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Paulo Pereira da Silva
Centrais negociam e demissões são suspensas
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009
Paulo Pereira da Silva
Suscitado pela nossa Central e Conlutas, o Tribunal Regional do Trabalho de Campinas suspendeu as 4.270 demissões da Embraer e destacou que demissões em massa não podem ser efetivadas sem negociação com o sindicato da categoria. Disse mais: a empresa também tem função social razão pela qual tem de ser mais criteriosa no corte de pessoal.
A iniciativa das duas centrais sindicais — da qual também participaram a Federação dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo e os Sindicatos dos Metalúrgicos de São José dos Campos e de Botucatu — comprova o preparo destas entidades na luta em defesa dos interesses dos trabalhadores.
Como a empresa agiu de má fé e se recusou a negociar medidas alternativas de redução de custo, só restou aos trabalhadores recorrer à Justiça do Trabalho para manter o emprego.
Na verdade, ao longo dos anos, o movimento sindical — por meio das centrais, confederações, federações e sindicatos — vem demonstrando um alto grau de comprometimento na defesa das categorias profissionais.
Hoje, os dirigentes sindicais são bem mais preparados do que os companheiros que retomaram a luta ainda na ditadura, no final da década de 1970. Uns têm feito regularmente cursos de requalificação. Outros têm o colegial, enquanto um número considerável fez pelo menos um curso universitário.
Isto se reflete na qualidade da negociação e nos bons resultados decorrentes dos acordos coletivos fechados nos últimos anos. Foi por pressão das centrais sindicais que o governo federal firmou acordo, que vai até 2023, de recomposição do poder de compra do salário mínimo.
Também por nossa iniciativa, as centrais foram legalizadas, as convenções 151 e 158 da OIT estão em pauta no Congresso e, desde outubro do ano passado, milhares de demissões foram estancadas, por conta de acordos coletivos assinados por capital e trabalho.
Além disso, as centrais entraram no debate sobre as medidas necessárias para o país manter o crescimento econômico e a geração de empregos. E, ao contrário do que ocorria, não temos um papel secundário nestas discussões.
Somos protagonistas. Sugerimos e o governo federal acatou a concessão de crédito barato para a população ir às compras e para as empresas aumentarem a produção. É que a manutenção do consumo é fundamental para a geração de riqueza e renda e, consequentemente, para a criação de emprego.
E vamos intensificar a luta específica por reivindicações econômicas dos trabalhadores e a luta geral para manter o crescimento e desenvolvimento do país. Estamos preparados para cumprir estas tarefas.
Paulo Pereira da Silva, Paulinho, presidente da Força Sindical