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As empresas deveriam estar preparadas
quinta-feira, 19 de março de 2009
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Mais uma vez querem inverter a ordem dos fatores nesta situação de crise em que vamos saindo.
Foi divulgado pela mídia, pela grande mídia, aquela que geralmente defende os interesses do capital e deturpa o que é do mundo do trabalho, que os sindicatos não estavam preparados para enfrentar a crise.
Não concordo. Nós, sindicalistas e trabalhadores de maneira geral, sempre estivemos preparados para o enfrentamento de crises, mesmo esta em voga, fabricada no interior das grandes corporações financeiras e infladas por dados das agências de risco.
Estamos preparados, com certeza, porque esta crise é fruto do engodo e da mentira, estas duas palavras que resumem o caráter daqueles que nos falam mal, porque são aliadas a uma conjunção de fatores que incidem no mundo real, no dia-a-dia das pessoas.
É este mundo real, de nós trabalhadores, onde vivemos e nos reconhecemos, que queremos preservar como garantia para o desenvolvimento das pessoas de bem e honestas. Para estes é que estão centradas nossas atenções.
Por isso, acusar-nos de despreparados nesta conjuntura adversa, neste cenário de incertezas, é fazer a política do golpe baixo.
É válido lembrar que vínhamos de um panorama de crescimento, e fomos pegos de surpresa pela indecência do capital especulativo, que ceifa empregos como artifício para manter seus lucros.
Portanto, somente nos coube uma atitude, defender o que nos é mais precioso: o nosso trabalho.
Entretanto, vale uma ressalva aqui. O recrudescimento da situação não partiu de nós, mas do patronato. Vide a Embraer, um caso exemplar de aberração contra as leis trabalhistas do nosso país.
Diante de casos como este é legítimo partir para o enfrentamento, quando possível. Inclusive com greves ou paralisações.
Porém, nós trabalhadores sindicalistas, estamos fazendo o inverso. Temos conversado e dialogado, possibilitando alternativas. Para tanto, verifiquem os acordos e negociações que temos realizados em conjunto com os trabalhadores reunidos em assembléia, e as empresas.
Quantos empregos já foram preservados com a postura democrática dos sindicatos e das Centrais. Milhares.
Em Mococa e região, onde atuo também como presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, são quase 500 empregos mantidos – e tudo com aval dos profissionais da categoria.
Desta forma, demonstramos nosso posicionamento a favor do trabalho, e, por conseqüência, do capital honesto que respeita a legislação.
Assim, podemos assegurar que estamos preparados para combater todo tipo de contexto. Inclusive este que falta com o respeito à humanidade, às famílias e, principalmente, ao trabalhador e à Justiça do Trabalho.
Francisco Sales Gabriel Fernandes, Chico do Sindicato, é presidente do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Mococa e Região, vicepresidente da Federação dos Metalúrgicos de São Paulo e vereador na cidade de Mococa-SP