Menu

Mapa do site

Emissão de boleto

Nacional São Paulo

Emissão de boleto

Nacional São Paulo
8 OUT 2025

Imagem do dia

Seminário Pré-COP30; FOTOS

Imagem do dia - Força Sindical

Enviar link da notícia por e-mail

Artigos

Reforma sindical quer fortalecer a negociação coletiva –

quarta-feira, 10 de maio de 2023

Artigos

Reforma sindical quer fortalecer a negociação coletiva –

Por: Clemente Ganz Lúcio

A proposta de reforma sindical que está sendo elaborada em conjunto por representantes de dez centrais sindicais e do governo prevê maior poder de decisão da negociação coletiva, confirmação da unicidade sindical (representação com base mínima por município) e a criação de um Conselho de Relações de Trabalho para regulação do sistema, formado por trabalhadores e empregadores.

“São três diretrizes [no projeto]: fortalecer a negociação coletiva, criar efetiva capacidade dos sindicatos de se posicionarem bem nesse processo de negociação e para estruturação sindical, e dar autonomia para que trabalhadores e empresas possam desenhar seu processo de organização do trabalho”, afirma o sociólogo Clemente Ganz, coordenador do Fórum das Centrais Sindicais. Ele integra o grupo que está preparando o documento que, uma vez debatido com sindicatos e empresários, será encaminhado pelo Executivo ao Congresso, na forma de um projeto de lei.
 
De maneira complementar, diz Clemente, o projeto pretende promover direito equivalente para os servidores do setor público. Ou seja, a lei deverá reconhecer o direito dos trabalhadores estatutários – regidos pelo Estatuto do Servidor Público – à negociação coletiva.
 
A intenção é colocar as propostas em debate “imediatamente”, diz o sociólogo. Ele ressalta “o compromisso firmado pelo presidente Lula com as centrais, de enviar ao Congresso mudanças na organização sindical e no sistema de negociação coletiva, buscando justamente dar capacidade de atuação frente às mudanças no mundo do trabalho, e dar à negociação coletiva capacidade de rever muitas das regras da reforma trabalhista de 2017”.
 
A reforma feita no governo Temer acabou com o imposto sindical, extinguindo sem alternativa a fonte de financiamento sindical, provocou a fragilização dos sindicatos e cortou direitos. Mas deu grande poder regulatório à negociação coletiva. “Então vamos tratar de regular as situações de trabalho pela negociação coletiva”, afirma Clemente.
 
Outra mudança necessária, na opinião do sociólogo, visa melhorar a vida dos trabalhadores sem vínculos formais, atualmente sem nenhuma proteção sindical, e com baixa cobertura trabalhista ou previdenciária. “As centrais sindicais, organizadas nacionalmente e setorialmente, fariam também a incidência na representação dessa massa de trabalhadores que não são assalariados clássicos, nem servidores: trabalhador autônomo, doméstico, cooperado, PJ, entre outros.”
 
Segundo o coordenador do Fórum das Centrais Sindicais, essa população em condições extremas de precariedade é praticamente metade da força de trabalho do país. “São cerca de 50 a 55 milhões protegidos pelo sistema sindical clássico, e outros 50 a 55 milhões sem proteção, dos quais 20 a 24 milhões por conta própria; 6 a 7 milhões no serviço doméstico, e os demais, cooperados, “pejotizados”, e uma massa terceirizada que vive no limbo, de subcontratados. Temos mais ou menos a metade protegida por um sistema sindical fragilizado, e outra metade com quase absoluta desproteção sindical, baixíssima proteção previdenciária e trabalhista.”
 
Clemente indica dois desafios principais: recolocar o sindicato como instrumento de proteção da força de trabalho formalizada, por meio da negociação coletiva valorizada, com alta taxa de representação no sindicato; e reorganizar o sistema sindical, por meio das centrais e federações, para conseguir representar a outra parte — atualmente descoberta, com uma interação forte junto ao governo. “Para que, por meio do Executivo, junto ao Congresso Nacional, sejam estabelecidas regras que gerem proteção previdenciária, de saúde e direitos equivalentes.”
 
