Menu

Mapa do site

Emissão de boleto

Nacional São Paulo

Emissão de boleto

Nacional São Paulo
29 ABR 2025

Imagem do dia

[caption id="attachment_69212" align="aligncenter" width="1024"]Veja fotos da Plenária e Caminhada da Classe Trabalhadora Veja fotos da Plenária e Caminhada da Classe Trabalhadora[/caption]

Imagem do dia - Força Sindical

Enviar link da notícia por e-mail

Artigos

Perigo à vista nas contas externas

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Artigos

Perigo à vista nas contas externas

Por: Paulo Kliass

Talvez o fato mais relevante não seja nem tanto os problemas que começam a surgir no descompasso entre exportações e importações. Mas, sim, os grandes obstáculos existentes nas contas de transações correntes. Esses podem provocar prejuízos ainda mais sérios ao País, caso não sejam adotadas medidas urgentes de controle e regulação do fluxo de capitais externos.

Os meios de comunicação começam a apresentar um pouco mais de informações e análises a respeito do comportamento de nossa Balança Comercial. O encerramento das estatísticas relativas ao mês de maio trouxe à tona uma preocupação até então inexplorada pela grande imprensa. O fato é que os valores acumulados dos primeiros cinco meses de 2013 fornecem um quadro inédito e pessimista: o resultado do balanço entre exportações e importações resultou em um déficit de US$ 5,4 bilhões. Trata-se de uma reversão expressiva da tendência, em relação aos valores de anos anteriores.

Para igual período do ano passado, por exemplo, o saldo revelou-se superavitário em US$ 6,3 bi. Em suma, esse foi o pior resultado para o acumulado janeiro-maio desde 1959, quando se iniciou a série apurada pelo Banco Central.

É importante ressaltar que tais movimentos conjuntur ais, de curto prazo, podem ser compensados por resultados mais positivos nas exportações dos próximos meses, a ponto de compensar o saldo acumulado do ano e reverter a situação atual. Mas o fato é que o quadro mais geral aponta, realmente, para que uma luzinha amarela seja acesa no quesito contas externas. Tal análise decorre do fato de que o problema, na verdade, não está apenas no saldo entre exportações e importações. A questão é mais complexa e mais grave.

A evolução da Balança Comercial

Um dos principais argumentos utilizados por aqueles que não se preocupavam com a essência da política econômica conservadora, implementada ao longo dessa última década, era justamente a aparência de tranquilidade exibida pelas nossas contas externas. Com isso, os números oficiais exibidos limitavam-se aos êxitos obtidos nas rubricas de exportações e de sua superioridad e face às importações. E, de fato, por essa ótica o País ia bem. Acumulava reservas internacionais em valores expressivos, que hoje superam a marca de US$ 375 bilhões.

Afinal, o modelo concentrado na prioridade concedida aos diferentes ramos do setor primário-exportador assegurava saldos positivos e crescentes na nossa Balança Comercial. As exportações, contando com os preços crescentes das “commodities” no mercado internacional no primeiro mandato de Lula, batiam recordes atrás de recordes. No entanto, com a passividade do governo frente ao processo de valorização da taxa de câmbio, as importações começaram a crescer também, mas em um ritmo ainda mais acentuado. Entre 2003 e 2006, o valor anual médio do superávit da Balança Comercial era de US$ 37 bilhões. No segundo mandato, entre 2007 e 2010, esse valor cai para US$ 28 bi. Já nessa primeira metade do governo da Presidenta Dilma, o saldo foi reduzido para uma média anual de US$ 24 bi .

Os principais responsáveis por essa redução de mais de 30% no saldo foram os aumentos, mais do que proporcionais, observados também nos valores das importações. No primeiro mandato de Lula, o valor anual médio dos gastos com importados foi de US$ 69 bi, pulando para US$ 150 bi no segundo governo e chegando à média de US$ 225 bi com Dilma. Por seu turno, as exportações cresceram a ritmo bem inferior: saíram de US$ 106 bi em Lula I, passaram a US$ 178 bi em Lula II e alcançaram à média anual de US$ 249 com Dilma.

