Menu

Mapa do site

Emissão de boleto

Nacional São Paulo

Emissão de boleto

Nacional São Paulo
15 JUL 2024

Imagem do dia

[caption id="attachment_63290" align="aligncenter" width="700"]Centrais e ministro do Trabalho falam sobre igualdade salarial entre homens e mulheres Centrais e ministro do Trabalho falam sobre igualdade salarial entre homens e mulheres[/caption]

Imagem do dia - Força Sindical

Enviar link da notícia por e-mail

Artigos

Um inovador primeiro passo

segunda-feira, 8 de abril de 2024

Artigos

Um inovador primeiro passo

Por: Clemente Ganz Lúcio

As Centrais Sindicais lançaram, em 2022, a Pauta da Classe Trabalhadora 2023/2026, documento no qual apresentaram diretrizes desafiadoras para o desenvolvimento do Brasil. Uma das prioridades é implementar um marco regulatório de proteção social, trabalhista, previdenciária e sindical a todas as formas de ocupação, de emprego e de relações de trabalho mediados por novas tecnologias, com destaque para trabalhadores mediados por plataformas e aplicativos.

Essa demanda foi apresentada pelas Centrais Sindicais ao Presidente Lula e ao Ministro do Trabalho, Luiz Marinho, e foi encaminhada através do Decreto Nº 11.513 (01/05/2023), que criou o Grupo de Trabalho Tripartite (trabalhadores, empresas e governo), com 15 representantes de cada bancada, com a finalidade de elaborar propostas de “regulamentação das atividades de prestação de serviços, transporte de bens, transporte de pessoas e outras atividades executadas por intermédio de plataformas tecnológicas”. Esse GT organizou inicialmente seu trabalho em dois subgrupos, um para tratar do transporte de pessoas e outro do transporte de mercadorias. As Centrais Sindicais mobilizaram dirigentes e lideranças de base desses segmentos de trabalhadores que, conjuntamente, constituíram a sua representação no Grupo Geral e nos dois subgrupos, e contaram com assessoria técnica do DIEESE e jurídica das Centrais Sindicais.

Foi longo o processo de percorrer o caminho tortuoso para inicialmente enunciar as pautas, as demandas e as reivindicações das três partes: trabalhadores, empresas e governo. Os trabalhadores construíram juntos e apresentaram sua Pauta com 11 questões: regulação tributária e trabalhista; prevalência dos acordos e convenções coletivas; direitos sindicais; negociação coletiva; flexibilidade do trabalhador para definir seus horários de trabalho; vínculo de trabalho; jornada de trabalho; seguridade social; remuneração mínima; transparência; saúde e segurança; e, exercício e processo de trabalho. As empresas também apresentaram suas propostas. As agendas estão detalhadas no documento “Síntese Especial – o acordo tripartite para regulamentação do trabalho em plataforma de transporte remunerado de passageiros”, produzido pelo DIEESE e disponível em www.dieese.org.br.

O tratamento de toda a pauta, item por item e suas relações, organizou uma agenda de debates e de embates propositivos. A mediação no processo de negociação exercida pela bancada do governo e os duros posicionamentos de cada bancada foram conformando as possibilidades ou os impasses para a construção do espaço para o acordo. No caso do transporte de pessoas, esse espaço foi identificado e materializado em um acordo. Já no caso do transporte de mercadorias, isso ainda não aconteceu.

A pauta foi explicitada com os diagnósticos dos problemas e acompanhada da demanda propositiva. A partir dos problemas foram enunciados desafios que indicavam os interesses das partes. À medida que os trabalhos avançavam, ficava clara a complexidade contida no contexto de cada âmbito problemático colocado sobre a mesa de negociação. Muitas velhas questões apareceram com novas roupagens. Inúmeras novas questões traziam desafios inéditos. Escolhas foram compartilhadas para que fossem dados alguns passos.

Cada bloco de desafios foi endereçado e tratado em âmbitos negociais específicos, como a regulação da atividade econômica das empresas, as tratativas da previdência social, os direitos trabalhistas e as relações de trabalho, a forma de representação e de contratação coletiva, as políticas de saúde e segurança no trabalho, as políticas de renovação de frota e de preservação da qualidade do serviço, entre outras dimensões destacadas. Cada tratamento específico era relacionado com os demais campos temáticos. E assim se foram processando as negociações que estruturaram uma agenda de trabalho de longo prazo, que deve ser contínua para tratar de forma progressiva e articulada toda a agenda sistematizada.

