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EUA e China: uma transição e muitas incógnitas

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

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EUA e China: uma transição e muitas incógnitas

Por: Paulo Kliass

Um dos fatores que mais contribuem para introduzir incertezas na avaliação do conflito latente entre as duas potências é, como que paradoxalmente, a sua própria interdependência. Os EUA exportaram no ano passado US$ 365 bi para a China, de onde importaram o equivalente a US$ 273 bi.

Paulo Kliass

A chamada “questão chinesa” é um tema que está cada vez mais presente na pauta pelo mundo afora, em todo e qualquer tipo de fórum. A importância, a força, a velocidade e a intempestividade do processo de transformação daquele país são elementos que contribuem para conformar um sentimento misto, carregado de ambigüidade e curiosidade. De uma forma geral, as pessoas assumem uma postura de admiração e de perplexidade pelo que se passa naquele gigante do Oriente

Também, não é para menos. Afinal trata-se de uma sociedade que apresenta há milênios traços inequívocos de capacidade de desenvolvimento econômico, social, cultural, tecnológico, entre outros. Muito antes dos portugueses e espanhóis se aventurarem a cruzar os mares em suas caravelas, os chineses já controlavam o fluxo de embarcações na sua área de influência territorial. O florescimento de rotas comerciais com o Ocidente e outras regiões do mundo também contou com a presença histórica dos chineses. A contribuição daquela sociedade é importante ainda no campo das inovações científicas e tecnológicas, a exemplo das mais conhecidas como a pólvora, a bússola e mecanismos de previsão sísmica.

Ao longo das últimas décadas, em especial depois da virada do milênio, a análise do “fator China” passou a ser item obrigatório para qualquer tipo de avaliação de perspectiva de futuro. E em todos os campos da realidade e do conhecimento. Na economia, em função do ritmo de crescimento interno e de sua importância na escala global. Na política, pela sua capacidade de manter um sistema bastante peculiar, onde se assiste à transição – ainda aparentemente sob controle – do antigo modelo socialista rumo a algo ainda pouco conhecido em termos políticos e institucionais. Na diplomacia, pelo papel cada vez mais estratégico desempenhado pelo país em termos de sua influência geopolítica por quase todos os can tos do mundo, tanto com os países desenvolvidos como na sua relação cada vez mais estreita de parcerias com os países em desenvolvimento. Em termos militares, pela incógnita atualmente verificada de uma nação ainda não muito militarizada em comparação com o padrão dos países dominadores ao longo das últimas décadas – mas que sempre exerceu, historicamente, um papel decisivo nos conflitos regionais.

No campo da ciência e tecnologia, pela surpreendente capacidade de se equiparar aos padrões do mundo ocidental e de conseguir mesmo a superação em diversos campos de pesquisa de vanguarda. Em termos demográficos, em função da dimensão de sua população e dos impactos relativos ao controle de natalidade, fluxos migratórios do setor rural em direção aos espaços urbanos, aumento da longevidade, entre outros. Em termos ambientais, pelos riscos apresentados pelo modelo adotado por aquela sociedade de copiar elementos do padrão de consumo e organ ização social ocidental, com os impactos perversos em termos da questão da energia renovável, dos grandes projetos de intervenção na natureza, da manutenção de um sistema que pouco parece se preocupar com a questão da preservação do planeta.

A China ocupa o terceiro lugar dentre os países do mundo no que se refere à superfície. Seu território só é menor do que o da Rússia e do Canadá. Em termos populacionais, ela ocupa há muito tempo o primeiro lugar, contando atualmente com uma população total de 1,3 bilhão, o que representa quase 20% do total mundial já superior a 7 bilhões. No que se refere à sua capacidade econômica, a China apresenta o segundo Produto Interno Bruto mais elevado do globo, sendo superada apenas pelos Estados Unidos. Apesar de não incorporar o potencial econômico derivado das riquezas naturais, o conceito dá uma razoável medida da condição da economia dos países, pois se refere à somatória de todos os bens e s erviços produzidos ao longo de um ano. Assim, o PIB dos norte-americanos é de quase US$ 15 trilhões, ao passo que o chinês alcançou em 2010 o patamar de US$ 6 tri. Apesar da grande distância ainda existente entre ambos, o ritmo de crescimento da economia chinesa tem sido sistematicamente mais elevado do que o estadounidense no período mais recente. Com isso, há previsões de que antes de 2030 a China já poderia estar ocupando o primeiro também nesse quesito.

Assim, o que estamos assistindo ao longo das últimas décadas é uma verdadeira transição de dominação hegemônica no plano internacional. De um lado, aquele país que sempre foi identificado como a verdadeira face do imperialismo, em especial no período posterior à Segunda Guerra Mundial. Os Estados Unidos, porém, vêm perdendo capacidade econômica e de influência para exercer sua dominação como sempre fez até recentemente. De outro lado, a China vem conseguindo avançar de forma expres siva no exercício de sua dominação na esfera internacional, a ponto de questionar de facto a capacidade norte-americana. O novo modelo de hegemon [1] ainda está em construção, mas o que mais chama atenção dos analistas é a possibilidade de se romper o padrão histórico até aqui verificado. Qual seja, o fato de que, no passado, a questão do exercício da dominação imperialista sempre foi solucionado com base na imposição ou na disputa de natureza militar – as guerras, em última instância. No período contemporâneo, a hipótese de um conflito dessa natureza parece pouco provável, uma vez que existem recursos e arsenais bélicos capazes de por fim à própria Humanidade caso sejam utilizados para os fins que se destinam em escala planetária.

