Menu

Mapa do site

Emissão de boleto

Nacional São Paulo

Emissão de boleto

Nacional São Paulo
31 MAR 2025

Imagem do dia

[caption id="attachment_68591" align="aligncenter" width="2560"]Presidente da Força Sindical reúne-se com sindicalistas da Central em Rodônia Presidente da Força Sindical reúne-se com sindicalistas da Central em Rodônia[/caption]

Imagem do dia - Força Sindical

Enviar link da notícia por e-mail

Artigos

EUA e China: uma transição e muitas incógnitas

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Artigos

EUA e China: uma transição e muitas incógnitas

Por: Paulo Kliass

Um dos fatores que mais contribuem para introduzir incertezas na avaliação do conflito latente entre as duas potências é, como que paradoxalmente, a sua própria interdependência. Os EUA exportaram no ano passado US$ 365 bi para a China, de onde importaram o equivalente a US$ 273 bi.

Paulo Kliass

A chamada “questão chinesa” é um tema que está cada vez mais presente na pauta pelo mundo afora, em todo e qualquer tipo de fórum. A importância, a força, a velocidade e a intempestividade do processo de transformação daquele país são elementos que contribuem para conformar um sentimento misto, carregado de ambigüidade e curiosidade. De uma forma geral, as pessoas assumem uma postura de admiração e de perplexidade pelo que se passa naquele gigante do Oriente

Também, não é para menos. Afinal trata-se de uma sociedade que apresenta há milênios traços inequívocos de capacidade de desenvolvimento econômico, social, cultural, tecnológico, entre outros. Muito antes dos portugueses e espanhóis se aventurarem a cruzar os mares em suas caravelas, os chineses já controlavam o fluxo de embarcações na sua área de influência territorial. O florescimento de rotas comerciais com o Ocidente e outras regiões do mundo também contou com a presença histórica dos chineses. A contribuição daquela sociedade é importante ainda no campo das inovações científicas e tecnológicas, a exemplo das mais conhecidas como a pólvora, a bússola e mecanismos de previsão sísmica.

Ao longo das últimas décadas, em especial depois da virada do milênio, a análise do “fator China” passou a ser item obrigatório para qualquer tipo de avaliação de perspectiva de futuro. E em todos os campos da realidade e do conhecimento. Na economia, em função do ritmo de crescimento interno e de sua importância na escala global. Na política, pela sua capacidade de manter um sistema bastante peculiar, onde se assiste à transição – ainda aparentemente sob controle – do antigo modelo socialista rumo a algo ainda pouco conhecido em termos políticos e institucionais. Na diplomacia, pelo papel cada vez mais estratégico desempenhado pelo país em termos de sua influência geopolítica por quase todos os can tos do mundo, tanto com os países desenvolvidos como na sua relação cada vez mais estreita de parcerias com os países em desenvolvimento. Em termos militares, pela incógnita atualmente verificada de uma nação ainda não muito militarizada em comparação com o padrão dos países dominadores ao longo das últimas décadas – mas que sempre exerceu, historicamente, um papel decisivo nos conflitos regionais.

No campo da ciência e tecnologia, pela surpreendente capacidade de se equiparar aos padrões do mundo ocidental e de conseguir mesmo a superação em diversos campos de pesquisa de vanguarda. Em termos demográficos, em função da dimensão de sua população e dos impactos relativos ao controle de natalidade, fluxos migratórios do setor rural em direção aos espaços urbanos, aumento da longevidade, entre outros. Em termos ambientais, pelos riscos apresentados pelo modelo adotado por aquela sociedade de copiar elementos do padrão de consumo e organ ização social ocidental, com os impactos perversos em termos da questão da energia renovável, dos grandes projetos de intervenção na natureza, da manutenção de um sistema que pouco parece se preocupar com a questão da preservação do planeta.

A China ocupa o terceiro lugar dentre os países do mundo no que se refere à superfície. Seu território só é menor do que o da Rússia e do Canadá. Em termos populacionais, ela ocupa há muito tempo o primeiro lugar, contando atualmente com uma população total de 1,3 bilhão, o que representa quase 20% do total mundial já superior a 7 bilhões. No que se refere à sua capacidade econômica, a China apresenta o segundo Produto Interno Bruto mais elevado do globo, sendo superada apenas pelos Estados Unidos. Apesar de não incorporar o potencial econômico derivado das riquezas naturais, o conceito dá uma razoável medida da condição da economia dos países, pois se refere à somatória de todos os bens e s erviços produzidos ao longo de um ano. Assim, o PIB dos norte-americanos é de quase US$ 15 trilhões, ao passo que o chinês alcançou em 2010 o patamar de US$ 6 tri. Apesar da grande distância ainda existente entre ambos, o ritmo de crescimento da economia chinesa tem sido sistematicamente mais elevado do que o estadounidense no período mais recente. Com isso, há previsões de que antes de 2030 a China já poderia estar ocupando o primeiro também nesse quesito.

