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O reajuste nos edifícios
quinta-feira, 20 de setembro de 2007
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O Sindifícios – Sindicato dos Trabalhadores em Edifícios e Condomínios de São Paulo – acaba de fechar com o Sindicato Patronal – Secovi – o reajuste salarial da categoria em 6%, válido a partir de 1º de outubro deste ano. O reajuste é válido para todos os zeladores, porteiros, vigias, faxineiros, ascensoristas, garagistas e folguistas da cidade de São Paulo. Nas negociações também estiveram presentes representantes de mais de 20 sindicatos da categoria do interior do estado de São Paulo e também do litoral, que negociam com o mesmo patronal.
Todo ano é a mesma coisa: chega esse período, época de nossa data-base, e os patrões começam a falar que ‘em breve haverá reajuste na taxa de condomínio, porque os trabalhadores do condomínio terão os seus salários aumentados’, e a culpa recai sobre nossa categoria, onde somos olhados com maus olhos nos andares dos prédios onde atuamos.
Essa é uma grande mentira usada como muleta dos maus patrões, uma vez que muitos outros fatores influenciam nesse reajuste da taxa e não só a mão-de-obra utilizada no local. Mesmo representando quase 50% dos gastos de um condomínio, a inadimplência de muitos moradores, somada a tantos impostos cobrados e outros serviços prestados são responsáveis pela outra metade, que tem seus valores elevados a cada dia e ninguém fala deles. No caso da inadimplência, esta aumentou em mais de 15% nos condomínios após o Novo Código Civil alterar a multa por atraso de 20% para 2%.
Os moradores também deveriam passar a enxergar o trabalhador do edifício como um aliado seu, e não como um inimigo que ainda tem custo. Sabe-se, por exemplo, que a cada dez edifícios que sofrem arrastões, oito são terceirizados. Ou seja, as vantagens de se ter funcionários próprios, bem treinados e bem remunerados traz segurança e bem-estar a todos os moradores; são estes funcionários que auxiliam os moradores no seu dia-a-dia e, pela convivência, criam um vínculo que nunca será criado com os terceirizados. Será que tanta fidelidade não deve ser bem compensada com um reajuste? E desde já digo que estes 6% estão longe de ser o suficiente para satisfazer a necessidade do trabalhador.
É hora da sociedade enxergar esta categoria como fundamental para seu pleno funcionamento, uma vez que só na cidade de São Paulo somamos atualmente mais de 250 mil trabalhadores.
Paulo Roberto Ferrari – presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Edifícios SP (Sindifícios)