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Aracaju/SE: Greve da saúde entra na segunda semana com ato no Centro de Aracaju
quarta-feira, 13 de agosto de 2008
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A greve dos servidores da saúde do nível médio de Sergipe completou uma semana no dia 11 de agosto. E mesmo assim, até agora, o governo do Estado não sinalizou nenhuma proposta que fosse do agrado da categoria. Para chamar ainda mais a atenção da população e da gestão pública, o Sindicato dos Trabalhadores na Área da Saúde convocou os servidores para um ato em frente à Secretaria Estadual.
Munidos de faixas, um mini-trio, apitos e bandeiras, os funcionários do Hospital João Alves Filho, do Instituto Parreira Horta, da Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, Hemose, Hospital da Polícia Militar e do Centro de Referência da Mulher ficaram centralizados na praça General Valadão, no Centro de Aracaju, distribuindo panfletos e pedindo a saída do atual secretário de Estado da Saúde, o deputado estadual, Rogério Carvalho (PT). Da praça, os grevistas saírem em caminhada pelas ruas de Aracaju, passaram pela Assembléia Legislativa conclamando pelos deputados que interfiram em favor dos trabalhadores.
Logo depois, os trabalhadores caminharam pelos Calçadões do Centro, entregando uma carta aberta à população, justificando o porque da greve e sensibilizando o povo de Aracaju. "Os trabalhadores não agüentam mais esse governo que maltrata os seus servidores, oferece um aumento ridículo de 5% e não disponibiliza condições de trabalho dignas para os servidores e nem de atendimento à população", diz Augusto Couto, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Área de Saúde (Sintasa).
O ato contou também com a participação do presidente da Força Sindical de Sergipe, Willian Roberto Arditti, que conduziu parte da mobilização, conclamando os trabalhadores para agitarem as bandeiras, protestarem contra o reajuste indecente do governo e utilizassem o microfone do carro de som para pedir a saída do secretário Rogério Carvalho.
"Essa burguesia proletária farsista nos engana a cada dia, a cada segundo. Uma geração morreu, foi torturada, acreditando num modelo social mais justo. Esses senhores continuam a rasgar nosso passado de luta. Na contramão da história, o secretário de Saúde aceita reajustar os vencimentos dos servidores em 15%, caso eles aceitem o aumento da carga horária que hoje é de 30 horas, passando para 36 horas. Enquanto às centrais sindicais e os sindicatos desse país mobilizam-se para a redução da jornada de trabalho, esse senhor vem com uma proposta absurda dessa. Para não sermos acusados de agir precipitadamente, esperamos um ano e oito meses e esse governo não apresentou nenhuma proposta para a saúde desse Estado. No governo Marcelo Deda (PT), é visível a melhoria de alguns setores desse Estado, mas também é visível o fracasso da saúde na gestão do atual secretário. Eu sempre digo que a cada dois anos vivemos um processo eleitoral, no dia 05 de outubro, vamos dar nossa resposta a essa turma, vamos tirar o chicote das mãos desses senhores feudais", diz Arditti.
Diversas entidades sindicais filiadas à Força Sindical deram apoio à greve dos servidores, a exemplo do Sindicato dos Professores e Auxiliares da Área Administrativa e Operacional das Instituições Privadas de Ensino Fundamental, Médio e Superior do Município de Aracaju (Sinproad).
Para o presidente do Sinproad, professor Fábio Figueirôa, é de fundamental importância todas as categorias entrarem junto a essa luta. "Quando um professor ou auxiliar precisa ser atendido por um hospital público, as boas condições de trabalho são essenciais para um atendimento eficaz. Então, temos que nos unir e lutar para que a saúde de Sergipe seja satisfatória para atender a quem precisa", diz.
Ainda de acordo com o presidente do Sintasa, na última sexta-feira, dia 9, os trabalhadores se reuniram com o secretário de Saúde, Rogério Carvalho, que propôs um aumento de 15% apenas para os técnicos e auxiliares de enfermagem. Em contrapartida, de acordo com Couto, seriam retiradas às licenças Premium e de aniversário. A categoria não aceitou a propostas e entra no 8º dia de greve. Couto disse ainda que as categorias paralisadas não querem mais conversar com o secretário Rogério Carvalho e que vão protocolar um pedido de audiência diretamente com o governador do Estado, Marcelo Déda (PT).
Quase mil servidores estão em greve, no entanto, 30% do efetivo está trabalhando como determina a lei. Mas o atendimento reduzido nas unidades de saúde já está sendo refletido no dia-a-dia. Para Rejane Silva, empregada doméstica, ao buscar os serviços do hospital João Alves Filho, teve sérias dificuldades por causa da paralisação. A categoria reivindica um reajuste salarial de 100%. Eles pedem também que as gratificações de portaria e a hospitalar sejam linear para todos e que o aumento do percentual pago por insalubridade passe de 20% para 40%. "Estamos mais uma vez com esse ato chamando a atenção da sociedade para sensibilizar a gestão atual pelas dificuldades que passam os servidores do nível médio", finaliza Maria de Lourdes, diretora do Sintasa.