Menu

Mapa do site

Emissão de boleto

Nacional São Paulo

Emissão de boleto

Nacional São Paulo
8 OUT 2025

Imagem do dia

Seminário Pré-COP30; FOTOS

Imagem do dia - Força Sindical

Enviar link da notícia por e-mail

Artigos

Metalúrgicos de Osasco: uma história de luta

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Artigos

Metalúrgicos de Osasco: uma história de luta

Por: Miguel Padilha

Até o início da década de 1960 Osasco era um bairro da cidade de São Paulo e seus metalúrgicos eram representados pelo Sindicato de São Paulo. Mas, no início da década de 1950, com intenso crescimento comercial e demográfico a região já possuía uma dinâmica própria. Há, por exemplo, registros da atuação dos Metalúrgicos de Osasco em 1953, na greve dos 300 mil, e em 1957, na greve da Cobrasma.

Naquela época, a forte pressão pela emancipação de Osasco envolvia, além dos trabalhadores e dirigentes da subsede do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, estudantes, empresários, comerciantes e associações de bairro.
Desta forma a fundação do município osasquense, em 19 de fevereiro de 1962, se deu entrelaçada à luta dos trabalhadores. O que era subsede conquista autonomia e a história oficial do Sindicato começa em 23 de julho de 1963.
Por força da conjuntura nacional, entretanto, a primeira diretoria, composta por Conrado del Papa na presidência, Lino F. dos Santos na secretaria geral e Fortunato Facchini, na tesouraria, duraria menos de um ano, sofrendo o golpe da instauração da ditadura militar em 1964.

