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Força
Curitiba (PR):SMC completa 90 anos de lutas e conquistas
quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
Força
O Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba completa nesta quinta-feira, dia 28 de janeiro, 90 anos de fundação.
Uma trajetória vitoriosa, de muitas lutas e conquistas, escrita pelo pulso firme de seus dirigentes e pela união e mobilização de seus trabalhadores. O histórico de lutas do SMC tem seu ponto de partida em 28 de janeiro de 1920, quando um grupo de trabalhadores da empresa Müller Irmãos (onde hoje fica o shopping Mueller), realizou a assembléia que criou a então "Liga Internacional dos Fundidores do Paraná". O objetivo era organizar a categoria e lutar por melhores salários e condições de trabalho.
Essa instituição passou depois por diversas mudanças de nome e base territorial, até chegar ao nome de Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba que conhecemos hoje.
Em nove décadas de existência, o SMC passou por muitos momentos marcantes. Confira abaixo alguns deles:
Carta sindical
Em 1942, nosso sindicato recebe a carta sindical. Este documento era exigido por lei desde 1931 para que entidades do gênero pudessem representar os trabalhadores.
Expansão patrimonial
A década de 60 marcou o início do processo de expansão patrimonial do sindicato, com a aquisição da primeira sede própria, que na época ficava na Praça Santos Andrade. Nos anos 70 é adquirido terreno em Matinhos, onde hoje fica a Colônia de Férias, e a nova sede própria da Lamenha Lins. Em 1981, é adquirido o terreno em São José dos Pinhais onde seria construída a sede campestre.
Ditadura militar
Os 24 anos da ditadura militar, nas décadas de 60 e 70, dificultaram a luta sindical como um todo. "Era complicado pois era muito linha dura. Os sindicatos eram muito vigiados naquela época", relata Orlei Lopes da Silva, presidente do sindicato de 1978 a 1986.
Primeiras greves por empresa
Em agosto de 1986, ocorre a primeira greve por empresa, na Müller Irmãos. Os trabalhadores se mobilizaram e conquistaram reposição salarial de 15%. Um mês depois, foi a vez dos trabalhadores da Equitel, a maioria mulheres, paralisarem as atividades e garantirem 6% de aumento nos salários.
Participação da Constituição Federal
Em março de 1988, o sindicato participa de um momento histórico para o Brasil. Os metalúrgicos fizeram diversas caravanas à Brasília para participar da assembléia constituinte. Nossa categoria defendeu os direitos dos trabalhadores na elaboração das leis que hoje regem o país. "Nós fizemos muitas caravanas de Curitiba para Brasília, para ficarmos em cima dos deputados e senadores. Fazíamos propostas sobre aquilo que nós queríamos para os trabalhadores", recorda Francisco Gorges, presidente do sindicato de 1986 a 1990.
Greve geral contra o Plano Verão
Em 1989, doze mil metalúrgicos das empresas Bosch, New Holland, Langer e SID Informática participaram da greve geral contra o Plano Verão do então presidente José Sarney. Foi a maior paralisação da história do Paraná, após o fim da ditadura militar.
Grande greve na Bosch
Em 1990, é realizada a grande greve na Bosch. Foram 16 dias de paralisação e muita mobilização e luta dos trabalhadores. Os metalúrgicos deram uma grande demonstração de força e união aos patrões.
Protesto na Fiep
800 metalúrgicos protestam contra a política patronal de conceder abonos, e não aumentos. A manifestação ocorreu em abril de 1991 em frente à Federação das Indústrias do Paraná.
Greve histórica na ProductaEm 1992, os trabalhadores da Producta pararam em greve por 13 dias. O movimento ficou marcado pela violenta intervenção da Polícia Militar, que agrediu e feriu seriamente dirigentes e assessores do sindicato. O então governador do Paraná, Roberto Requião, criou uma Lei proibindo a PM de interceder fisicamente nas greves, podendo apenas acompanhar a distância para manter a ordem. Jaime Lerner, o governador seguinte, revogou o decreto.
Fora Collor
Ainda em 1992, o sindicato participa das manifestações do "Fora Collor", que protestava contra a política recessiva, o arrocho e o desemprego implantada pelo presidente da República, Fernando Collor de Mello.
