
Prefeitos e secretários não respeitam servidores, em Santos
Na foto, diretor de comunicação, presidente e secretário-geral do Sindest, Daniel Gomes, Fábio Pimentel e Donizete Fabiano, há um ano, diante do paço, onde dificilmente são recebidos pela administração
O prefeito de Santos, Rogério Pereira (Republicanos), e pelo menos três de seus secretários municipais, não respeitam os 11 mil servidores e 7 mil aposentados do executivo e legislativo.
O primeiro encerrou unilateral e abruptamente as negociações da campanha salarial deste ano, para a data-base de fevereiro. Os demais não recebem o sindicato da categoria (Sindest) para tratar de vários problemas.
A reclamação vem do presidente e do diretor de comunicação do Sindicato dos Servidores Estatutários Municipais de Santos (Sindest), Fábio Pimentel e Daniel Gomes. Eles protestaram muito no seu programa semanal ao vivo pelo facebook, youtube e instagram.
Solidariedade à greve de Praia Grande
Foi na noite de segunda-feira (24), quando, mediados pelo jornalista Willian Ribeiro, primeiro hipotecaram solidariedade aos servidores de Praia Grande paralisados desde sexta-feira (21).
Os dois criticaram com veemência o prefeito daquela cidade, Alberto Mourão (MDB), que até agora não apresentou proposta de reajuste para a data-base da categoria, em campanha desde o final de 2024.
“A falta de respeito com o funcionalismo por parte de Mourão também aconteceu em Santos, apesar de termos conquistado 7% de correção salarial”, disse Fábio.
Nunca viu pessoalmente
O sindicalista reclamou que Rogério encerrou as negociações inesperadamente e enviou projeto de lei à câmara, com sua proposta, antes de ela ser deliberada em assembleia.
Daniel estendeu as queixas aos secretários de gestão, saúde e educação, Adriano Leocádio, Fábio Lopes e Audrey Kleys. O adjunto de finanças e gestão, Éder Santana, também foi citado.
O dirigente ponderou que os quatro não concedem audiência ao sindicato e disse que nunca se encontrou pessoalmente com Fábio Lopes: “Não sei nem como é seu rosto”.
Mais votada
Fábio e Daniel disseram esperar que a comissão especial de vereadores (cev) em defesa do funcionalismo amenize o quadro e promova mediações entre o sindicato e administração.
A ‘cev’, reeditada na semana retrasada, é presidida pela vereadora Débora Camilo (Psol), que participaria da ‘live’, mas foi impedida pelo falecimento de uma parente.
Parlamentar mais votada no ano passado, com mais de 8 mil votos, ela reagendou sua presença no programa de 7 de abril e garantiu que se empenhará em abrir canais de comunicação com o governo.
Continua a campanha
Entre as principais reivindicações que a direção do Sindest tratará em conjunto com a ‘cev’, estão os processos para reclassificações de 65 segmentos do funcionalismo. E, se possível, uma reforma administrativa.
A reforma, segundo Fábio, recompensaria os trabalhadores pelo seu aperfeiçoamento científico e tecnológico não devidamente remunerado com o passar do tempo.
Daniel ressaltou que, apesar do prefeito ter dado a campanha salarial por encerrada, a direção do sindicato insiste na continuidade das negociações.
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