Anos de chumbo
Reprimir o movimento sindical foi uma das primeiras manobras do golpe militar. O Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região ficou sob intervenção de 1964 até julho de 1965 e a direção recém eleita foi destituída. Em junho de 1965, a despeito da intervenção, Henos Amorina foi eleito presidente do Sindicato. Novas eleições só viriam a ocorrer em 1967.
Descontentamento e questionamentos à ditadura deram o tom do ano de 1967. Com sua política de recessão e seus Atos Institucionais cada vez mais arbitrários os militares não conseguiam mais camuflar a violenta lógica repressiva adotada como política nacional. Neste contexto cresceram as “oposições sindicais”. E no Sindicato de Osasco a oposição à ditadura foi vitoriosa.
Chapa de oposição
Não foram questões ideológicas que incitaram as massas de trabalhadores a se organizarem em torno de grupos de contestação ao regime. É mais realista afirmar que o caminho foi inverso: questões práticas abriram os olhos dos trabalhadores para as maleficências da execução daquela ideologia neoliberal. Ou seja, a retração do poder aquisitivo dos trabalhadores, resultante do projeto econômico atrelado ao capital estrangeiro e comprometido com dívidas e inflação, adotado pelos militares, provocou reações contra a ordem. Sem aumento real a perda dos trabalhadores, no cálculo da inflação, de acumulava ano a ano.
Na década de 1960, com sindicatos ameaçados ou sob intervenção, começaram a surgir as comissões de fábrica, permitindo que os trabalhadores se unissem pela base a partir do próprio local de trabalho.
No Brasil a primeira comissão de fábrica, a da Cobrasma, surgiu em Osasco, organizada pelo metalúrgico José Ibrahim, do grupo de esquerda, com apoio de grupos de origem cristã progressista como a Ação Popula (AP) e a Frente Nacional do Trabalho (FNT). Naquela comissão de fábrica os grupos e lideranças afinavam o discurso e planejavam ações.
O crescimento da revolta dos trabalhadores contra o regime fortalecia a comissão, na medida em que ela era ativa e combativa. Tal situação se refletiu na eleição da chapa da Cobrasma para a direção do Sindicato de Osasco em 1967. A “chapa de oposição”, que vencia as eleições de 67, possuía uma postura radical, defendendo o direito de greve, as liberdades sindicais e o fim do arrocho salarial. Ibrahim foi eleito presidente e o Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco se tornava pólo de resistência, oposição política e de uma nova concepção de ação sindical.
O MIA
A luta de classes se estabelecia no país e, em outubro de 1967, mais de 40 dos principais Sindicatos do Estado de São Paulo conceberam o Movimento Inter-Sindical Anti-Arrocho (MIA), projetando ações que culminariam com a realização de um ato pró trabalhadores no dia 1º de Maio de 1968.
A postura radical de Ibrahim, para quem o ato deveria ser uma manifestação combativa e não condescendente com os patrões, como foram as festas do dia do trabalho de 1964 até então, chamou a atenção do Ministro Coronel Jarbas Passarinho, que ameaçou o Sindicato de nova intervenção. Tais conflitos internos desdobraram-se na dissolução do MIA, tendo sido criada uma comissão para se ocupar da organização do 1º de Maio.
O 1º de maio de 68
Abril de 1968: o mundo estava em franca ebulição social. No Brasil o movimento estudantil vivia o seu auge e o movimento operário e sindical, além de todas as manifestações do MIA, saboreava a vitória da greve de Contagem. Em Osasco o clima era de euforia e medo pelas medidas que poderiam ser tomadas pelo Ministério do Trabalho.
Este foi o cenário da preparação do 1º de Maio de 68, na Praça da Sé, em São Paulo. Mais de 20 mil pessoas se reuniram no ato, mas a presença do governador Abreu Sodré provocou a revolta dos operários e militantes de base. O ato, que foi marcado por brigas e agitações, repercutiu em todo o país.
Tal repercussão se deu especialmente no pólo industrial de Osasco, onde o nível de organização já atinava para realização de uma greve.
A greve de Osasco
Em abril daquele ano ocorrera a famosa greve de Contagem (Região Metropolitana de Belo Horizonte, MG), que ensaiou travar negociações, mas acabou sendo reprimida com extrema violência. O MIA, Contagem e o 1º de Maio ferviam em um mesmo caldeirão. Era claro que a repressão se enrijecia, mas seria muito difícil evitar a greve em Osasco dado o avanço das mobilizaçãos e a intensidade da revolta dos seus trabalhadores naquele momento.
Desta forma, às 9h da manhã de 16 de julho de 1968, a paralisação se iniciava a partir da fábrica da Cobrasma. A greve, que ocorreu conforme um planejamento detalhado, teve adesão em massa dos trabalhadores. Como se os militares já estivessem esperando por isso, naquela mesma hora o Conselho de Segurança Nacional se reuniu para decidir se decretaria “estado de sítio” no país.
A situação era peculiar, pois o sindicato de Osasco assumiu a postura mais radical até então assumida contra os militares. Sem prévias negociações ou tentativas de contenção, o Ministério do Trabalho decretou a intervenção no Sindicato de Osasco acionando cerco policial, invasão das fábricas e prisões dos grevistas. A repressão foi intensa e brutal. Após o terceiro dia de repressão os trabalhadores sitiados e sem lideranças viram-se forçados à voltarem ao trabalho.
Mas talvez naquele momento ainda não fosse tão claro que aquela greve representaria a mola propulsora do renascimento do movimento sindical brasileiro.
O legado da greve
A organização dos trabalhadores pela base, a democratização dos sindicatos, a liberdade, autonomia e a firmeza da ação sindical, enfatizados na greve de Osasco de 1968, marcaram o Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco como um dos mais combativos do Brasil. Tratou-se de romper com nada menos que os limites impostos pela ditadura. Naquele julho de 1968 o Sindicato cumpriu um papel político imprescindível para o avanço das lutas pela democracia.
Dez anos depois, em 1978, estas lições fizeram a diferença no novo sindicalismo que emergia em todo o país. É por tudo isso que seus protagonistas “fariam tudo outra vez”.
__________________
Milton Baptista de Souza (Cavalo) é Secretário de Cultura e Memória Sindical da Força Sindical, Presidente do Centro de Memória Sindical e Diretor Tesoureiro do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região

