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Emprego formal cresce no Brasil: Setor Elétrico precisa acompanhar
quarta-feira, 6 de agosto de 2025
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O crescimento do emprego formal é sinal de que o Brasil está voltando a andar para frente. E o Setor Elétrico precisa acompanhar esse movimento.
Os dados do Novo CAGED e da PNAD Contínua mostram um cenário animador: mais de 166 mil empregos com carteira assinada foram gerados apenas em junho, e o país já soma 1,2 milhão de novas vagas no primeiro semestre de 2025. É um desempenho relevante, principalmente em um contexto ainda marcado por juros altos, desigualdades e desafios estruturais.
Na Indústria, foram quase 230 mil empregos formais no semestre, puxados pela produção de alimentos — e dentro dela, o setor de Eletricidade e Gás também avançou, com 2.478 novas vagas no semestre e 409 apenas em junho, um crescimento de 1,79% no acumulado do ano. Esses números seriam ainda maiores se não houvessem tantas fraudes nas contratações contendo desvio de finalidade na razão social (CNAE principal das empresas) e fraude tributária no recolhimento a menospelo desvio no enquadramento das empresas terceirizadas (principalmente).
Esses dados demonstram o potencial que o setor elétrico tem para contribuir ainda mais com a geração de emprego, desenvolvimento regional e transição energética. É um setor estratégico, essencial para o país — mas que ainda convive com precarização, terceirizações excessivas e tentativas de rebaixamento de direitos.
Ao mesmo tempo, os salários também estão em alta. Em junho, o salário médio de admissão chegou a R$ 2.278,37, com crescimento real tanto no mês quanto em relação ao ano anterior. É mais dinheiro circulando na economia, mais dignidade para as famílias e maior capacidade de consumo e investimento.
O Sindicato dos Eletricitários de São Paulo (STIEESP) defende em seus Acordos Coletivos de Trabalho um piso salarial de R$ 2.889,60 — valor mínimo necessário para garantir condições básicas de vida ao trabalhador e sua família.
Segundo o DIEESE, para atender 100% das exigências constitucionais — como moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência — o salário mínimo necessário (acumulado na família, considerando 4 integrantes) seria de R$ 6.850,00. Nós, do STIEESP, reconhecemos esse parâmetro, mas propomos de forma mais comedida e realista um valor que ainda está muito abaixo do ideal, mas que representa “o mínimo do mínimo, o básico do básico para se ter vida digna”.
Considerando que o Estado deve prover saúde e educação públicas e reconhecendo que, com as longas e exaustivas jornadas de trabalho, resta pouco tempo para lazer, o valor de R$ 2.889,60 é o patamar justo que propomos como piso. E mais: esse valor não causa impacto negativo na economia nem pressiona a inflação, como insistem alguns agentes do mercado. Pelo contrário, ele injeta oxigênio na cadeia econômica, aquece o consumo e impulsiona o desenvolvimento com justiça social.
O que vemos é que, mesmo com obstáculos como os juros altos, o povo brasileiro e os trabalhadores seguem resistindo, produzindo e sustentando a economia. E esse crescimento não acontece por acaso: é resultado de políticas públicas voltadas à valorização do trabalho, do aumento do salário mínimo, da ampliação do crédito e de programas de transferência de renda.
Mas é preciso avançar mais. Ainda temos quase 40 milhões de trabalhadores na informalidade, e mais de 6 milhões de brasileiros seguem desempregados. Por isso, defender o trabalho formal, com carteira assinada, proteção social e organização sindical, é essencial para consolidar esse ciclo positivo.
No Setor Elétrico, essa defesa é urgente. Precisamos de contratações com, valorização dos trabalhadores das concessionárias, respeito às convenções coletivas e fiscalização firme sobre as terceirizadas. A energia que move o Brasil não pode ser sustentada com empregos precários.
O STIEESP segue na luta por mais empregos, mais direitos e mais dignidade. O avanço é real — e é nosso dever garantir que ele chegue para todos, em especial aos Eletricitários.
Eduardo Annunciato – Chicão
Presidente do Sindicato dos Eletricitários de São Paulo e da Federação Nacional dos Trabalhadores em Energia, Água e Meio Ambiente – FENATEMA
Diretor de Educação da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria (CNTI)
Vice-presidente da Força Sindical
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