A necessidade de ampliar análise: Transações Correntes

O detalhe, porém, é que o desempenho da Balança Comercial revela apenas um dos vários elementos que contribuem para o comportamento do setor externo das economias nacionais. As relações econômicas com o aquilo que o economês classifica como “resto do mundo” podem ser analisadas sob a ótica do Balanço de Pagamentos – registro de todas as operações de entradas e saídas de recursos de um país considerado. E esses movimentos são agrupados em 2 grandes blocos de contas: as contas de transações correntes e as contas de capital. Dessa forma, o registro de importações e exportações de bens é um dos componentes das transações correntes. Isso porque ali estão contabilizadas também as operações de créditos e débitos relativos a juros, rendas e serviços realizadas com o exterior.

Isso significa dizer que não basta o acompanhamento de tudo o que ocorre no âmbito da exportação e da importação de bens para se tecer uma avaliação mais abrangente e de qualidade a respeito da economia de um determinado país. É óbvio que devem ser levados em consideração fatores específicos, tais como o diferencial de preços entre bens exportados e importados. E nesse caso, por exemplo, o Brasil está bastante prejudicado, pois exporta cada vez mais com base em uma pauta primarizada de bens (“commodities” agrícolas e minérios) e importa com base em uma pauta de bens manufaturados. Como vende para o exterior bens de baixo valor agregado e compra lá fora produtos de maior agregação de valor, isso pesa em termos do volume total de cada conta. Por outro lado, contribui também a manutenção da taxa de câmbio em um patamar de valorização temerária, pois as importações tornam-se artificialmente mais baratas e isso eleva o total que do País deve arcar com esse tipo de despesa.

Porém, há todo um conjunto de outros itens que começam a afetar de forma expressiva e preocupante nosso setor externo. Isso porque todo o esforço de obtenção do superávit comercial se dilui nas demais despesas das Transações Correntes. Vejamos, portanto, cada caso e como pode impactar o setor externo. As contas que mais pesam são as chamadas despesas com “serviços” e “rendas”. No caso de “ser viços” estão presentes as operações com transportes, viagens, seguros, aluguéis, royalties, serviços empresariais, serviços governamentais e outros. No caso de “rendas”, podemos elencar as despesas e receitas com salários, lucros, juros, dividendos e similares.

O impacto provocado por “serviços” e “rendas”

Até o ano de 2007, tudo caminhava sem nenhum sinal preocupante, uma vez que o saldo total das transações correntes apresentava-se positivo. Isso significava que o saldo da balança comercial (exportações menos importações) era suficiente para cobrir os valores negativos com remessas sob a forma de serviços e rendas. No entanto, a partir de 2008 a situação inverteu-se de vez e os saldos deficitários no total de Transações Correntes passaram a ser crescentes. Vejamos os valores a cada período governamental. Entre 2003 e 2006, o saldo médio anual f oi positivo em US$ 11 bilhões. Já no segundo mandato de Lula, houve uma reversão e o valor anual médio foi deficitário em US$ 17 bi. Sob Dilma esse déficit cresce, de forma bastante exagerada, para US$ 52 bi.

Esse movimento potencialmente explosivo nas Transações Correntes obedece a duas ordens de fatores. Por um lado, contribui a redução gradativa que se observou nos saldos da Balança Comercial ao longo da década, tal como mencionado nos parágrafos iniciais. E, por outro lado, ocorre uma tendência crescente de saldos cada vez mais deficitários no somatório das contas de “serviços” e “rendas”. Tal fato se explica por pagarmos muito mais a estrangeiros do que as quantias que recebemos do exterior relativas a esse título. O saldo líquido de todas as entradas e saídas de recursos com essas contas tem sido sistematicamente negativo. Entre 2003 e 2006, o déficit médio anual foi de US$ 30 bilhões. Ao longo do segundo mandato de Lula, os va lores anuais médios apresentaram um déficit de US$ 56 bi. Já no governo Dilma os valores negativos sobem para uma média de US$ 82 bi.

Caso fiquemos com as informações relativas à média de 2011 e 2012, os números merecem mesmo preocupação. O déficit total da rubrica “serviços” é de US$ 40 bi e o acumulado de “rendas” chega a US$ 42 bi. Ao promover um desmembramento, percebe-se que o saldo líquido de “aluguel com equipamentos” atinge US$ 18 bi, seguido de “viagens internacionais” com US$ 15 bi e de “transportes” com US$ 9 bi. Nesse quesito, por exemplo, as viagens ao exterior chamam a atenção. Estimuladas pelo dólar barato, elas provocaram uma despesa mais elevada no ano passado (US$ 22 bi) do que todo o saldo obtido na Balança Comercial. Um claro sinal de que há algum parafuso fora de lugar nessa engrenagem toda.