Assim, o que estamos assistindo ao longo das últimas décadas é uma verdadeira transição de dominação hegemônica no plano internacional. De um lado, aquele país que sempre foi identificado como a verdadeira face do imperialismo, em especial no período posterior à Segunda Guerra Mundial. Os Estados Unidos, porém, vêm perdendo capacidade econômica e de influência para exercer sua dominação como sempre fez até recentemente. De outro lado, a China vem conseguindo avançar de forma expres siva no exercício de sua dominação na esfera internacional, a ponto de questionar de facto a capacidade norte-americana. O novo modelo de hegemon [1] ainda está em construção, mas o que mais chama atenção dos analistas é a possibilidade de se romper o padrão histórico até aqui verificado. Qual seja, o fato de que, no passado, a questão do exercício da dominação imperialista sempre foi solucionado com base na imposição ou na disputa de natureza militar – as guerras, em última instância. No período contemporâneo, a hipótese de um conflito dessa natureza parece pouco provável, uma vez que existem recursos e arsenais bélicos capazes de por fim à própria Humanidade caso sejam utilizados para os fins que se destinam em escala planetária.

Não obstante, poucos acreditam que a transição se dê de forma absolutamente tranqüila, em um processo onde os dirigentes políticos norte-americanos sejam convencidos da inevitabilida de da superioridade dos chineses e se disponham a lhes passar o bastão do império da vez, tão singelamente como fazem os atletas corredores da mesma equipe em uma prova de revezamento. Assim, esse é um dos grandes desafios intelectuais de nosso tempo [2]. A tentativa de compreender esse complexo processo de transição entre os dominadores e buscar desenhar, com um algum grau de precisão, os diversos cenários possíveis para os momentos do futuro.

Um dos fatores que mais contribuem para introduzir incertezas na avaliação do conflito latente entre as duas potências é, como que paradoxalmente, a sua própria interdependência. Apesar da distância geográfica, apesar dos modelos de sociedade se revelarem bastante distintos, apesar dos conflitos de interesses entre as elites políticas representadas em Washington ou em Beijing, apesar das heranças históricas e culturais serem igualmente distantes, a verdade é que o fator econômico acabo u por aproximar bastante os dois países . E o fez de uma forma tão inusitada, que provavelmente não poderiam ter imaginado Richard Nixon nem Mao Zedong, quando da primeira vista de um Presidente dos EUA ao Chefe de Estado chinês após a Revolução de 1949. Lá se vão quase 4 décadas, quando ocorreu o famoso encontro em 1972.

Desde o início dessa aproximação política e econômica, o volume de transações comerciais entre os dois países têm aumentado de forma significativa. Em 1990, por exemplo, a corrente de comércio exterior entre eles era de US$ 21 bilhões. O total das exportações dos EUA em direção à China era de US$ 5 bi, ao passo que importavam US$ 16 bi. Ao verificarmos os dados de vinte anos depois, os valores surpreendem. No ano passado, o total do intercâmbio comercial salta para US$ 457 bi, uma vez que os EUA exportaram no ano passado US$ 365 bi para a China, de onde importaram o equivalente a US$ 273 bi.

Por outro lado, a a dependência mútua pode ser confirmada pela presença de empresas multinacionais, em especial as norte-americanas, em território chinês. Tal fenômeno de “deslocalização” industrial deveu-se à estratégica opção efetuada pelo Estado chinês, quando abriu as possibilidades de criação de Zonas de Processamento de Exportações em seu espaço econômico. Assim, os grandes grupos internacionais passaram a enxergar nessa alternativa a possibilidade de maximizar sua rentabilidade, saindo em busca de fatores de produção a menores custos. A mão-de-obra chinesa é bem barata e o poder público se encarregava de fornecer a infra-estrutura necessária, como transportes, energia e outros. Era um modelo perfeito para elevar a margem de lucro de tais conglomerados na etapa da globalização. O resultado pode ser sentido na maciça invasão de produtos “made in China” em todos os continentes.