Esse breve resumo de parte do processo percorrido até o presente indica alguns dos motivos pelos quais as Centrais Sindicais defendem e investem na negociação coletiva como instrumento permanente de regulação das relações de trabalho. A autonomia dos trabalhadores se expressa na Pauta, materializa-se na negociação e no acordo. Nesse âmbito negocial, cada contexto situacional pode ser tratado na sua complexidade específica, bem como as relações mais gerais são compartilhadas. É nesse espaço de negociação coletiva, considerado como um processo permanente de regulação, que acordos definem, para um período, as regras para reger as relações de trabalho. Assim, concluído um acordo e enquanto está em vigor, inicia-se o processo de construção do próximo acordo no mesmo espaço da negociação coletiva.

Nessa longa e dura negociação, a representação da categoria, que está em processo de organização, estabeleceu com as empresas e o governo um debate propositivo de alto nível. O primeiro passo foi dado no âmbito das empresas de transporte de pessoas, para o qual foram definidas as primeiras regras para reger as relações de trabalho e definir as bases para a proteção previdenciária. Dada a natureza das normas construídas, algumas exigem mudanças legislativas, foi construído e encaminhado ao Congresso Nacional o Projeto de Lei Complementar 12/2024.

O acordo tripartite garante ao motorista autônomo, condição jurídica híbrida, de um trabalhador formalmente autônomo com proteção previdenciária e trabalhista, trabalho decente, direito e acesso à informação, capacidade de organização sindical, direito de representação e de contratação coletiva.

A demanda dos trabalhadores pela qualificação da condição ocupacional de autônomo, no caso de transporte de pessoas, foi devidamente caracterizada como uma relação de trabalho entre a empresa que opera o aplicativo e a pessoa que trabalha de forma autônoma. Cabe ao trabalhador decidir sobre dias, horários e períodos em que se conectará ao aplicativo, sem exigência de exclusividade, conforme assinalado na Pauta dos Trabalhadores.

O direito à organização e representação sindical com atribuições negociais para firmar acordos e convenções coletivas, outra demanda da Pauta, ficou estabelecido. Assim, as negociações coletivas continuarão e serão o instrumento para avançar nas conquistas, o que exigirá continuidade no processo de organização da representação e de expressão dos interesses.

A autonomia de cada trabalhador e a qualidade da negociação coletiva dependem do acesso à informação, outro ponto caro da Pauta sindical. Ficou acordado o direito de acesso com transparência às informações que são atualmente de domínio das plataformas (oferta de viagens, pontuação, bloqueio, suspensão e exclusão), bem como foram definidos mecanismos para questionar medidas das plataformas e estabelecidas diretrizes política para a eliminação de todas as formas de discriminação.

Outra demanda que teve avanço foi a efetivação do direito à participação no sistema previdenciário, com os trabalhadores e trabalhadoras passando a ter o direito à aposentadoria, aos auxílios saúde e maternidade e a garantia de proteção da família. Os trabalhadores contribuirão com o regime geral da previdência social com uma alíquota de 7,5% e as empresas com uma contribuição quase três vezes maior, de 20%. Atualmente, menos de um quarto dos trabalhadores têm alguma cobertura previdenciária.

Na Pauta constava a demanda de garantia de um piso remuneratório e de cobertura de custos. O acordo chegou ao valor de R$ 32,10 por hora como piso remuneratório e de cobertura de custos, o que para uma jornada de oito horas/dia ou 176 horas/mês garante uma remuneração base de R$ 5.650,00. Destaca-se que essa remuneração é mínima, pois a renda mensal de cada trabalhador autônomo continuará sendo definida pelo preço dinâmico das corridas e as variações de tempo e distâncias continuarão sendo contabilizadas.

O acordo trata de outras questões que estão reunidas no documento acima citado, produzido pelo DIEESE. O desafio imediato de promover acordos para as relações de trabalho nas plataformas de transporte de mercadorias permanece. Propor e viabilizar políticas e programas voltados à modernização da frota, de saúde e segurança, entre outros, fazem parte da pauta para as próximas negociações.

Como em todas as milhares de negociações que há décadas o sindicalismo brasileiro realiza em todo o território nacional, também esse processo negocial não optou pela disjuntiva do “tudo ou nada”. O acordo trata e regula muitas das propostas da Pauta dos Trabalhadores. Não trata de tudo e nem responde a todos os conteúdos reivindicados. Porém, essencialmente, cria os instrumentos, demandados na Pauta, para que a luta e o processo negocial continuem para uma representação coletiva de trabalhadores/as autônomos/as.