Sangria do esforço exportador: remune ração do capital estrangeiro

Os dados referentes ao subconjunto “rendas”, porém, são os que expressam bem o sentido das despesas que o Brasil realiza com suas divisas. Mais de 99% dos US$ 42 bi são classificados como “renda do investimento”. Assim, ali pode se perceber que US$ 25 bi saem sob a forma de “renda do investimento direto” (lucros e dividendos) e US$ 17 bi são enviadas ao exterior sob a denominação de juros. Aqui, portanto, fica bem evidenciado como são distribuídos os esforços todos realizados pelo conjunto da sociedade brasileira para gerar esse resultado no setor externo. Tudo acaba em apropriação das divisas geradas entre os detentores do capital e os rentistas do sistema financeiro internacional.

Assim, talvez o fato mais relevante não seja nem tanto os problemas que começam a surgir no descompasso entre exportações e importações. Mas, sim, os grandes obstáculos existentes nas contas de transações correntes. Esses podem provocar prejuízos ainda mais sérios ao País, caso não sejam adotadas medidas urgentes de controle e regulação do fluxo de capitais externos.

Paulo Kliass é Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental e doutor em Economia pela Universidade de Paris 10.

 

Dia do Trabalhador, a reflexão do tempo
Eusébio Pinto Neto

Dia do Trabalhador, a reflexão do tempo

Uma metáfora
João Guilherme Vargas Netto

Uma metáfora

Pelo trabalhador
Lineu Mazano

Pelo trabalhador

Sindnapi repudia qualquer ataque aos benefícios dos aposentados
Milton Cavalo

Sindnapi repudia qualquer ataque aos benefícios dos aposentados

Uma Análise da Retórica Populista à Luz do Pensamento Marxista
Diógenes Sandim Martins

Uma Análise da Retórica Populista à Luz do Pensamento Marxista

A realidade e o retrocesso no comércio mundial proposto por Trump
Eliseu Silva Costa

A realidade e o retrocesso no comércio mundial proposto por Trump

O impacto do Bolsa Família na economia brasileira. Desafios e soluções propostas
Antônio de Sousa Ramalho

O impacto do Bolsa Família na economia brasileira. Desafios e soluções propostas

Posicionamento sobre a saída dos EUA da OMS
Jefferson Caproni

Posicionamento sobre a saída dos EUA da OMS

Por que o sindicalismo incomoda o capitalismo?
Eduardo Annunciato, Chicão

Por que o sindicalismo incomoda o capitalismo?

Uma Antiga Luta Sindical que Retorna ao Debate
Nilton Souza da Silva, o Neco

Uma Antiga Luta Sindical que Retorna ao Debate

Mudar a jornada!
Josinaldo José de Barros (Cabeça)

Mudar a jornada!

Ir à Greve e Conquistar Direitos; por Clemente Ganz Lúcio
Clemente Ganz Lúcio

Ir à Greve e Conquistar Direitos; por Clemente Ganz Lúcio

MPT: A contribuição assistencial e o exercício de oposição
César Augusto de Mello

MPT: A contribuição assistencial e o exercício de oposição

Nota de pesar
Força 3 MAI 2025

Nota de pesar

Confira os ganhadores do 1º de Maio Unificado
1º de Maio 1 MAI 2025

Confira os ganhadores do 1º de Maio Unificado

1º de Maio Unificado 2025; AO VIVO
1º de Maio 1 MAI 2025

1º de Maio Unificado 2025; AO VIVO

1⁰ de Maio de 2025 reuniu milhares de pessoas em SP
Força 1 MAI 2025

1⁰ de Maio de 2025 reuniu milhares de pessoas em SP

1º de Maio: Confira fala do presidente da Força Sindical
1º de Maio 1 MAI 2025

1º de Maio: Confira fala do presidente da Força Sindical

Trabalhadores: Ainda Estamos Aqui. E Vamos Continuar
Força 1 MAI 2025

Trabalhadores: Ainda Estamos Aqui. E Vamos Continuar

“Valorizar piso regional é democratizar renda”, diz Dieese
Força 30 ABR 2025

“Valorizar piso regional é democratizar renda”, diz Dieese

Desemprego em 7% é o menor para o período
Imprensa 30 ABR 2025

Desemprego em 7% é o menor para o período

Dirigentes das Centrais Sindicais visitam palco do 1º de Maio
1º de Maio 30 ABR 2025

