorada pela grande imprensa. O fato é que os valores acumulados dos primeiros cinco meses de 2013 fornecem um quadro inédito e pessimista: o resultado do balanço entre exportações e importações resultou em um déficit de US$ 5,4 bilhões. Trata-se de uma reversão expressiva da tendência, em relação aos valores de anos anteriores.

Para igual período do ano passado, por exemplo, o saldo revelou-se superavitário em US$ 6,3 bi. Em suma, esse foi o pior resultado para o acumulado janeiro-maio desde 1959, quando se iniciou a série apurada pelo Banco Central.

É importante ressaltar que tais movimentos conjuntur ais, de curto prazo, podem ser compensados por resultados mais positivos nas exportações dos próximos meses, a ponto de compensar o saldo acumulado do ano e reverter a situação atual. Mas o fato é que o quadro mais geral aponta, realmente, para que uma luzinha amarela seja acesa no quesito contas externas. Tal análise decorre do fato de que o problema, na verdade, não está apenas no saldo entre exportações e importações. A questão é mais complexa e mais grave.

A evolução da Balança Comercial

Um dos principais argumentos utilizados por aqueles que não se preocupavam com a essência da política econômica conservadora, implementada ao longo dessa última década, era justamente a aparência de tranquilidade exibida pelas nossas contas externas. Com isso, os números oficiais exibidos limitavam-se aos êxitos obtidos nas rubricas de exportações e de sua superioridad e face às importações. E, de fato, por essa ótica o País ia bem. Acumulava reservas internacionais em valores expressivos, que hoje superam a marca de US$ 375 bilhões.

Afinal, o modelo concentrado na prioridade concedida aos diferentes ramos do setor primário-exportador assegurava saldos positivos e crescentes na nossa Balança Comercial. As exportações, contando com os preços crescentes das “commodities” no mercado internacional no primeiro mandato de Lula, batiam recordes atrás de recordes. No entanto, com a passividade do governo frente ao processo de valorização da taxa de câmbio, as importações começaram a crescer também, mas em um ritmo ainda mais acentuado. Entre 2003 e 2006, o valor anual médio do superávit da Balança Comercial era de US$ 37 bilhões. No segundo mandato, entre 2007 e 2010, esse valor cai para US$ 28 bi. Já nessa primeira metade do governo da Presidenta Dilma, o saldo foi reduzido para uma média anual de US$ 24 bi .

Os principais responsáveis por essa redução de mais de 30% no saldo foram os aumentos, mais do que proporcionais, observados também nos valores das importações. No primeiro mandato de Lula, o valor anual médio dos gastos com importados foi de US$ 69 bi, pulando para US$ 150 bi no segundo governo e chegando à média de US$ 225 bi com Dilma. Por seu turno, as exportações cresceram a ritmo bem inferior: saíram de US$ 106 bi em Lula I, passaram a US$ 178 bi em Lula II e alcançaram à média anual de US$ 249 com Dilma.

A necessidade de ampliar análise: Transações Correntes

O detalhe, porém, é que o desempenho da Balança Comercial revela apenas um dos vários elementos que contribuem para o comportamento do setor externo das economias nacionais. As relações econômicas com o aquilo que o economês classifica como “resto do mundo” podem ser analisadas sob a ótica do Balanço de Pagamentos – registro de todas as operações de entradas e saídas de recursos de um país considerado. E esses movimentos são agrupados em 2 grandes blocos de contas: as contas de transações correntes e as contas de capital. Dessa forma, o registro de importações e exportações de bens é um dos componentes das transações correntes. Isso porque ali estão contabilizadas também as operações de créditos e débitos relativos a juros, rendas e serviços realizadas com o exterior.