Lembro que nas duas últimas décadas essa estratégia de tudo ou nada levou a que negociações nacionais, bem conduzidas e com propostas muito interessantes para o acordo, dessem em nada para os trabalhadores ou deixassem vazios para a destruição da possibilidade de direitos. Por exemplo, não temos hoje jornada de 40 horas porque ficamos com a demanda de 40 horas já. Como a proposta era reduzir gradativamente, em etapas, a jornada de trabalho para 40 horas, proposta que não foi aceita, permanecemos com a jornada de 44 horas semanais. E lá se vão mais de 20 anos sem a redução da jornada de trabalho! Outro exemplo: no mesmo período, uma boa proposta de regulação das relações de trabalho em empresas terceirizadas com responsabilidades das contratantes foi construída na mesa nacional de negociação. Prevaleceu no campo sindical a pauta do “fim da terceirização já” e o resultado foi a terceirização sem limite e sem regras autorizada em lei no setor privado e público. Hoje, a precarização corre solta, amparada pela lei.

Que a disjuntiva do “tudo ou nada” não nos conduza mais uma vez a novas derrotas que sempre trazem perdas irreparáveis aos trabalhadores e às trabalhadoras. Derrotas estão no horizonte se não for construído um outro caminho, que acima foi apresentado. O acordo foi construído na mesa de negociação, com a representação sindical constituída, e um processo negocial permanente foi concebido. Está aberta a oportunidade de afirmar o princípio da autonomia das partes interessadas de, por meio dos instrumentos de representação constitucionalmente definidos para a negociação e a contratação coletiva, firmar as regras que irão reger suas relações de trabalho de milhares de trabalhadoras e trabalhadores.

Clemente Ganz Lúcio Sociólogo, coordenador do Fórum das Centrais Sindicais, membro do CDESS – Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável da Presidência da República, membro do Conselho Deliberativo da Oxfam Brasil, consultor e ex-diretor técnico do DIEESE (2004/2020)

Democracia se constrói com igualdade social e respeito
Eusébio Pinto Neto

Democracia se constrói com igualdade social e respeito

Com a Sabesp privatizada, você vai entrar pelo cano!
Eduardo Annunciato, Chicão

Com a Sabesp privatizada, você vai entrar pelo cano!

Luta pelo fim da violência contra o idoso continua
Milton Cavalo

Luta pelo fim da violência contra o idoso continua

Três indicadores
João Guilherme Vargas Netto

Três indicadores

Prioridades da agenda sindical 2024/25
Clemente Ganz Lúcio

Prioridades da agenda sindical 2024/25

Sobre a Correção do Fundo de Garantia
Eliseu Silva Costa

Sobre a Correção do Fundo de Garantia

Defendemos a criação de um programa emergencial robusto
Nilton Souza da Silva, o Neco

Defendemos a criação de um programa emergencial robusto

Sindicalismo não recua!
Josinaldo José de Barros (Cabeça)

Sindicalismo não recua!

Dia Internacional da Enfermagem: 12 de maio
Jefferson Caproni

Dia Internacional da Enfermagem: 12 de maio

Nossa solidariedade ao Rio Grande do Sul
Gilberto Almazan

Nossa solidariedade ao Rio Grande do Sul

Não ao assédio moral
Paulo Ferrari

Não ao assédio moral

“Combustível do Futuro” e o futuro do trabalho
Sérgio Luiz Leite, Serginho

“Combustível do Futuro” e o futuro do trabalho

Dia Internacional da Mulher: Desafios e compromissos pela igualdade
Maria Auxiliadora

Dia Internacional da Mulher: Desafios e compromissos pela igualdade

Uma questão de gênero
Aparecida Evaristo

Uma questão de gênero

Avanços reais
João Passos

Avanços reais

Comerciário sindicalizado só tem a ganhar
Milton de Araújo

Comerciário sindicalizado só tem a ganhar

Centrais e ministro do Trabalho falam sobre igualdade salarial entre homens e mulheres
Imagem do dia 15 JUL 2024

Centrais e ministro do Trabalho falam sobre igualdade salarial entre homens e mulheres