Outro aspecto estratégico da vinculação entre os dois pólo s em disputa pela hegemonia mundial refere-se ao volume de reservas internacionais acumuladas pela China. Isso só foi possível, ao longo de décadas, graças à geração de saldo superavitário em suas transações comerciais com o resto do mundo. Atualmente aquele país possui por volta de US$ 3 trilhões em sua conta de Balanço de Pagamentos a título das reservas. Dentre os vários tipos de ativos monetários e financeiros que constituem esse estoque, há por volta de US$ 1 tri em títulos da dívida pública norte-americana. Um paradoxo que atua como moderador para os que busquem soluções intempestivas. Ou seja, trata-se de funções essenciais desempenhadas por um e por outro lado na manutenção de um delicado equilíbrio econômico- financeiro.

Ao operarem segundo as leis de acumulação do capital, as empresas norte-americanas acabaram por exportar emprego e renda para o território chinês. Tanto que nos momentos de crise, a resposta protecionista v em sempre marcada por lemas como “Buy american’ “Keep american jobs” e outros do gênero. Porém, o quadro se agravou ainda mais no período mais recente, em função do aprofundamento da crise no próprio território estadounidense. Isso porque um conjunto de empresas financeiras e não-financeiras faliram ou foram compradas pelos chineses ou foram mesmo adquiridas por meio de engenhosos acordos financeiros internacionais. Com isso, elas deixaram de ser “exclusivamente” norte-americanas. Seus dirigentes passam a responder a outros interesses que não apenas o desejo de Washington. Literalmente, elas se internacionalizaram.

O quadro é complexo e os movimentos lembram os do jogo de xadrez. Parece não haver dúvidas de que, numa perspectiva de médio e longo prazos, a transição entre impérios esteja em marcha. No entanto, restam ainda muitas dúvidas e incógnitas a respeito de sua natureza, trajetória e evolução temporal.

NOTA
[1]Termo que tem sua origem no grego, que vem sendo utilizado nas ciências sociais no sentido de conferir uma abordagem mais ampla a respeito do processo da dominação e do exercício da hegemonia, em especial entre países.

[2] Ver: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=18903
 
Paulo Kliass é Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental e doutor em Economia pela Universidade de Paris 10

Uma metáfora
João Guilherme Vargas Netto

Uma metáfora

Pelo trabalhador
Lineu Mazano

Pelo trabalhador

Sindnapi repudia qualquer ataque aos benefícios dos aposentados
Milton Cavalo

Sindnapi repudia qualquer ataque aos benefícios dos aposentados

Uma Análise da Retórica Populista à Luz do Pensamento Marxista
Diógenes Sandim Martins

Uma Análise da Retórica Populista à Luz do Pensamento Marxista

Como ganhar a guerra contra o retrocesso e a exploração
Eusébio Pinto Neto

Como ganhar a guerra contra o retrocesso e a exploração

A realidade e o retrocesso no comércio mundial proposto por Trump
Eliseu Silva Costa

A realidade e o retrocesso no comércio mundial proposto por Trump

O impacto do Bolsa Família na economia brasileira. Desafios e soluções propostas
Antônio de Sousa Ramalho

O impacto do Bolsa Família na economia brasileira. Desafios e soluções propostas

Posicionamento sobre a saída dos EUA da OMS
Jefferson Caproni

Posicionamento sobre a saída dos EUA da OMS

Por que o sindicalismo incomoda o capitalismo?
Eduardo Annunciato, Chicão

Por que o sindicalismo incomoda o capitalismo?

Uma Antiga Luta Sindical que Retorna ao Debate
Nilton Souza da Silva, o Neco

Uma Antiga Luta Sindical que Retorna ao Debate

Mudar a jornada!
Josinaldo José de Barros (Cabeça)

Mudar a jornada!