Conselho de autorregulação
A regulamentação permanente do novo sistema, com eventuais atualizações, seria feita por um Conselho de Relações do Trabalho. De acordo com Clemente, esse conselho teria uma câmara formada pelas centrais e por quadros dirigentes do movimento sindical; e outra, autônoma, para tratar da organização sindical das empresas, com representantes de sindicatos patronais. “E os dois juntos regulariam o sistema de negociação coletiva”, explica o sociólogo.
 
O objetivo da proposta é instituir processos para que a negociação coletiva seja bem desenvolvida, impedindo práticas antissindicais, com direito efetivo de representação e de informação. Clemente lembra que a Constituição brasileira delega aos sindicatos o papel de fazer a representação dos trabalhadores – de toda base, sócios e não sócios das entidades.
 
Para exercer essa representação, ele destaca as assembleias como instrumentos chaves. Nelas se definem a pauta da negociação, os indicativos de greve ou de continuação das conversas. Nelas também, os participantes deliberam pela celebração dos acordos e autorizam os sindicatos a receberem uma receita decorrente das negociações, gerada com a contribuição dos trabalhadores, para que possam financiar sua ação de forma consistente e qualificada.
 
OCDE cobra apoio aos sindicatos
Os resultados da onda neoliberal que demoliu estruturas trabalhistas e sindicais mundo afora já acendeu o sinal de alerta em organizações internacionais, que identificam piora aguda das relações de trabalho, dos direitos humanos e das condições de vida das populações.
 
Segundo Clemente, estudos da Organização Internacional do Trabalho (OIT) mostram que 140 países fizeram reformas trabalhistas e sindicais, de 2000 até 2020. Todas flexibilizaram as formas de contratação e remuneração, tiraram poder dos sindicatos, enfraqueceram a negociação coletiva, diminuíram o papel do Estado e da Justiça do Trabalho, criaram formas mais flexíveis e menos onerosas de demissões e desligamentos de trabalhadores.
 
Outro levantamento, feito em 36 países pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), aponta  queda na sindicalização e perda da participação dos acordos coletivos na regulação da proteção do trabalho. “Isso é fruto da disseminação da ideia de que o sindicato só representa o trabalhador que é associado; e de que a empresa só é obrigada a cumprir uma convenção, um acordo coletivo, se for sócia de entidade patronal. E as empresas, de forma crescente, têm se desfiliado do sindicato patronal para não ter nenhuma obrigação com relação a convenções e acordos trabalhistas. O resultado disso, em duas décadas, é que estudos recentes da União Europeia e da OCDE indicam aos países urgência na retomada do apoio aos sindicatos, e que estabeleçam metas de proteção sindical de 80% da população.”
 
A situação é tão crítica, diz Clemente, que países que nunca tiveram Salário Mínimo passaram a estabelecer políticas de renda mínima. O exemplo mais significativo é a Alemanha. A desproteção sindical e a fragmentação da representação derivaram numa massa de trabalhadores, principalmente imigrantes, recebendo abaixo da renda mínima considerada vital no país, situação em que o Estado precisa complementar a receita do cidadão. “Como as empresas, de maneira continuada, contratavam abaixo da renda mínima vital e os sindicatos não conseguiam produzir instrumentos coletivos de proteção, porque as empresas se desfiliavam do sindicato patronal, o governo alemão decidiu implementar uma política de Salário Mínimo.”
 
Unicidade sindical
Ironia perversa, ao próprio preceito da liberdade sindical tem sido aplicada uma interpretação distorcida, contrária a seus princípios originais. “A não interferência patronal e do Estado na organização dos trabalhadores, o direito de fazer greve e se organizar para apresentar uma pauta, isso se transformou num instrumento dos neoliberais para estraçalhar com a estrutura sindical, a partir de marcos regulatórios”, alerta o sociólogo. Por exemplo, quando a liberdade sindical é invocada para servir de justificativa para a negociação individual, em termos violentamente assimétricos, ou para a multiplicação sem critério de entidades sindicais.
 
“Por isso, o movimento sindical, neste momento, está pactuando que devemos encaminhar mudanças nos marcos normativos sem propor uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional) para alterar o artigo 8º da Constituição, que estabelece o princípio da unicidade sindical – com base mínima municipal — e impede a fragmentação espúria”, argumenta Clemente.
 
