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Encontro fortalece servidoras no enfrentamento à violência de gênero
terça-feira, 9 de setembro de 2025
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Encontro fortalece servidoras no combate à violência de gênero e debate políticas públicas, valorização profissional e participação feminina
Encontro fortalece servidoras no enfrentamento à violência de gênero
O I Encontro das Mulheres Servidoras aconteceu em 9 de setembro de 2025, na sede da Força Sindical, em São Paulo, e marcou um momento histórico.
A Secretaria Nacional do Setor Público da Força Sindical e a Diretoria de Assuntos da Mulher da CSPB – Confederação dos Servidores Públicos do Brasil organizaram o evento, com apoio da Secretaria Nacional de Política para Mulher e Gênero da Força Sindical.
O encontro reuniu servidoras de diferentes áreas do setor público em um espaço de diálogo e mobilização. A participação ativa nos quatro painéis mostrou a força coletiva das trabalhadoras.
“As servidoras demonstraram que juntas podemos avançar na construção de políticas públicas que assegurem respeito e dignidade”, destacou Cristina Helena, secretária Nacional do Secretariado dos Servidores Públicos da Força Sindical.
Cristina agradeceu imensamente o apoio que tornou possível este primeiro encontro e que a iniciativa integra um debate nacional sobre o empoderamento das mulheres, que estamos realizando em todos os estados até novembro.
“Diante dos dados alarmantes que analisei, não pude me calar. Entre 2020 e dezembro de 2024, o feminicídio aumentou 225%”, alertou a sindicalista.
Além disso, a dirigente sindical ressaltou que tramitam no país quase dois milhões de processos parados da Lei Maria da Penha.
Em sua fala, a sindicalista reforçou ainda que é fundamental sair deste encontro renovadas e comprometidas com a construção de uma sociedade mais justa e fraterna.
“As mulheres continuam sendo massacradas, humilhadas e subjugadas. Não podemos aceitar retrocessos. Nossa luta é por vida, dignidade e futuro. Espero que este encontro nos dê força para seguir em frente como verdadeiras soldadas dessa causa”, defendeu Cristina.
A secretária de Políticas para as Mulheres Gênero da Força Sindical SP, Laura Santos, dirigente da Força Sindical de São Paulo, ressaltou a importância da presença feminina e da continuidade das mobilizações.
Durante sua fala ela destacou ainda que é preciso transformar encontros como este em sementes que gerem mais participação, mais engajamento e mais conquistas.
“Saio deste encontro com a convicção de que precisamos multiplicar essas experiências em nossas bases, nas comunidades, nas escolas e nos locais de trabalho. O fortalecimento da luta das mulheres começa aqui, mas precisa ganhar cada vez mais alcance. Unidos, homens e mulheres, construiremos uma sociedade em que o respeito e a igualdade não sejam apenas discursos, mas realidade cotidiana.”
Nos painéis, especialistas e lideranças discutiram:
enfrentamento à violência de gênero no ambiente de trabalho e na sociedade;
desafios e avanços das políticas públicas voltadas às mulheres;
valorização salarial e reconhecimento profissional das servidoras;
fortalecimento da participação feminina nos espaços sindicais e institucionais.
O secretário de Relações Sindicais da Força Sindical, Geraldino dos Santos Silva, destacou a relevância do encontro para o fortalecimento da luta coletiva. O sindicalista reafirmou a essência do movimento sindical, que é a defesa da dignidade humana.
“A violência de gênero não é apenas uma pauta das mulheres, mas uma questão social que exige mobilização de toda a classe trabalhadora. Precisamos transformar a indignação em ação, a denúncia em políticas públicas e a união em conquistas concretas. Esse é o papel da Força Sindical e é por isso que estamos ao lado das servidoras.”
O secretário-geral da Força Sindical de São Paulo, Carlos Augusto (Carlão), também ressaltou a necessidade de ampliar espaços de escuta e ação. Representando o presidente da Estadual, Danilo Pereira, ele destacou que é sempre importante abrir espaço para receber e propagar a luta das mulheres.
O sindicalista alerta que a violência contra as mulheres tem crescido de forma alarmante, mesmo com resoluções e leis em vigor.
“Isso mostra que precisamos debater o tema com seriedade. Mas quero chamar a atenção: só vamos mudar essa realidade quando as mulheres ocuparem de fato a vida pública”, defendeu.
Ele reforçou que é preciso eleger deputadas federais, estaduais, senadoras e prefeitas comprometidas em defender os interesses das mulheres dentro do Congresso, nas Assembleias e nos municípios.
“Homens progressistas podem apoiar, mas a transformação só virá quando as próprias mulheres estiverem nos espaços de poder. Hoje, as mulheres são maioria e precisam assumir esse objetivo.”
Katia Rodrigues (Katita), diretora de Assuntos da Mulher da CSPB, abriu sua fala ressaltando a importância da unidade e da construção coletiva.
“É uma alegria imensa estar aqui, na nossa casa, celebrando este primeiro encontro.
Katita agradeceu Auxiliadora e Cristina, que estiveram à frente da organização deste encontro, e também aos companheiros e companheiras que apoiaram o evento, demostrando que sozinhas não será possível conseguir nada.
“Mulheres precisam estar unidas para avançar. Juntas, somos mais fortes.”
A sindicalista salientou que encontros como este são tão importantes, pois abrem caminho para que ocupar conselhos, plenárias e todos os espaços de decisão.
“Nossa luta não é apenas das servidoras públicas. É das metalúrgicas, costureiras, químicas, têxteis, de todas as categorias que ainda sofrem com o machismo enraizado, inclusive dentro do movimento sindical. Precisamos nos apoiar mutuamente para transformar essa realidade.”
“Este encontro reafirma o compromisso da Força Sindical, da CSPB e sindicatos filiados em lutar contra a violência de gênero e em ampliar a proteção às mulheres”, finalizou Katita.
Maria Auxiliadora destacou que quando se fala de discriminação e violência, se fala da mulher negra, da mulher pobre, das trabalhadoras que sofrem diariamente e que o grande problema está na sociedade que não assume a defesa verdadeira das mulheres.
“Temos competência e capacidade para assumir qualquer lugar na política, no sindicalismo e na sociedade. O que falta é mudar a cultura. Se não transformarmos os espaços mais próximos, não vamos mudar o Congresso, nem a sociedade, nem o próprio movimento sindical”, reforçou a sindicalista.
Auxiliadora lembrou que a Lei da Igualdade salarial foi sancionada, mas ainda não se sabe se ela será aplicada de fato.
“Eu disse ao presidente Lula que ela não pode ser mais uma lei que ‘pega e não pega’. Ele me respondeu que ‘essa tem que pegar’. Mas ainda estamos esperando”, afirmou a sindicalista lembrando que as servidoras públicas enfrentam um desafio ainda maior.
“Os servidores e as servidoras Não têm sequer o direito de negociação coletiva, enquanto o setor privado já avançou. É urgente garantir esse direito para que as trabalhadoras do serviço público possam negociar de verdade, em vez de aceitar migalhas impostas por governantes e gestores”, defendeu a líder sindical.
A sindicalista finalizou sua fala reafirmando o compromisso da Secretária em ajudar nessa luta.
“Não podemos parar neste primeiro encontro. Precisamos de muitos outros, com mais mulheres participando, escrevendo, discutindo e se engajando. Porque só a participação faz a transformação. Sem ela, nada muda. Parabéns a todas pela coragem e pela luta.”
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