Isso significa dizer que não basta o acompanhamento de tudo o que ocorre no âmbito da exportação e da importação de bens para se tecer uma avaliação mais abrangente e de qualidade a respeito da economia de um determinado país. É óbvio que devem ser levados em consideração fatores específicos, tais como o diferencial de preços entre bens exportados e importados. E nesse caso, por exemplo, o Brasil está bastante prejudicado, pois exporta cada vez mais com base em uma pauta primarizada de bens (“commodities” agrícolas e minérios) e importa com base em uma pauta de bens manufaturados. Como vende para o exterior bens de baixo valor agregado e compra lá fora produtos de maior agregação de valor, isso pesa em termos do volume total de cada conta. Por outro lado, contribui também a manutenção da taxa de câmbio em um patamar de valorização temerária, pois as importações tornam-se artificialmente mais baratas e isso eleva o total que do País deve arcar com esse tipo de despesa.

Porém, há todo um conjunto de outros itens que começam a afetar de forma expressiva e preocupante nosso setor externo. Isso porque todo o esforço de obtenção do superávit comercial se dilui nas demais despesas das Transações Correntes. Vejamos, portanto, cada caso e como pode impactar o setor externo. As contas que mais pesam são as chamadas despesas com “serviços” e “rendas”. No caso de “ser viços” estão presentes as operações com transportes, viagens, seguros, aluguéis, royalties, serviços empresariais, serviços governamentais e outros. No caso de “rendas”, podemos elencar as despesas e receitas com salários, lucros, juros, dividendos e similares.

O impacto provocado por “serviços” e “rendas”

Até o ano de 2007, tudo caminhava sem nenhum sinal preocupante, uma vez que o saldo total das transações correntes apresentava-se positivo. Isso significava que o saldo da balança comercial (exportações menos importações) era suficiente para cobrir os valores negativos com remessas sob a forma de serviços e rendas. No entanto, a partir de 2008 a situação inverteu-se de vez e os saldos deficitários no total de Transações Correntes passaram a ser crescentes. Vejamos os valores a cada período governamental. Entre 2003 e 2006, o saldo médio anual f oi positivo em US$ 11 bilhões. Já no segundo mandato de Lula, houve uma reversão e o valor anual médio foi deficitário em US$ 17 bi. Sob Dilma esse déficit cresce, de forma bastante exagerada, para US$ 52 bi.

Esse movimento potencialmente explosivo nas Transações Correntes obedece a duas ordens de fatores. Por um lado, contribui a redução gradativa que se observou nos saldos da Balança Comercial ao longo da década, tal como mencionado nos parágrafos iniciais. E, por outro lado, ocorre uma tendência crescente de saldos cada vez mais deficitários no somatório das contas de “serviços” e “rendas”. Tal fato se explica por pagarmos muito mais a estrangeiros do que as quantias que recebemos do exterior relativas a esse título. O saldo líquido de todas as entradas e saídas de recursos com essas contas tem sido sistematicamente negativo. Entre 2003 e 2006, o déficit médio anual foi de US$ 30 bilhões. Ao longo do segundo mandato de Lula, os va lores anuais médios apresentaram um déficit de US$ 56 bi. Já no governo Dilma os valores negativos sobem para uma média de US$ 82 bi.

Caso fiquemos com as informações relativas à média de 2011 e 2012, os números merecem mesmo preocupação. O déficit total da rubrica “serviços” é de US$ 40 bi e o acumulado de “rendas” chega a US$ 42 bi. Ao promover um desmembramento, percebe-se que o saldo líquido de “aluguel com equipamentos” atinge US$ 18 bi, seguido de “viagens internacionais” com US$ 15 bi e de “transportes” com US$ 9 bi. Nesse quesito, por exemplo, as viagens ao exterior chamam a atenção. Estimuladas pelo dólar barato, elas provocaram uma despesa mais elevada no ano passado (US$ 22 bi) do que todo o saldo obtido na Balança Comercial. Um claro sinal de que há algum parafuso fora de lugar nessa engrenagem toda.