O coordenador do Fórum das Centrais Sindicais também adverte para as ações parlamentares que ameaçam insistir no desmonte sindical. Ele lembra que, recentemente, o relator da Reforma Trabalhista de 2017, o agora senador Rogério Marinho (PL-RN), apresentou um projeto de regulamentação para trabalho mediado por aplicativo, que não reconhece vínculo das empresas com os trabalhadores. “Eles têm essas propostas elaboradas para continuar um projeto de flexibilização do mundo do trabalho e enfraquecimento da ação coletiva dos sindicatos.”
 
Nesse sentido, Clemente defende a nova reforma em debate para dar centralidade à negociação coletiva, recuperar a autonomia do movimento sindical e sua capacidade de financiamento. “É por meio da negociação que se chega na base sindical; com ela que chamamos os trabalhadores. A negociação coletiva é a substância que permite ao sindicato voltar a ter uma relação com os trabalhadores, é a tarefa principal dos sindicatos.”
 
Clemente Ganz Lúcio é sociólogo, consultor, ex-diretor técnico do DIEESE e assessor das centrais sindicais – 2clemente@uol.com.br
A permanente luta contra a desigualdade no Brasil
Eusébio Pinto Neto

A permanente luta contra a desigualdade no Brasil

Energia, Trabalho e Soberania: o Brasil que queremos construir
Eduardo Annunciato, Chicão

Energia, Trabalho e Soberania: o Brasil que queremos construir

Tarifaço, Empregos e a Resposta das Centrais Sindicais no Brasil; por Clemente Ganz
Clemente Ganz Lúcio

Tarifaço, Empregos e a Resposta das Centrais Sindicais no Brasil; por Clemente Ganz

Diretores e dirigentes sindicais
João Guilherme Vargas Netto

Diretores e dirigentes sindicais

Dois anos sem João Inocentini
Milton Cavalo

Dois anos sem João Inocentini

Mulheres por igualdade, democracia e trabalho decente
Maria Auxiliadora

Mulheres por igualdade, democracia e trabalho decente

Metalúrgicos em Ação
Josinaldo José de Barros (Cabeça)

Metalúrgicos em Ação

Mercado de Trabalho: Avanços e Persistências; por Marilane Teixeira
Marilane Oliveira Teixeira

Mercado de Trabalho: Avanços e Persistências; por Marilane Teixeira

Indústria forte é Brasil forte!
Cristina Helena Silva Gomes

Indústria forte é Brasil forte!

Se está na convenção, é lei
Paulo Ferrari

Se está na convenção, é lei

O lado positivo das homologações sindicais; por César Augusto
César Augusto de Mello

O lado positivo das homologações sindicais; por César Augusto

Resistir pelos interesses dos trabalhadores!
Cláudio Magrão

Resistir pelos interesses dos trabalhadores!

PL da Devastação é carta branca para o desmatamento sem limites
Márcio Ferreira

PL da Devastação é carta branca para o desmatamento sem limites

Pelo trabalhador
Lineu Mazano

Pelo trabalhador

Uma Análise da Retórica Populista à Luz do Pensamento Marxista
Diógenes Sandim Martins

Uma Análise da Retórica Populista à Luz do Pensamento Marxista

NOTA – Sindicato e Sindicalização no Brasil: reencontros de classe
Força 19 NOV 2025

NOTA – Sindicato e Sindicalização no Brasil: reencontros de classe

Sindicalistas reforçam importância da COP30 nos debates globais
COP-30 19 NOV 2025

Sindicalistas reforçam importância da COP30 nos debates globais

Movimento sindical realiza panfletagem na Green Zone da COP30
COP-30 19 NOV 2025

Movimento sindical realiza panfletagem na Green Zone da COP30

Festa do Havaí anima Colônia de Férias dos Eletricitários SP
Força 19 NOV 2025

Festa do Havaí anima Colônia de Férias dos Eletricitários SP

Reajuste dos químicos vai injetar R$ 1,2 bi na economia paulista
Força 19 NOV 2025

