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A história da Força
A Fundação da Central
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
A história da Força
Diz a capa do número 1 da revista da Força Sindical, publicada logo após a sua inauguração: ‘A Força Sindical nasce moderna, pluralista, democrática e com um projeto ambicioso: mudar o Brasil’. Essas palavras mostraram a sua força ao longo dos anos, pois desde a sua fundação a central se caracterizou por essas qualidades.
Modernos somos, pois fomos quem primeiro teve a coragem de modificar a visão do sindicalismo e do trabalho em geral. O pluralismo se verificou logo na fundação, onde uma pesquisa do professor da USP Leôncio Martins Rodrigues verificou que, entre os membros da nova central, havia partidários das mais diversas matizes ideológicas e preferências distintas para o primeiro turno da eleição presidencial que se realizaram em 89. Até hoje é característica da Força Sindical abarcar os mais diversos pontos de vista e estimular o livre debate de idéias. Isso é ser democrático.
Mas e quanto a mudar o Brasil? Aí, é preciso recuar um pouco no tempo.
Estamos em 8 de março de 91. Nesse dia, está sendo inaugurada a Força Sindical, em um grande Congresso no Memorial da América Latina, em São Paulo, que se estendeu também nos dias 9 e 10 de março e reuniu mais de 2,5 mil pessoas de todo o país e do exterior. Ao redor da nova proposta se aglutinavam líderes sindicais e trabalhadores que tiveram a percepção do descompasso em que o movimento sindical se encontrava: muito discurso e pouca ação, proposta de mudanças inviáveis que não levavam a lugar algum e falta de coragem para discutir e propor a modernidade do movimento sindical eram atributos das entidades que defendiam o trabalhador. Não é à toa que o sindicalismo perdia força.
Aqueles que não concordavam com tal estado de coisas, mas, ao contrário, queriam um sindicalismo verdadeiro, que recuperasse sua função de realmente intervir decisivamente no cenário político, econômico e social do Brasil, estiveram naquele primeiro congresso.
E a Força já nasceu lutando. Na época, convivíamos com termos como arrocho, recessão e pacote econômico. Problemas vergonhosos da nação também estavam nas manchetes dos jornais, como a matança covarde de trabalhadores rurais na região chamada ‘Bico do Papagaio’, que compreende os Estados do Pará, Maranhão e Tocantins. Ao mesmo tempo, vivíamos o fim da Guerra Fria, no contexto mundial, e o incipiente processo democrático nacional.
Essas foram nossas raízes e nossas primeiras lutas. A coerência e a capacidade de perceber como iriam se desenvolver essas grandes correntes históricas e sociais marcaram a trajetória da central. Pois era preciso não radicalismo estéril e nem conformismo paralisante.
Era preciso dar aos trabalhadores o reconhecimento de que eles poderiam participar do processo, sentando às mesas de negociações e endurecendo quando necessário. Antes de tudo, que os trabalhadores fossem voz ativa dos novos tempos que viriam. E esse intento a Força Sindical conseguiu e continua lutando. ‘Pois nós temos um caminho e esse caminho não tem volta’, como disse o primeiro presidente eleito da Força Sindical, Luiz Antonio de Medeiros, em seu primeiro discurso como líder de uma nova proposta que tomou conta do país.