As últimas declarações de Donald Trump não são fruto de especulações, aberrações ou campanhas publicitárias. O Vale do Silício, berço das maiores empresas de tecnologia, está investindo pesado nas ideias trumpistas para manter a hegemonia, construir uma supremacia e uma falsa verdade para o mundo.
O momento requer atenção e vigilância do movimento sindical, que é um agente de transformação social. O avanço do pensamento conservador resultou em golpes no Brasil visando reduzir os direitos trabalhistas. O golpe militar de 1964 resultou na revogação de diversos artigos da CLT. O golpe mais recente de 2016, contra a ex-presidenta Dilma Rousseff, culminou na Reforma Trabalhista e aumentou a informalidade no país.
A direita tentou enfraquecer o movimento sindical, mas o sindicalismo mostrou-se capaz de manter a democracia do país e os direitos trabalhistas e sociais. Os sindicatos foram fundamentais para a redemocratização do Brasil, a elaboração da Constituição Cidadã de 88 e a recente eleição do presidente Lula.
O Relatório de Riqueza Global de 2024 mostra que quase metade da riqueza mundial, 47.5%, está nas mãos de apenas 1.5% da população adulta global. Cerca de 44% dos mais ricos vivem nos Estados Unidos, justificando as investidas e os ataques trumpistas às nações.
É preciso resgatar a consciência de classe dos trabalhadores, de modo a reduzir as desigualdades e romper com a lógica do sistema, que aprisiona e promove a divisão social em prol da exploração. Sendo assim, é dever do movimento sindical brasileiro reforçar os laços com as suas bases, criando mecanismos para estimular a conscientização social e fortalecer a democracia no país.
Eusébio Pinto Neto
Presidente do SINPOSPETRO-RJ e da Federação Nacional dos Frentistas