Sangria do esforço exportador: remune ração do capital estrangeiro

Os dados referentes ao subconjunto “rendas”, porém, são os que expressam bem o sentido das despesas que o Brasil realiza com suas divisas. Mais de 99% dos US$ 42 bi são classificados como “renda do investimento”. Assim, ali pode se perceber que US$ 25 bi saem sob a forma de “renda do investimento direto” (lucros e dividendos) e US$ 17 bi são enviadas ao exterior sob a denominação de juros. Aqui, portanto, fica bem evidenciado como são distribuídos os esforços todos realizados pelo conjunto da sociedade brasileira para gerar esse resultado no setor externo. Tudo acaba em apropriação das divisas geradas entre os detentores do capital e os rentistas do sistema financeiro internacional.

Assim, talvez o fato mais relevante não seja nem tanto os problemas que começam a surgir no descompasso entre exportações e importações. Mas, sim, os grandes obstáculos existentes nas contas de transações correntes. Esses podem provocar prejuízos ainda mais sérios ao País, caso não sejam adotadas medidas urgentes de controle e regulação do fluxo de capitais externos.

Paulo Kliass é Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental e doutor em Economia pela Universidade de Paris 10.

 

Isenção do IR é vitória da luta sindical. Agora, rumo ao fim do 6×1
Eduardo Annunciato, Chicão

Isenção do IR é vitória da luta sindical. Agora, rumo ao fim do 6×1

Tarifaço, Empregos e a Resposta das Centrais Sindicais no Brasil; por Clemente Ganz
Clemente Ganz Lúcio

Tarifaço, Empregos e a Resposta das Centrais Sindicais no Brasil; por Clemente Ganz

Diretores e dirigentes sindicais
João Guilherme Vargas Netto

Diretores e dirigentes sindicais

O avanço da direita é um desafio para o movimento sindical
Eusébio Pinto Neto

O avanço da direita é um desafio para o movimento sindical

Dois anos sem João Inocentini
Milton Cavalo

Dois anos sem João Inocentini

Mulheres por igualdade, democracia e trabalho decente
Maria Auxiliadora

Mulheres por igualdade, democracia e trabalho decente

Metalúrgicos em Ação
Josinaldo José de Barros (Cabeça)

Metalúrgicos em Ação

Mercado de Trabalho: Avanços e Persistências; por Marilane Teixeira
Marilane Oliveira Teixeira

Mercado de Trabalho: Avanços e Persistências; por Marilane Teixeira

Indústria forte é Brasil forte!
Cristina Helena Silva Gomes

Indústria forte é Brasil forte!

Se está na convenção, é lei
Paulo Ferrari

Se está na convenção, é lei

O lado positivo das homologações sindicais; por César Augusto
César Augusto de Mello

O lado positivo das homologações sindicais; por César Augusto

Resistir pelos interesses dos trabalhadores!
Cláudio Magrão

Resistir pelos interesses dos trabalhadores!

PL da Devastação é carta branca para o desmatamento sem limites
Márcio Ferreira

PL da Devastação é carta branca para o desmatamento sem limites

Pelo trabalhador
Lineu Mazano

Pelo trabalhador

Uma Análise da Retórica Populista à Luz do Pensamento Marxista
Diógenes Sandim Martins

Uma Análise da Retórica Populista à Luz do Pensamento Marxista

Força Sindical participa de roda de conversa no MPT
Força 9 OUT 2025

Força Sindical participa de roda de conversa no MPT

Negociação salarial dos frentistas do estado continua sem acordo
Força 9 OUT 2025

Negociação salarial dos frentistas do estado continua sem acordo

Calor extremo no trabalho exige respostas imediatas
Imprensa 9 OUT 2025

Calor extremo no trabalho exige respostas imediatas

Greve garante vitória dos trabalhadores da Brinquedos Estrela
Força 9 OUT 2025

Greve garante vitória dos trabalhadores da Brinquedos Estrela

Intensificação do trabalho docente no EaD gera alerta nacional
Força 9 OUT 2025

Intensificação do trabalho docente no EaD gera alerta nacional

Renan Calheiros se reúne com centrais para debater isenção do IR
Força 8 OUT 2025

Renan Calheiros se reúne com centrais para debater isenção do IR

Isenção do IR é vitória da luta sindical. Agora, rumo ao fim do 6×1
Artigos 8 OUT 2025

