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Pessimismo exagerado gera certa desconfiança
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
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A crise domina as conversas e os noticiários. Dizem que crises foram feitas para ser superadas. Vemos hoje alguns setores da nossa economia só pensando no pior. Empresas multinacionais, especialmente nas áreas de mineração e automobilístico, ameaçam ou mesmo efetivam demissões, suspendendo contratos e subtraindo direitos dos trabalhadores, mas não as vemos aceitando menores lucros.
Outras chegam a propor redução de salários e jornada de trabalho, como se os trabalhadores brasileiros tivessem as melhores remunerações do mundo. Percebe-se um movimento orquestrado de boa parte do empresariado, irrigando de pessimismo o cenário. Ainda bem que medidas estão sendo tomadas pelo governo federal, amarrando empréstimos concedidos por bancos públicos à garantia de empregos.
Em Minas, empresários do setor supermercadista e lojistas não embarcaram nesse barco. Os supermercados prometem admissão de milhares de trabalhadores e os donos de lojas acreditam que essa crise passará longe de suas empresas.
Em 2007, ao visitar a União Italiana do Trabalho em Roma, uma das centrais de trabalhadores mais atuantes e influentes da Itália, vi um cartaz que estampava: ‘O trabalho é a riqueza da nação’, frase que poderia ser assimilada pelos nossos empresários, com mais empregos e menos lucros.
Portanto, quando lemos sobre essa propalada crise financeira mundial, temos que extrair dos noticiários alguns exageros. Há interesses embutidos neles que muitos leitores, talvez distraídos, não percebem.
Antônio Carlos Francisco dos Santos, presidente do Sindicato das Costureiras de BH e Região