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Preço dos alimentos reduz poder aquisitivo dos salários
terça-feira, 1 de julho de 2008
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Apesar de o Brasil ser o segundo produtor mundial de alimentos, o brasileiro assiste a uma crescente elevação dos preços dos alimentos. O efeito é especialmente sentido pelos assalariados, cujo rendimento só é passível de reajuste uma vez por ano, no período da data-base. Desde junho de 1994, quando entrou em vigência o plano real, a política salarial de reajustes automáticos foi extinta, passando a ser admitida somente a reposição do índice inflacionário registrado em doze meses.
A carestia dos alimentos, que pesa como as tarifas públicas, pressiona a inflação para cima, obrigando as categorias profissionais e sindicatos a se mobilizar pela conquista de reposição salarial. A nova realidade cria um complicador para a conquista de aumento real para salários e pisos, já que a tônica das negociações tende a se concentrar na recomposição das perdas inflacionárias.
A convivência com a estabilidade econômica, o crescimento econômico, a melhora dos indicadores do mercado de trabalho, a ampliação do consumo e o aumento da capacidade instalada da indústria dão mostras que o país experimenta um novo ciclo de crescimento e desenvolvimento, mesmo abaixo das chamadas nações emergentes, como India e a vizinha Argentina. Mais: o custo da mão de obra brasileira está entre os menores do mundo. Conforme levantamento do U.S Department of Labour feito em 2005, enquanto o custo/hora do trabalhador do Brasil é de 4,1 dólares, na Alemanha o mesmo custo é de US$ 33,0; na Holanda, US$ 31,8, na França, US$ 24,6 e nos Estados Unidos US$ 23,7. Na Coréia do Sul, o custo/hora é de US$ 13,6, três vezes maior que o brasileiro. Tais números contrariam outra tese, a de que o custo da mão de obra precisa cair e de que este é um dos empecilhos para uma maior competitividade do País.
Cláudio Janta, presidente da Força Sindical-RS