Setor de Serviços fica estável em maio, diz IBGE
Força 15 JUL 2024

Setor de Serviços fica estável em maio, diz IBGE

Economia brasileira cresceu 0,25% em maio
Imprensa 15 JUL 2024

Economia brasileira cresceu 0,25% em maio

Caixa libera PIS/Pasep para nascidos em setembro e outubro
Imprensa 15 JUL 2024

Caixa libera PIS/Pasep para nascidos em setembro e outubro

Taxa Assistencial: recomendações do MPT aos Contabilistas
Força 15 JUL 2024

Taxa Assistencial: recomendações do MPT aos Contabilistas

Democracia se constrói com igualdade social e respeito
Artigos 15 JUL 2024

Democracia se constrói com igualdade social e respeito

Metalúrgicos da Braita aprovam PLR 2024
Força 12 JUL 2024

Metalúrgicos da Braita aprovam PLR 2024

Férias escolares mais divertidas nas colônias conveniadas ao SINPOSPETRO-RJ
Força 12 JUL 2024

Férias escolares mais divertidas nas colônias conveniadas ao SINPOSPETRO-RJ

Vídeos 12 JUL 2024

Sinttrar inaugura simulador em parceria com o Sest Senat

Borracheiros marcam presença no Dia da Luta Operária
Força 12 JUL 2024

Borracheiros marcam presença no Dia da Luta Operária

No 9 de Julho, Clemente e Maeno cobram ambientes de trabalho seguros
Força 12 JUL 2024

No 9 de Julho, Clemente e Maeno cobram ambientes de trabalho seguros

Heróis da Saúde: SinSaúdeSP premia Airton Cano, do Sindicato dos Químicos do ABC
Força 12 JUL 2024

Heróis da Saúde: SinSaúdeSP premia Airton Cano, do Sindicato dos Químicos do ABC

Vendas no varejo avançam 1,2% em maio, impulsionadas por hiper e supermercados
Imprensa 12 JUL 2024

Vendas no varejo avançam 1,2% em maio, impulsionadas por hiper e supermercados

Com a Sabesp privatizada, você vai entrar pelo cano!
Artigos 12 JUL 2024

Com a Sabesp privatizada, você vai entrar pelo cano!

Luta pelo fim da violência contra o idoso continua
Artigos 12 JUL 2024

Luta pelo fim da violência contra o idoso continua

Metalúrgicos da Brovind aprovam PLR 2024 de R$ 1750,00
Força 10 JUL 2024

Metalúrgicos da Brovind aprovam PLR 2024 de R$ 1750,00

Frentistas do RJ retomam negociação salarial nesta quarta(10)
Força 10 JUL 2024

Frentistas do RJ retomam negociação salarial nesta quarta(10)

Conselho Nacional do Trabalho realiza reunião tripartite
Força 10 JUL 2024

Conselho Nacional do Trabalho realiza reunião tripartite

Vídeos 10 JUL 2024

Revisão da vida toda. Não para de chegar reforços!

Posse da diretoria dos Condutores de S J do Rio Preto
Força 10 JUL 2024

Posse da diretoria dos Condutores de S J do Rio Preto

Presidente da Força Sindical em Brasília!
Força 10 JUL 2024

Presidente da Força Sindical em Brasília!

Xangai canta: Matança; música
Força 5 JUL 2024

Xangai canta: Matança; música

Industriall debate fortalecimento sindical, negociação coletiva e reestruturação produtiva
Força 5 JUL 2024

Industriall debate fortalecimento sindical, negociação coletiva e reestruturação produtiva

Frentistas traçam estratégia de luta para a negociação no RJ
Força 5 JUL 2024

Frentistas traçam estratégia de luta para a negociação no RJ

Posse da nova diretoria do Sindicato dos Químicos de S j do Rio Preto
Imagem do dia 4 JUL 2024

Posse da nova diretoria do Sindicato dos Químicos de S j do Rio Preto

Mais de 87% dos reajustes negociados acima da inflação em maio
Imprensa 4 JUL 2024

Mais de 87% dos reajustes negociados acima da inflação em maio

Custo da cesta básica aumenta em 11 cidades
Imprensa 4 JUL 2024

Custo da cesta básica aumenta em 11 cidades

Produção industrial recua 0,9% em maio, segundo mês seguido de queda
Imprensa 4 JUL 2024

Produção industrial recua 0,9% em maio, segundo mês seguido de queda

Prazo para pagar 1ª parcela do abono do frentistas do RJ termina amanhã (5)
Força 4 JUL 2024

Prazo para pagar 1ª parcela do abono do frentistas do RJ termina amanhã (5)

Três indicadores
Artigos 4 JUL 2024

Três indicadores

Aguarde! Carregando mais artigos...