
Contratar trabalhadores como pessoas jurídicas (PJ) se tornou prática comum em diversos setores, após a Reforma Trabalhista de Michel Temer, em 2019. A maioria dos processos, que agora foram paralisados pelo ministro Gilmar Mendes, se dá pelo reconhecimento dos vínculos empregatícios.
No Setor Público, existe a pejotização, através da terceirização. Ela é mais contida. O Servidor Público continua sendo um Servidor, com seus direitos garantidos. A pejotização está na contratação de empresas que fazem a segurança, a limpeza, os serviços de copa, por exemplo. Nesses casos, a pejotização está dentro da legalidade, uma vez que a empresa é contratada para realizar esses serviços e fornece a mão de obra dentro da legalidade, ou seja, com a Carteira de Trabalho assinada e o pagamento correto dos custos destes trabalhadores, que não se configuram como Servidores.
Outra preocupação acerca deste tema é sobre a Previdência. O regime de pejotização e o fim do Regime Jurídico Único dos Servidores leva ao caos previdenciário. Com a terceirização no Serviço Público e contratação de servidores pela CLT, e com o aumento de contratação de trabalhadores PJ na iniciativa privada, essa situação leva ao enfraquecimento e ao colapso do INSS e dos institutos de previdência dos Servidores Públicos.
Agora, teremos que aguardar uma resolução do STF no sentido de proteger o trabalhador e também evitar este colapso na Previdência, para que cada profissão tenha sua liberdade e para que cada empregado tenha seu direito respeitado, especialmente o direito à aposentadoria.
Portanto, o movimento sindical precisa estar unido e cobrar que o Supremo e o ministro Gilmar Mendes decidam de forma favorável ao trabalhador, que é geralmente a parte mais enfraquecida nesta disputa. Sejamos todos pelo trabalhador.
Lineu Mazano, Presidente da Federação dos Sindicatos dos Servidores Públicos no Estado de São Paulo (Fessp-Esp) e Vice-Presidente da Confederação dos Servidores Públicos do Brasil (CSPB)