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[caption id="attachment_68591" align="aligncenter" width="2560"] Presidente da Força Sindical reúne-se com sindicalistas da Central em Rodônia[/caption]
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Cartão vermelho para o trabalho infantil no Brasil
terça-feira, 8 de junho de 2010
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Em época de Copa do Mundo, é com um dos símbolos do futebol, o cartão vermelho, que vamos demonstrar o nosso total repúdio à existência do trabalho infantil no país. Nesta quinta-feira, 10, quem passar pela Praça da República vai receber um cartão vermelho para empunhar e mostrar que também não concorda e não quer compactuar com a exploração de crianças e adolescentes. A Praça é um dos locais onde mais a população paulistana se defronta com crianças e adolescentes dormindo nas calçadas, vagando pelas ruas, vendendo guloseimas ou fazendo malabarismo nos faróis por alguns trocados. É neste lugar que a Secretaria Nacional da Criança e do Adolescente da Força Sindical vai marcar sua posição contra essa situação.
A ação acontece às vésperas do Dia Mundial contra o Trabalho Infantil, 12 de junho, próximo sábado. É uma forma de chamar a atenção para o fato de que no mundo 215 milhões de crianças trabalham, de acordo com a OIT (Organização Internacional do Trabalho), quando deveriam estar estudando, brincando, tendo assegurado seus direitos enquanto crianças.
No Brasil, a situação vem melhorando. Entre 1992 e 2008, a taxa de trabalho infantil caiu de 13,6% para 5,8% entre crianças com idade entre 5 e 15 anos, de acordo com o relatório global apresentado pela OIT durante a Conferência Mundial contra o Trabalho Infantil, realizada em maio, na Holanda.
No entanto, 4,453 milhões de crianças com idade entre 5 e 17 de anos ainda trabalham no Brasil. Nada menos que 10,2% das crianças nesta idade têm sua infância anulada pelo ingresso precoce no trabalho, de acordo com a análise da Pnad 2008 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) feita pelo Fórum Nacional pela Erradicação do Trabalho Infantil.
Esses números mostram que o progresso conquistado nos últimos anos não pode parar. Temos que avançar em ritmo acelerado rumo à erradicação do trabalho infantil para que, em 2016, o Brasil tenha cumprido o compromisso assumido perante a OIT: trabalho infantil zero, uma das pré-condições para o trabalho decente. A Força Sindical se empenha e contribui com essa luta.
* Gleides Sodré é secretária Nacional da Criança e do Adolescente da Força Sindical, diretora do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região e membro da Conaeti (Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Infantil), ligada ao Ministério do Trabalho