Patronal propõe retirar direitos dos frentistas do estado do RJ

A comissão de negociação salarial do Sinpospetro-RJ está empenhada em obter um aumento real para os sete mil funcionários de postos de combustíveis do estado do Rio de Janeiro; por essa razão, mantém-se firme e não cederá às pressões dos empregadores. Nesta terça-feira, 9 de setembro, mais uma rodada de negociação terminou sem acordo.

O presidente do sindicato, Eusébio Pinto Neto, iniciou a reunião reiterando a proposta apresentada no encontro anterior, que consiste em um aumento salarial de 7,5%, um reajuste de 20% no tíquete alimentação e um incremento de 10% no abono salarial. Ele também reivindicou vale-transporte gratuito para os trabalhadores.

A contraproposta dos representantes do RJ Postos (sindicato patronal) foi considerada absurda. Os empregadores sugeriram a extinção do abono salarial da categoria e, em contrapartida, propuseram um vale-alimentação no valor de R$ 520,00, além de um reajuste salarial de 5,7%. A proposta foi recusada pela diretoria do Sinpospetro-RJ.

Abono salarial

O abono salarial constitui uma conquista da convenção coletiva e simboliza a valorização da força de trabalho.

A remoção da cláusula referente ao abono da convenção coletiva representa uma perda considerável para os empregados. Desde a Reforma Trabalhista de 2017, o que é acordado na convenção coletiva prevalece sobre a legislação. Assim sendo, concordar com a proposta dos patrões de extinguir o abono salarial equivale a rasgar a nossa convenção.

Tíquete alimentação

O tíquete alimentação é apenas um benefício financeiro e não impacta sobre os encargos trabalhistas. A diferença é que as empresas, inscritas no Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), podem deduzir os gastos com o benefício no imposto de renda. Em outras palavras, o empregador não está fazendo caridade, e sim, conta.

Sem acordo

Para tentar chegar a um acordo, o RJ Posto apresentou uma nova contraproposta de reajuste de 6% nos salários, no abono e no seguro de vida, além de 9% no tíquete alimentação. Essa proposta também foi rejeitada pelos representantes dos trabalhadores.

Devido ao impasse, o encontro foi finalizado e uma nova reunião foi agendada para o dia 8 de outubro de 2025.

Manutenção das cláusulas

Todas as cláusulas da Convenção Coletiva 2023/2025 permanecerão em vigor até a próxima reunião. A manutenção das cláusulas representa uma significativa vitória, uma vez que a Reforma Trabalhista acabou com a ultratividade nas negociações, de modo que as empresas não precisam cumprir a convenção após o término de sua vigência.