Não obstante, poucos acreditam que a transição se dê de forma absolutamente tranqüila, em um processo onde os dirigentes políticos norte-americanos sejam convencidos da inevitabilida de da superioridade dos chineses e se disponham a lhes passar o bastão do império da vez, tão singelamente como fazem os atletas corredores da mesma equipe em uma prova de revezamento. Assim, esse é um dos grandes desafios intelectuais de nosso tempo [2]. A tentativa de compreender esse complexo processo de transição entre os dominadores e buscar desenhar, com um algum grau de precisão, os diversos cenários possíveis para os momentos do futuro.

Um dos fatores que mais contribuem para introduzir incertezas na avaliação do conflito latente entre as duas potências é, como que paradoxalmente, a sua própria interdependência. Apesar da distância geográfica, apesar dos modelos de sociedade se revelarem bastante distintos, apesar dos conflitos de interesses entre as elites políticas representadas em Washington ou em Beijing, apesar das heranças históricas e culturais serem igualmente distantes, a verdade é que o fator econômico acabo u por aproximar bastante os dois países . E o fez de uma forma tão inusitada, que provavelmente não poderiam ter imaginado Richard Nixon nem Mao Zedong, quando da primeira vista de um Presidente dos EUA ao Chefe de Estado chinês após a Revolução de 1949. Lá se vão quase 4 décadas, quando ocorreu o famoso encontro em 1972.

Desde o início dessa aproximação política e econômica, o volume de transações comerciais entre os dois países têm aumentado de forma significativa. Em 1990, por exemplo, a corrente de comércio exterior entre eles era de US$ 21 bilhões. O total das exportações dos EUA em direção à China era de US$ 5 bi, ao passo que importavam US$ 16 bi. Ao verificarmos os dados de vinte anos depois, os valores surpreendem. No ano passado, o total do intercâmbio comercial salta para US$ 457 bi, uma vez que os EUA exportaram no ano passado US$ 365 bi para a China, de onde importaram o equivalente a US$ 273 bi.

Por outro lado, a a dependência mútua pode ser confirmada pela presença de empresas multinacionais, em especial as norte-americanas, em território chinês. Tal fenômeno de “deslocalização” industrial deveu-se à estratégica opção efetuada pelo Estado chinês, quando abriu as possibilidades de criação de Zonas de Processamento de Exportações em seu espaço econômico. Assim, os grandes grupos internacionais passaram a enxergar nessa alternativa a possibilidade de maximizar sua rentabilidade, saindo em busca de fatores de produção a menores custos. A mão-de-obra chinesa é bem barata e o poder público se encarregava de fornecer a infra-estrutura necessária, como transportes, energia e outros. Era um modelo perfeito para elevar a margem de lucro de tais conglomerados na etapa da globalização. O resultado pode ser sentido na maciça invasão de produtos “made in China” em todos os continentes.

Outro aspecto estratégico da vinculação entre os dois pólo s em disputa pela hegemonia mundial refere-se ao volume de reservas internacionais acumuladas pela China. Isso só foi possível, ao longo de décadas, graças à geração de saldo superavitário em suas transações comerciais com o resto do mundo. Atualmente aquele país possui por volta de US$ 3 trilhões em sua conta de Balanço de Pagamentos a título das reservas. Dentre os vários tipos de ativos monetários e financeiros que constituem esse estoque, há por volta de US$ 1 tri em títulos da dívida pública norte-americana. Um paradoxo que atua como moderador para os que busquem soluções intempestivas. Ou seja, trata-se de funções essenciais desempenhadas por um e por outro lado na manutenção de um delicado equilíbrio econômico- financeiro.

Ao operarem segundo as leis de acumulação do capital, as empresas norte-americanas acabaram por exportar emprego e renda para o território chinês. Tanto que nos momentos de crise, a resposta protecionista v em sempre marcada por lemas como “Buy american’ “Keep american jobs” e outros do gênero. Porém, o quadro se agravou ainda mais no período mais recente, em função do aprofundamento da crise no próprio território estadounidense. Isso porque um conjunto de empresas financeiras e não-financeiras faliram ou foram compradas pelos chineses ou foram mesmo adquiridas por meio de engenhosos acordos financeiros internacionais. Com isso, elas deixaram de ser “exclusivamente” norte-americanas. Seus dirigentes passam a responder a outros interesses que não apenas o desejo de Washington. Literalmente, elas se internacionalizaram.

O quadro é complexo e os movimentos lembram os do jogo de xadrez. Parece não haver dúvidas de que, numa perspectiva de médio e longo prazos, a transição entre impérios esteja em marcha. No entanto, restam ainda muitas dúvidas e incógnitas a respeito de sua natureza, trajetória e evolução temporal.

NOTA
[1]Termo que tem sua origem no grego, que vem sendo utilizado nas ciências sociais no sentido de conferir uma abordagem mais ampla a respeito do processo da dominação e do exercício da hegemonia, em especial entre países.

[2] Ver: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=18903
 
Paulo Kliass é Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental e doutor em Economia pela Universidade de Paris 10

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