Dirigentes das Centrais Sindicais visitam palco do 1º de Maio

Geraldo Alckmin recebe Pauta da Classe Trabalhadora 2025
Força 30 ABR 2025

Geraldo Alckmin recebe Pauta da Classe Trabalhadora 2025

Presidente Lula recebe pauta da classe trabalhadora
Força 29 ABR 2025

Presidente Lula recebe pauta da classe trabalhadora

Sindnapi fortalece Marcha dos trabalhadores em Brasília
Força 29 ABR 2025

Sindnapi fortalece Marcha dos trabalhadores em Brasília

“Unidade do movimento sindical para avançar nas conquistas”, defende Miguel Torres
Força 29 ABR 2025

“Unidade do movimento sindical para avançar nas conquistas”, defende Miguel Torres

Trabalhadores da Bunge em Gaspar/SC lutam por aumento real
Força 29 ABR 2025

Trabalhadores da Bunge em Gaspar/SC lutam por aumento real

Veja fotos da Plenária e Caminhada da Classe Trabalhadora
Força 29 ABR 2025

Veja fotos da Plenária e Caminhada da Classe Trabalhadora

Confira as prioridades da Pauta da Classe Trabalhadora 2025
Força 29 ABR 2025

Confira as prioridades da Pauta da Classe Trabalhadora 2025

Rurais de Nova Granada visitam sede da Força SP
Força 29 ABR 2025

Rurais de Nova Granada visitam sede da Força SP

Nesta quarta (29) tem Plenária, Marcha e Encontro com Lula
Força 29 ABR 2025

Nesta quarta (29) tem Plenária, Marcha e Encontro com Lula

Dia do Trabalhador, a reflexão do tempo
Artigos 28 ABR 2025

Dia do Trabalhador, a reflexão do tempo

Emprego formal no setor privado cresceu 4,2% em 2024, aponta Dieese
Força 28 ABR 2025

Emprego formal no setor privado cresceu 4,2% em 2024, aponta Dieese

Apoio a Frei Chico, ao governo Lula e ao sindicalismo
Força 28 ABR 2025

Apoio a Frei Chico, ao governo Lula e ao sindicalismo

Sindicatos retiram kit do 1º de Maio na sede da Força Sindical
1º de Maio 28 ABR 2025

Sindicatos retiram kit do 1º de Maio na sede da Força Sindical

Trabalho doméstico remunerado; estudo produzido por DIEESE
Imprensa 28 ABR 2025

Trabalho doméstico remunerado; estudo produzido por DIEESE

Entidades lançam novo manifesto em Ato e Canto Pela Vida
Força 28 ABR 2025

Entidades lançam novo manifesto em Ato e Canto Pela Vida

Fraude no INSS: 9 das 11 entidades investigadas foram criadas nos governos Temer e Bolsonaro
Força 28 ABR 2025

Fraude no INSS: 9 das 11 entidades investigadas foram criadas nos governos Temer e Bolsonaro

FEQUIMFAR sedia seminário sobre política industrial e transição justa no setor de mineração
Força 25 ABR 2025

FEQUIMFAR sedia seminário sobre política industrial e transição justa no setor de mineração

Alesp promove seminário sobre redução da jornada; assista
Força 25 ABR 2025

Alesp promove seminário sobre redução da jornada; assista

Sindicalistas, empresários e governo debatem mudanças na NR-1
Força 25 ABR 2025

Sindicalistas, empresários e governo debatem mudanças na NR-1

Após Marcha, Lula receberá Centrais, dia 29/4, em Brasília
Força 25 ABR 2025

Após Marcha, Lula receberá Centrais, dia 29/4, em Brasília

Frentistas do RJ retomam negociação salarial na próxima semana
Força 25 ABR 2025

Frentistas do RJ retomam negociação salarial na próxima semana

Aguarde! Carregando mais artigos...