Greve na Britânia
Em maio de 1995, trabalhadores da Britânia pararam em greve por 14 dias e conquistaram 18% de aumento. Como represália, o então governador Jaime Lerner cancelou o programa Metalúrgico Repórter, que era exibido na TV Educativa.
MetalFest
No dia 1º de maio de 1994, é realizada a 1ª edição da "MetalFest". O evento reúne os metalúrgicos na sede central campestre do sindicato para defender as bandeiras de luta da categoria. Também são sorteados prêmios e ofertadas diversas atrações para os trabalhadores e seus familiares.
Qualificação profissional
Em 1997, o sindicato filia-se à recém-fundada Força Sindical do Paraná. No ano seguinte, é inaugurada a Escola Sindical Mathias Alenor Martins, anexa à subsede CIC. Cursos como de mecânica básica, CNC, e inglês são oferecidos gratuitamente aos trabalhadores associados.
Primeira greve nas montadoras
Em outubro de 1999, ocorrem as primeiras greves nas montadoras Volkswagen-Audi, Renault e Volvo. Os metalúrgicos da Grande Curitiba deram exemplo de mobilização e luta para todo o país.
1º de Maio SolidárioEm 2002, a Força Sindical do Paraná realiza a primeira edição do 1º de Maio Solidário. Mais de 80 mil pessoas participaram. 50 toneladas de alimentos foram arrecadadas. O 1º de Maio da Força se consolidou como o maior evento de trabalhadores do estado.
Campanha salarial emergencial
Em abril de 2003, a inflação já chegava aos 10%. Para repor essa defasagem, o sindicato lança a Campanha Salarial emergencial. Várias paralisações foram realizadas, em empresas como CNH, Renaul, Volvo e New Hubner. Como resultado, os metalúrgicos conquistaram, além da reposição da inflação, outros benefícios como redução da jornada de trabalho e Participação nos Lucros das empresas. Os metalúrgicos da Grande Curitiba foram a única categoria no país a conquistar a correção da inflação fora da data-base.
Primeira greve por PLR
Em maio de 2004, os metalúrgicos da Volks-Audi fizeram uma greve histórica. Os trabalhadores pararam sete dias reivindicando a Participação nos Lucros ou Resultados e redução da jornada. Após a luta, metalúrgicos conquistaram PLR de R$ 2.950 e o fim do banco de horas.
Comissão de saúde e segurança do trabalhador
Após denúncia do Sindicato, é criada comissão para investigar a saúde e segurança do trabalhador nas montadoras Volks-Audi, Renault e Volvo. A comissão é formada por sindicato, INSS, DRT e governo do estado.
Luta contra demissões e precarização na Volks
Metalúrgicos da Volks-Audi do Paraná abriram os protestos no Brasil contra a intenção de demitir em massa e precarizar direitos. Várias paralisações foram realizadas. O movimento ganhou repercussão nacional.
Mínimo regionalEm 2006, nosso sindicato participou ativamente da luta pela aprovação do salário mínimo regional do Paraná. O projeto foi aprovado, gerou empregos e beneficiou mais de 400 mil trabalhadores.
Luta contra retirada de direitos
Lutamos firme contra as Emendas 3 e 21, duas medidas que ameaçavam retirar direitos dos trabalhadores e enfraquecer os sindicatos. Após mobilizações, projetos foram vetados.
40 horas já!2008 ficou marcado como o ano de intensas mobilizações pela redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais. Metalúrgicos foram às ruas, protestaram nas fábricas e foram à Brasília lutar pela redução.
Lay-off garante empregosEm 2009, nosso sindicato enfrentou a crise de cabeça erguida. Vários acordos de lay-off foram fechados, preservando mais de 1.200 empregos.
Primeira greve da criseNa data-base de 2009, entramos para a história como a primeira categoria a fazer greve após a crise financeira mundial. Na Volks, foram 21 dias de paralisação. Nas campanhas salariais nas montadoras, autopeças e metalurgia e máquinas, conquistamos acordos com aumento real de até 6,5%, abonos de até R$ 2.800 e outros benefícios. Valeu a luta!
Que as lutas e conquistas enfrentadas ao longo desses 90 anos sirvam como exemplo para os desafios que virão pela frente. A luta continua, companheiros!