Energia, Trabalho e Soberania: o Brasil que queremos construir
Eduardo Annunciato, Chicão

Energia, Trabalho e Soberania: o Brasil que queremos construir

Tarifaço, Empregos e a Resposta das Centrais Sindicais no Brasil; por Clemente Ganz
Clemente Ganz Lúcio

Tarifaço, Empregos e a Resposta das Centrais Sindicais no Brasil; por Clemente Ganz

Diretores e dirigentes sindicais
João Guilherme Vargas Netto

Diretores e dirigentes sindicais

O avanço da direita é um desafio para o movimento sindical
Eusébio Pinto Neto

O avanço da direita é um desafio para o movimento sindical

Dois anos sem João Inocentini
Milton Cavalo

Dois anos sem João Inocentini

Mulheres por igualdade, democracia e trabalho decente
Maria Auxiliadora

Mulheres por igualdade, democracia e trabalho decente

Metalúrgicos em Ação
Josinaldo José de Barros (Cabeça)

Metalúrgicos em Ação

Mercado de Trabalho: Avanços e Persistências; por Marilane Teixeira
Marilane Oliveira Teixeira

Mercado de Trabalho: Avanços e Persistências; por Marilane Teixeira

Indústria forte é Brasil forte!
Cristina Helena Silva Gomes

Indústria forte é Brasil forte!

Se está na convenção, é lei
Paulo Ferrari

Se está na convenção, é lei

O lado positivo das homologações sindicais; por César Augusto
César Augusto de Mello

O lado positivo das homologações sindicais; por César Augusto

Resistir pelos interesses dos trabalhadores!
Cláudio Magrão

Resistir pelos interesses dos trabalhadores!

PL da Devastação é carta branca para o desmatamento sem limites
Márcio Ferreira

PL da Devastação é carta branca para o desmatamento sem limites

Pelo trabalhador
Lineu Mazano

Pelo trabalhador

Uma Análise da Retórica Populista à Luz do Pensamento Marxista
Diógenes Sandim Martins

Uma Análise da Retórica Populista à Luz do Pensamento Marxista

Metalúrgicos SP conquistam 1,20% de aumento real e abono de 13,5%
Força 24 OUT 2025

Metalúrgicos SP conquistam 1,20% de aumento real e abono de 13,5%

Mutirão mobiliza 60% dos metalúrgicos na reta final da campanha
Força 24 OUT 2025

Mutirão mobiliza 60% dos metalúrgicos na reta final da campanha

Assembleias Sintepav-BA: diálogo, negociações, PLR e mais
Força 24 OUT 2025

Assembleias Sintepav-BA: diálogo, negociações, PLR e mais

Eletricitários SP iniciam negociação com a CBA Usinas
Força 24 OUT 2025

Eletricitários SP iniciam negociação com a CBA Usinas

Força Sindical participa de intercâmbio sindical do BRICS na China
Força 24 OUT 2025

Força Sindical participa de intercâmbio sindical do BRICS na China

Trabalhadores definem pautas rumo à COP30 em Belém
Força 24 OUT 2025

Trabalhadores definem pautas rumo à COP30 em Belém

NOTA DAS CENTRAIS SINDICAIS DE APOIO E SOLIDARIEDADE AOS TRABALHADORES E AO POVO ARGENTINO
Força 24 OUT 2025

NOTA DAS CENTRAIS SINDICAIS DE APOIO E SOLIDARIEDADE AOS TRABALHADORES E AO POVO ARGENTINO

Metalúrgicos SP decidem o futuro da Campanha Salarial 2025 nesta sexta
Força 24 OUT 2025