Isenção do IR é vitória da luta sindical. Agora, rumo ao fim do 6×1

Fequimfar intensifica agenda: qualificação, trabalho decente e COP 30
Força 8 OUT 2025

Fequimfar intensifica agenda: qualificação, trabalho decente e COP 30

Seminário Pré-COP30; FOTOS
Força 8 OUT 2025

Seminário Pré-COP30; FOTOS

Seminário Pré-COP30: promovendo trabalho decente e transição justa! Assista
Força 8 OUT 2025

Seminário Pré-COP30: promovendo trabalho decente e transição justa! Assista

Frentistas: saúde, segurança e valorização da categoria
Força 8 OUT 2025

Frentistas: saúde, segurança e valorização da categoria

Servidores públicos debatem reformas em encontro na Força Sindical
Força 8 OUT 2025

Servidores públicos debatem reformas em encontro na Força Sindical

ALERJ debate trabalho precário e riscos em postos de combustíveis
Força 8 OUT 2025

ALERJ debate trabalho precário e riscos em postos de combustíveis

Chicão defende direitos de “pejotizados” em audiência no STF
Força 7 OUT 2025

Chicão defende direitos de “pejotizados” em audiência no STF

Formação fortalece ação sindical da FEQUIMFAR
Força 7 OUT 2025

Formação fortalece ação sindical da FEQUIMFAR

Frentistas do RJ lutam por aumento real nos salários
Força 7 OUT 2025

Frentistas do RJ lutam por aumento real nos salários

Seminário Pré-COP30 debate trabalho decente e transição justa
COP-30 7 OUT 2025

Seminário Pré-COP30 debate trabalho decente e transição justa

Lista Suja: Impacto da Escravidão Moderna no Brasil
Força 7 OUT 2025

Lista Suja: Impacto da Escravidão Moderna no Brasil

Químicos entregam reivindicações ao Grupo CEAG-10 da FIESP
Força 7 OUT 2025

Químicos entregam reivindicações ao Grupo CEAG-10 da FIESP

SIMECAT conquista aumento real e abono de R$ 3,2 mil
Força 6 OUT 2025

SIMECAT conquista aumento real e abono de R$ 3,2 mil

Isenção do IR até R$ 5 mil em debate no SMC News às 14hs; assista
Força 6 OUT 2025

Isenção do IR até R$ 5 mil em debate no SMC News às 14hs; assista

“Pejotização ameaça direitos e representação sindical”, alerta Miguel Torres
Força 6 OUT 2025

“Pejotização ameaça direitos e representação sindical”, alerta Miguel Torres

Aprovadas as Resoluções da 20ª Reunião Americana da OIT
Força 6 OUT 2025

Aprovadas as Resoluções da 20ª Reunião Americana da OIT

Isenção do IR: Vitória histórica da classe trabalhadora!
Força 6 OUT 2025

Isenção do IR: Vitória histórica da classe trabalhadora!

STF debate pejotização com participação de Miguel Torres; assista
Força 6 OUT 2025

STF debate pejotização com participação de Miguel Torres; assista

37 anos da Constituição Cidadã: democracia e direitos sob nossa vigília
Palavra do Presidente 5 OUT 2025

37 anos da Constituição Cidadã: democracia e direitos sob nossa vigília

Sinpospetro Entorno/DF elege diretoria para novo mandato
Força 3 OUT 2025

Sinpospetro Entorno/DF elege diretoria para novo mandato

Força Sindical debate isenção do IR e participação na COP30
Força 3 OUT 2025

Força Sindical debate isenção do IR e participação na COP30

Força Sindical participa da 20ª Conferência Regional da OIT
Força 3 OUT 2025

Força Sindical participa da 20ª Conferência Regional da OIT

Conferência no DF define 15 propostas para a pauta nacional
Força 3 OUT 2025

Conferência no DF define 15 propostas para a pauta nacional

Aguarde! Carregando mais artigos...