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Paulo Pereira da Silva
Juros baixos são necessários para o emprego
terça-feira, 10 de junho de 2008
Paulo Pereira da Silva
O povo brasileiro está preocupado com o futuro da economia por causa da aceleração da inflação provocada pela alta dos preços dos alimentos e do petróleo. Parte do governo já admite que a inflação deste ano poderá ficar acima do centro da meta (4,5%) e talvez até ultrapassar o teto de tolerância, de 6,5%.
Apesar disso, nós, representantes dos trabalhadores, e os empresários protestamos contra a alta do juro em meio ponto percentual em decisão recente do governo. É um grande erro os tecnocratas do Copom aumentar a taxa Selic sob a justificativa da volta galopante da inflação.
O que o Banco Central precisa entender é que a iniciativa pode acabar asfixiando de forma traumática a economia. Especialmente agora que a produção da indústria brasileira cresceu 10,1% em abril em relação ao mesmo mês de 2007, segundo pesquisa do IBGE.
Os setores que apresentaram o melhor desempenho foram as indústrias automobilística e a farmacêutica. De 27 ramos do setor industrial analisados, 20 apresentaram crescimento em abril na comparação com um ano antes.
Não podemos concordar com o governo porque o juro alto tende frear o desenvolvimento do país e o crescimento da economia, o que vai comprometer o consumo e a geração de emprego e de riqueza.
Acreditamos ainda que a decisão do Copom seja apenas o início de uma política conservadora cujo objetivo é de segurar fortemente o crescimento para provocar uma desaceleração da economia.
Tanto que já subiram as taxas futuras de juros que vai ocasionar um aumento no custo do dinheiro. Esta política econômica do governo federal está punindo o setor produtivo e por conseqüência os trabalhadores e abençoando a especulação.
Além disso, o aumento da taxa Selic é um claro boicote às conquistas dos trabalhadores porque reduzem os ganhos salariais e privilegiam as grandes corporações capitalistas.
Por isso, defendemos que a melhor saída para o país é a elaboração de um projeto de desenvolvimento com ênfase do crédito farto e barato para investimentos nos setores de emprego intensivo de mão-de-obra.