Metalúrgicos SP decidem o futuro da Campanha Salarial 2025 nesta sexta

FEQUIMFAR reforça compromisso com sustentabilidade e inclusão social
Força 24 OUT 2025

FEQUIMFAR reforça compromisso com sustentabilidade e inclusão social

Força Sindical Bahia realiza reunião da direção nos dias 24 e 25
Força 24 OUT 2025

Força Sindical Bahia realiza reunião da direção nos dias 24 e 25

Trabalho e Meio Ambiente: DIEESE lança cartilha sobre Transição Justa e COP30
COP-30 23 OUT 2025

Trabalho e Meio Ambiente: DIEESE lança cartilha sobre Transição Justa e COP30

Força Sindical visita projetos de agricultura familiar em Petrolina
Força 23 OUT 2025

Força Sindical visita projetos de agricultura familiar em Petrolina

Sindicalistas reforçam diálogo sobre conjuntura e direitos
Força 23 OUT 2025

Sindicalistas reforçam diálogo sobre conjuntura e direitos

Longas jornadas afetam saúde e vida dos entregadores
Força 23 OUT 2025

Longas jornadas afetam saúde e vida dos entregadores

Sindicalistas da Força debatem com Lupi pautas trabalhistas
Força 23 OUT 2025

Sindicalistas da Força debatem com Lupi pautas trabalhistas

Energia, Trabalho e Soberania: o Brasil que queremos construir
Artigos 22 OUT 2025

Energia, Trabalho e Soberania: o Brasil que queremos construir

MTE cancela registros de sindicatos fora do CNES
Imprensa 22 OUT 2025

MTE cancela registros de sindicatos fora do CNES

Sintepav-BA intensifica mobilização e garante novas conquistas na Bahia
Força 22 OUT 2025

Sintepav-BA intensifica mobilização e garante novas conquistas na Bahia

Miguel Torres e Alckmin debatem Nova Indústria Brasil
Força 22 OUT 2025

Miguel Torres e Alckmin debatem Nova Indústria Brasil

Força Sindical e frentistas defendem fim da escala 6×1 no Senado
Força 21 OUT 2025

Força Sindical e frentistas defendem fim da escala 6×1 no Senado

Força Sindical SP promove reunião sobre desenvolvimento regional em Osasco
Força 21 OUT 2025

Força Sindical SP promove reunião sobre desenvolvimento regional em Osasco

Sindicato lança Plano Verão para proteger a saúde dos Eletricitários
Força 21 OUT 2025

Sindicato lança Plano Verão para proteger a saúde dos Eletricitários

TST mantém cláusula que protege porteiros contra demissões tecnológicas
Força 21 OUT 2025

TST mantém cláusula que protege porteiros contra demissões tecnológicas

Plenária Final define atuação sindical na COP30
COP-30 21 OUT 2025

Plenária Final define atuação sindical na COP30

Nova diretoria do SINDAF-DF se reúne com presidente da Força Sindical
Força 21 OUT 2025

Nova diretoria do SINDAF-DF se reúne com presidente da Força Sindical

FEQUIMFAR participa de rodada do PPR do Grupo ATVOS
Força 20 OUT 2025

FEQUIMFAR participa de rodada do PPR do Grupo ATVOS

Força Sindical do Acre exige revisão urgente nas tarifas de energia
Força 20 OUT 2025

Força Sindical do Acre exige revisão urgente nas tarifas de energia

Trabalhador vai recuperar tempo de viver com redução da jornada
Imprensa 20 OUT 2025

Trabalhador vai recuperar tempo de viver com redução da jornada

Chicão representa a Força Sindical na preparação da COP30 em Brasília
Força 20 OUT 2025

Chicão representa a Força Sindical na preparação da COP30 em Brasília

Frentistas realizam VII Encontro Nacional no Rio de Janeiro
Força 20 OUT 2025

Frentistas realizam VII Encontro Nacional no Rio de Janeiro

Aguarde! Carregando mais artigos...