Ir à Greve e Conquistar Direitos; por Clemente Ganz Lúcio
Clemente Ganz Lúcio

Ir à Greve e Conquistar Direitos; por Clemente Ganz Lúcio

MPT: A contribuição assistencial e o exercício de oposição
César Augusto de Mello

MPT: A contribuição assistencial e o exercício de oposição

FEQUIMFAR sedia seminário sobre política industrial e transição justa no setor de mineração
Força 25 ABR 2025

FEQUIMFAR sedia seminário sobre política industrial e transição justa no setor de mineração

Alesp promove seminário sobre redução da jornada; assista
Força 25 ABR 2025

Alesp promove seminário sobre redução da jornada; assista

Sindicalistas, empresários e governo debatem mudanças na NR-1
Força 25 ABR 2025

Sindicalistas, empresários e governo debatem mudanças na NR-1

Após Marcha, Lula receberá Centrais, dia 29/4, em Brasília
Força 25 ABR 2025

Após Marcha, Lula receberá Centrais, dia 29/4, em Brasília

Frentistas do RJ retomam negociação salarial na próxima semana
Força 25 ABR 2025

Frentistas do RJ retomam negociação salarial na próxima semana

Conatenf segue ouvindo demandas dos profissionais
Força 24 ABR 2025

Conatenf segue ouvindo demandas dos profissionais

Servidores Públicos realizam 10º Seminário; acompanhe
Força 24 ABR 2025

Servidores Públicos realizam 10º Seminário; acompanhe

Força Sindical afirma apoio ao Sindnapi e à “operação sem desconto”
Força 24 ABR 2025

Força Sindical afirma apoio ao Sindnapi e à “operação sem desconto”

Diesat realiza 1º Congresso Nacional de Saúde do(a) Trabalhador(a)
Saúde e Segurança 24 ABR 2025

Diesat realiza 1º Congresso Nacional de Saúde do(a) Trabalhador(a)

Sindicalistas da Força intensificam organização do 1º de Maio
1º de Maio 24 ABR 2025

Sindicalistas da Força intensificam organização do 1º de Maio

Vídeos 24 ABR 2025

Presidente da Força fala sobre o 1º de Maio no Hora da Bóia

Justiça confirma legitimidade do SINPOSPETRO-RJ na defesa dos trabalhadores
Força 24 ABR 2025

Justiça confirma legitimidade do SINPOSPETRO-RJ na defesa dos trabalhadores

Vídeos 24 ABR 2025

Pauta da Classe Trabalhadora será atualizada e apresentada em Brasília, dia 29

Uma metáfora
Artigos 24 ABR 2025

Uma metáfora

Metalúrgicos da Metalesp conquistam acordo salarial
Força 24 ABR 2025

Metalúrgicos da Metalesp conquistam acordo salarial

1º de Maio Unificado volta à Praça Campo de Bagatelle (SP)
1º de Maio 24 ABR 2025

1º de Maio Unificado volta à Praça Campo de Bagatelle (SP)

Nota do Sindnapi sobre irregularidades no INSS
Força 23 ABR 2025

Nota do Sindnapi sobre irregularidades no INSS

Sindicalistas da Força participam do 14º Fórum Sindical dos BRICS
Força 23 ABR 2025

Sindicalistas da Força participam do 14º Fórum Sindical dos BRICS

Ministério da Saúde e COFEN: fortalecer a enfermagem no Brasil
Força 23 ABR 2025

Ministério da Saúde e COFEN: fortalecer a enfermagem no Brasil

Presidente da Força vai ao Podcast do Ramalho da Construção; confira
Força 23 ABR 2025

Presidente da Força vai ao Podcast do Ramalho da Construção; confira

Os verdadeiros vilões da política fiscal
Artigos 22 ABR 2025

Os verdadeiros vilões da política fiscal

Sindnapi lamenta o falecimento do Papa Francisco
Força 22 ABR 2025

Sindnapi lamenta o falecimento do Papa Francisco

Seminário do servidor público visa fortalecer luta do setor
Força 22 ABR 2025

Seminário do servidor público visa fortalecer luta do setor

Vídeos 22 ABR 2025

1º de Maio: dia de luta e reflexão

Entrevista Coletiva: Ato e Canto Pela Vida
Força 22 ABR 2025

Entrevista Coletiva: Ato e Canto Pela Vida

Luto: Morre o sindicalista Benedito Marcílio!
Força 22 ABR 2025

Luto: Morre o sindicalista Benedito Marcílio!

Nota de pesar pela morte do papa Francisco
Força 21 ABR 2025

Nota de pesar pela morte do papa Francisco

Pelo trabalhador
Artigos 17 ABR 2025

Pelo trabalhador

“Não tem lógica mulher ganhar menos que homem”, diz Marinho
Imprensa 17 ABR 2025

“Não tem lógica mulher ganhar menos que homem”, diz Marinho

Negociação salarial dos frentistas do Rio continua indefinida
Força 17 ABR 2025

Negociação salarial dos frentistas do Rio continua indefinida

Aguarde! Carregando mais artigos...