Reajuste dos químicos vai injetar R$ 1,2 bi na economia paulista

Centrais sindicais alinham ações e atualizam pauta para 2026
Força 19 NOV 2025

Centrais sindicais alinham ações e atualizam pauta para 2026

Eletricitários SP reforçam defesa da segurança em debate da NR10
Força 18 NOV 2025

Eletricitários SP reforçam defesa da segurança em debate da NR10

COP30: trabalhador deve estar no centro das decisões climáticas
Palavra do Presidente 18 NOV 2025

COP30: trabalhador deve estar no centro das decisões climáticas

O Metalúrgico destaca reajuste, IR Zero e mobilização coletiva
Força 18 NOV 2025

O Metalúrgico destaca reajuste, IR Zero e mobilização coletiva

Carta defende trabalho decente e proteção social na Amazônia
COP-30 18 NOV 2025

Carta defende trabalho decente e proteção social na Amazônia

Desafios atuais na defesa da liberdade sindical em debate
Força 17 NOV 2025

Desafios atuais na defesa da liberdade sindical em debate

Reduzir jornada para proteger trabalhadores e o planeta
Imprensa 17 NOV 2025

Reduzir jornada para proteger trabalhadores e o planeta

Sintrabor inicia Campanha Salarial 2026
Força 17 NOV 2025

Sintrabor inicia Campanha Salarial 2026

Sindicato denuncia e justiça proíbe uso de legging e cropped para frentistas mulheres
Força 17 NOV 2025

Sindicato denuncia e justiça proíbe uso de legging e cropped para frentistas mulheres

Especialista alerta associados do Sindnapi sobre golpes digitais
Força 14 NOV 2025

Especialista alerta associados do Sindnapi sobre golpes digitais

Sindec-POA garante aumento real e amplia direitos em 2025
Força 14 NOV 2025

Sindec-POA garante aumento real e amplia direitos em 2025

FEQUIMFAR assina Convenção Coletiva com avanços para 2025/2027
Força 14 NOV 2025

FEQUIMFAR assina Convenção Coletiva com avanços para 2025/2027

Trabalhadores da Simoldes exigem nova proposta em 48 horas
Força 14 NOV 2025

Trabalhadores da Simoldes exigem nova proposta em 48 horas

SinSaúdeSP garante direitos dos trabalhadores da Telemedicina
Força 14 NOV 2025

SinSaúdeSP garante direitos dos trabalhadores da Telemedicina

SinSaúdeSP: INTS admite que não cumpriu reajustes previstos na Convenção
Força 14 NOV 2025

SinSaúdeSP: INTS admite que não cumpriu reajustes previstos na Convenção

Sintepav-BA faz assembleia em Piritiba
Força 14 NOV 2025

Sintepav-BA faz assembleia em Piritiba

Redução da jornada fortalece empregos e qualidade de vida
Imprensa 13 NOV 2025

Redução da jornada fortalece empregos e qualidade de vida

Mulheres exigem voz e igualdade na COP30
COP-30 12 NOV 2025

Mulheres exigem voz e igualdade na COP30

Setores químico, plástico e fertilizantes conquistam aumento real
Força 12 NOV 2025

Setores químico, plástico e fertilizantes conquistam aumento real

Miguel Torres defende unidade e transição justa na COP 30
COP-30 12 NOV 2025

Miguel Torres defende unidade e transição justa na COP 30

SinSaúdeSP convoca nova mobilização para quarta-feira
Força 12 NOV 2025

SinSaúdeSP convoca nova mobilização para quarta-feira

Fim da escala 6×1 é defendida por frentistas em audiência
Imprensa 12 NOV 2025

Fim da escala 6×1 é defendida por frentistas em audiência

Centrais sindicais levam Transição Justa ao centro da COP30
COP-30 11 NOV 2025

Centrais sindicais levam Transição Justa ao centro da COP30

Sindicato mobiliza trabalhadores da AGCO por direitos e salário
Força 11 NOV 2025

Sindicato mobiliza trabalhadores da AGCO por direitos e salário

Trabalhadores da Sky Master rejeitam proposta de PLR em assembleia
Força 10 NOV 2025

Trabalhadores da Sky Master rejeitam proposta de PLR em assembleia

Aguarde! Carregando mais artigos...