Imagem do dia
Enviar link da notícia por e-mail
A história da Força
Os Primeiros de maio que marcaram a história do Sindicalismo brasileiro
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
A história da Força
Ano de 1998. De repente, um 1º de Maio que surpreendeu o Brasil. Essa foi a sensação que se teve ao se verificar a enorme repercussão obtida pelo ‘1º de Maio pelo Emprego’ da Força Sindical.
As imagens relembraram os melhores tempos do movimento sindical. E, quem esteve no Pacaembu, em São Paulo, em 1º de Maio de 98, respirou mesmo os ares de um novo sindicalismo que despontava com toda a força. Um sindicalismo de união, que sonha com um país melhor, mas que nunca tira os pés da realidade para encontrar formas de concretizar esse sonho, e um sindicalismo mais humano, que luta por todos os trabalhadores e por um país mais justo e solidário.
O 1º de Maio de 98 simbolizou tudo isso. Primeiro, pela força de união: registraram-se 70 mil trabalhadores no estádio do Pacaembu e arredores, o que torna o evento um feito histórico dos anos recentes. Depois, porque a data conseguiu unir reivindicação e festa, politização e descontração, e a Força Sindical provou que essas coisas podem andar juntas.
Na prática, 35 mil trabalhadores se sindicalizaram nas semanas que antecederam a data, por causa de uma bem elaborada campanha da central. Outro saldo positivo foi a ‘Campanha da Solidariedade’, proposta para ajudar os irmão do Nordeste vitimados pela seca. Duzentos e cinqüenta toneladas de comida foram arrecadadas e enviadas.
Propostas – E, é claro, foi uma data para se estabelecer propostas, e reafirmar o rumo que a Força Sindical pretende para o país. Um projeto definido, contido no documento ‘O Pacote Social da Força Sindical’, foi divulgado no evento e posteriormente entregue pessoalmente ao Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso. O documento condensa algumas das bandeiras bem conhecidas da central, como as medidas compensatórias para a recessão: as frentes de trabalho – que posteriormente viraram realidade graças à nossa luta -, requalificação profissional, questão de honra para a Força Sindical, programa de estímulo à agro-indústria exportadora – onde a central criou projetos-pilotos no norte do país para provar que a região pode produzir, alimentar seus habitantes e ainda exportar – e desoneração da Cesta Básica.
Essas foram apenas algumas das propostas que revelavam o pioneirismo da Força Sindical. Mais do que isso, revelavam que o desemprego podia ser combatido com imaginação, através de idéias criativas e possíveis de serem colocadas em prática. E é isso que fizemos naquele 1º de Maio.
1999
Depois da surpresa em 98, é claro que se esperava muito do 1º de Maio 99 da Força Sindical. Outras centrais, dessa vez decidiram se mexer para não correrem o risco de comemorarem a data de maneira insípida. Mas, novamente não houve comparação.
Em 99, fomos 100 mil trabalhadores no Sambódromo, em São Paulo. Fomos muito mais ainda se contarmos as comemorações do ‘1º de Maio pelo Brasil – por Emprego, Educação e Qualificação Profissional’ que tomaram conta de todo o Brasil e até do Mercosul. Enfim, o Sambódromo deu a medida de que crescemos ainda mais, e de que ficamos cada vez mais fortes.
Mais uma vez o espaço de luta e reivindicação coexistiu pacificamente com a alegria e a comemoração. Apresentações com grupos de pagode e até com o vocalista Netinho, do Negritude Jr., deram o tom da festa, que começou às 7 horas da manhã. Em pouco tempo, o amplo espaço do Sambódromo ficou lotado de trabalhadores e seus familiares, que ali estiveram porque acreditam na proposta da Força Sindical.
Proposta que foi discutida através de discursos duros contra a recessão e o desemprego. O 1º de Maio de 99 marcou talvez o ponto mais crítico da crise do emprego no Brasil. Algo havia de se fazer urgente, e a Força apresentou suas propostas e sua luta. Incentivo ao setor sucroalcooleiro, proposta que acabou sendo adotada meses depois, reorganização do Proger, bolsa-escola, ampliação do seguro-desemprego e as grandes e urgentes reformas a se fazer no país – agrária, da previdência, tributária, sindical e política -, foram alguns dos pontos colocados aos trabalhadores e ao governo.
Semana do Trabalhador – Em 99, o 1º de Maio da Força Sindical apresentou como novidade a Semana do Trabalhador. Durante os dias que antecederam o evento, diariamente a imprensa noticiava atividades da central, ora lutando por mais segurança e saúde no trabalho, ora relembrando os 113 anos da luta dos operários de Chicago, que originou as comemorações do 1º de Maio. Ou, ainda, anunciando o inédito ‘Almoço com o Trabalhador’, que reuniu centenas de trabalhadores na sede da Força e adjacências para confraternização e para mostrar que o trabalhador tem direito a se sentar na mesa para dividir as riquezas do país.
A central, como em 98, sorteou dez carros 0 quilômetro e 90 eletrodomésticos. Os trabalhadores permaneceram em massa no Sambódromo até o final do evento, por volta das 16 horas, o que deu mais uma vez a demonstração empírica do poder de influência da Força Sindical no cenário nacional e da capacidade de união do trabalhador brasileiro.