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Trabalho indigno resulta em escassez de mão de obra
segunda-feira, 21 de julho de 2025
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O mercado de trabalho nunca teve tanta relevância quanto agora, seja devido à diminuição da taxa de desemprego ou pelas críticas do setor empresarial que busca desmerecer os profissionais que se recusam a aceitar condições de trabalho degradantes, desumanas e humilhantes. A política de valorização real do salário mínimo promovida pelo governo Lula incentiva as categorias profissionais organizadas a pressionarem por aumentos salariais superiores à inflação. No entanto, a maior parte dos trabalhadores recebe até dois salários mínimos.
Esse movimento reflete uma transformação nas demandas do mercado de trabalho. A escassez de mão de obra em determinados segmentos da economia evidencia que o trabalhador brasileiro procura remunerações mais justas, além de benefícios que estejam alinhados às suas atribuições.
Essa mudança de perspectiva, especialmente entre os mais jovens que reusam empregos que não ofereçam condições justas, inquieta o setor empresarial brasileiro, que permanece obstinado em preservar um sistema análogo à escravidão.
A terceirização nas empresas, disfarçada de pejotização, precariza as relações de trabalho e expõe a vulnerabilidade do trabalhador. A pejotização é uma estratégia adotada por empresas para contratar funcionários sem ter que arcar com encargos trabalhistas, além de, em situações de trabalho remoto, evitar os custos referentes ao serviço prestado.
A tecnologia tem se revelado uma ferramenta eficaz do capital para a exploração da força de trabalho. No Brasil, 38% dos profissionais que atuam em plataformas de transporte possuem vínculo empregatício formal, e realizam essa atividade complementar para aumentar a sua renda.
Devido ao seu histórico de luta, o movimento sindical deve promover um amplo debate com o intuito de sugerir mudanças que melhorem as condições de vida dos trabalhadores. A carência de mão de obra em áreas como a indústria e o comércio, será revertida quando as empresas direcionarem investimentos à capacitação profissional, além de aprimorar a remuneração e as condições laborais.
Em escala global, a nova geração manifesta sua oposição ao assédio e ao abuso e, na ausência de condições mínimas para um trabalho digno e uma remuneração adequada, de forma acertada, repudia a exploração. Nosso desafio consiste em revisar a cultura do trabalho em nosso país, a fim de estabelecer um ambiente laboral mais saudável e melhorar a qualidade de vida da população brasileira.
Eusébio Pinto Neto,
Presidente do Sinpospetro-RJ e da Fenepospetro